segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Joan Plowright como Lady Bracknell

Dame Joan Plowright, baronesa Olivier, Lady Olivier, a viúva de Lord Laurence Olivier, o actor mais reverenciado de todo o século XX, fundador e primeiro director do meu tão amado National Theatre. Adoro-a. Dame Joan detém também a glória de ser, até hoje, a única actriz a ter conquistado dois Globos de Ouro no mesmo ano.

Abaixo a sua assombrosa prestação como Lady Bracknell. Que, apesar de tudo, não é a minha favorita. Prefiro-lhe a caricatura de Dame Wendy Hiller. Dame Joan é, fisicamente, uma Lady Bracknell mais adequada, mais nova, diria que com a idade certa. É também, seguramente, a mais socialmente acertada e aceitável, com uma contenção admirável e, no entanto, irresistivelmente cómica. Dame Joan, não podemos esquecer, vem de uma escola de teatro mais natural e realista, fez a primeira produção do Entertainer de John Osborne, participou activamente em toda a renovação do teatro que foi o grupo dos Angry Young Men.

Uma grande senhora e uma das maiores glórias do teatro britânico.


Perdidos e achados

As conversas são como as cerejas. Foi na caixa de comentários do post anterior que a Izzie e eu, anglófilas convictas e maníacas por Oscar Wilde, a propósito do desempenho (que não vimos) de Patricia Routledge como Lady Bracknell, abrimos o baú das memórias.

As memórias são semelhantes, mas as versões favoritas são diferentes. A Izzie gastou até à exaustão a versão cinematográfica em VHS de The Importance of Being Earnest de 1952, com Michael Redgrave, da qual não gosto por muitas e variadas razões, sendo a principal o facto de o texto, o incomparável texto de Oscar Wilde, estar horrorosamente mutilado.

A minha versão favorita e inesquecível, mesmo depois de ter visto a grande Joan Plowright como Lady Bracknell, continua a ser a de 1985,  filmada para a televisão a partir da peça, da qual encontrei este cartaz da produção de 1981

E também eu tenho uma história com esta (para mim) insuperável versão filmada. Vocês que são muito mais novos talvez não saibam que quando os gravadores de vídeo começaram a ser vendidos havia dois sistemas, VHS e BETA. Durante uns tempos coexistiram nos clubes de vídeo, sendo que a qualidade do BETA era superior. O Rui, que ia sempre para o que de melhor havia, aderiu ao BETA. No espaço de dois ou três anos, o sistema foi desaparecendo, nos clubes as prateleiras tinham cada vez menos títulos, julgo que houve negócios de milhões por trás da sua agonia. Ora lá por 86 ou 87 o Rui, sabedor da minha paixão por Oscar Wilde, ofereceu-me esta maravilha, que tinha gravado da televisão. Em BETA, claro. Na altura eu nem gravador de vídeo tinha ainda, mas ele emprestou-me um SONY portátil (até alça para pôr ao ombro tinha) que muito viajou para casas de amigos, e nem imaginam a quantidade de vezes que nos deleitámos com esta peça.

O tempo foi passando, a cassete arrumada na estante, o sistema BETA já era apenas uma memória vaga. Subsistia em mim a ideia incómoda de que urgia passar aquilo a VHS quanto antes. Só o fiz lá por 94 ou 95, custou-me um dinheirão e o resultado foi tão desconsolador que até me telefonaram do laboratório a avisar de que aquilo estava impróprio para consumo. Teimosa, achando que se referiam apenas a uma imagem menos que perfeita, mandei-os ir em frente. Grossa asneira, como vim a verificar. Fiquei para todo o sempre com um mono na prateleira.

Criatura obstinada que sou, fiz incontáveis buscas na Amazon ao longo de todos estes anos. Edições em DVD nem vê-las. Só nunca me tinha lembrado de procurar no YouTube. Coisa que hoje fiz, por causa da conversa com a Izzie.

E aqui a têm, a minha versão de eleição, a grande Dame Wendy Hiller (vencedora de um Oscar), que talvez os mais velhos lembrem como a princesa Dragomiroff do Crime no Expresso do Oriente de Sidney Lumet, no papel de Lady Bracknell.

A qualidade da imagem deixa bastante a desejar, é bastante enevoada, mas ainda assim continuo a considerar esta a melhor versão filmada da peça. E aqui fica o texto integral do hilariante diálogo de Lady Bracknell com John Worthing. O diálogo que, tinha eu 16 anos, me apresentou a peça, como já contei algures lá trás.

I ♥ Mrs Bucket (Bouquet)


É impossível não adorar esta odiosa e ridícula personagem, a protagonista de Keeping Up Appearances, que passou em Portugal no princípio dos anos 90.

A série está toda editada em DVD e tenho vindo a adiar a compra (a crise, ah, a crise!), mas ontem passei uma tarde divertidíssima a ver episódios no YouTube, e ri a bom rir.

Mrs Bucket (Bouquet, como insiste em ser tratada, sendo perpétua fonte de mortificação o facto de toda a gente persistir no Bucket que ela tanto detesta), de nome próprio Hyacinth, vinda da classe operária, vive para impressionar os vizinhos e tentar ascender socialmente. Uma name-dropper  (sobre pessoas que nem conhece) do pior, chapéu e luvas nunca faltam na sua indumentária, nem que seja nas visitas ao lado sombrio da sua vida, a família. Se é certo que em cada família há sempre uma ovelha ronhosa, Hyacinth foi tripla ou quadruplamente amaldiçoada. A irmã Daisy, uma desmazelada incurável, vive com o marido Onslow (outra figura impagável, sempre de camisola interior de alças, lata de cerveja na mão, instalado frente ao televisor) numa casa incrivelmente suja e desarrumada, em que vive também a irmã Rose (todas as irmãs têm nomes de flores, há ainda Violet, muito bem na vida, a única sobre a qual Hyacinth enche a boca a vangloriar-se, não perdendo ocasião de referir a moradia de luxo, o Mercedes, a sauna, and room for a pony). Temos também o pai senil, velho baboso sempre atrás de mulheres e a cometer os maiores desacatos.

A irmã Rose, só por si, é toda uma personagem. Uma espécie de Essex girl entradota, de ar extraordinariamente vulgar, cabelo loiro oxigenado, saias curtíssimas e saltos agulha, sempre envolvida com homens casados que invariavelmente, depois de duas ou três voltinhas, passam a ignorá-la e regressam ao aprisco conjugal.

Temos ainda Richard, o marido de Hyacinth, funcionário público que a atura com mansidão cristã, e o filho dos dois, Sheridan, que nunca vemos e a que só assistimos aos telefonemas, invariavelmente a pedir dinheiro. Hyacinth passa a vida a gabar o filho, que está na universidade e de quem tanto se orgulha, e com o qual tem um elo telepático. Nós rimos à socapa, pelas conversas a que assistimos, que nos deixam com a firme certeza de que Sheridan é gay, coisa de que nem remotamente passa pela inocente cabecinha de Hyacinth.

E temos Elizabeth, a vizinha do lado, que vive permanentemente aterrorizada pela personalidade dominadora de Hyacinth, e o seu irmão Emmet, com o qual Hyacinth namorisca subtilmente. Emmet mudou-se para casa da irmã a seguir ao divórcio e dirige uma sociedade operática amadora. Em pouco tempo sucumbe também ao terror que Hyacinth inspira, já que ela, de cada vez que o avista, se lança em cantorias supostamente líricas numa deixa pouco subtil para integrar a tal sociedade. Ambos aceitam com resignação o facto de serem convidados permanentes para os célebres little candlelight suppers de Hyacinth (que pena nunca assistirmos a um único!).

E que dizer da fórmula com Hyacinth que atende o telefone? «The Bouquet residence. The Lady of the house speaking.» Infelizmente, muitas das chamadas destinam-se invariavelmente ao take-away de um restaurante chinês, o que tem sempre o condão de a exasperar.

A personagem de Mrs Bucket (Bouquet) é magnificamente servida por Patricia Routledge, grande actriz de teatro — o Vítor viu-a há uns cinco anos como Lady Bracknell em The Importance of Being Earnest e ficou extasiado.

Deixo-vos a primeira parte do primeiro episódio. Depois é só irem seguido. Desejo-vos gargalhadas tão boas como as minhas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Já não falta muito

Não falta, não. Não tarda nada, temos por aí os blogues que tanto gemeram por o Verão estar a eternizar-se quando queriam vestir os trapos novos, patati-patatá e a serpentina, a reclamarem do temporal que se instalou há vários dias e a suspirarem por praias de areia clara, mar azul e havaianas nos pés de unhas pintadas de cor-de-rosa (no caso dos blogues masculinos, espero que ao natural). Vão por mim, é coisa de dias, não falha. Com a precisão de um relógio suíço.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mais dois bons conselhos

Como diria Afonso da Maia, está hoje um tempo de Inglaterra. Como tal, e porque sei que mais anglófilos como eu espreitam regularmente este blogue, aqui ficam duas recomendações. Que para eles serão muito provavelmente desnecessárias, uma vez que já devem ter visto estes dois magníficos filmes, mas que valem para os restantes.


O antepenúltimo filme de Robert Altman, sete nomeações para os Oscars, incluindo melhor realizador, melhor filme e melhor actriz secundária — Dame Maggie Smith (palavras para quê?) e Dame Helen Mirren, que também já vi no teatro em 2001, numa peça de Strindberg, The Dance of Death, em que contracenava com Ian McKellen.


Uma quase fidelíssima adaptação do belíssimo e melancólico romance de  Kazuo Ishiguro. Realizado por James Ivory, teve entre os produtores o meu muito querido Mike Nichols. Oito nomeações para os Oscars, perdeu em todas as categorias. Convenhamos que concorria com gigantes, o ano não lhe foi muito favorável: os Oscars de melhor filme, melhor realizador e melhor argumento adaptado foram para A Lista de Schindler, o de melhor actor para Tom Hanks em Philadelphia, o de melhor actriz para Holly Hunter em O Piano (filme que odeio), o de melhor banda sonora original para John Williams — A Lista de Schindler, o seu quinto Oscar entre incontáveis nomeações.

Uma obra-prima.

domingo, 23 de outubro de 2011

Aceitem um bom conselho


Quem for da minha idade ou mais velho (mais novo já não será fácil) sorrirá deliciado e vagamente enternecido ao ouvir as primeiras notas lânguidas desta valsa que era o tema de abertura daquela que, ainda hoje, continuo a considerar uma das séries da minha vida, e há-de reconhecê-lo de imediato. Há coisas que nunca esquecemos.

Ando apaixonada por Downton Abbey, é o meu lado anglófilo, nada a fazer, já para não mencionar a participação da minha adorada Dame Maggie Smith. Ao mesmo tempo, à medida que vou vendo mais episódios (só a primeira temporada está editada em DVD, obrigada pelo resto, Charlotte!), vai crescendo em mim a sensação de déjà vu, e é irresistível não lembrar Upstairs Downstairs, que em Portugal começou a passar como A Família Bellamy, tinha eu treze anos, mesmo sendo a série de 1971 (tudo chegava cá com atraso).

Para quem conhece as duas séries, é impossível não achar que a mais recente foi inspirada na mais antiga, com aquela dicotomia tão rígida, criando uma linha divisória nítida entre o andar de cima e o de baixo, o dos amos e o dos criados, mesmo havendo breves intersecções possíveis, ainda que indesejáveis — people should know their places.

Há mais paralelismos, que começam nas épocas retratadas. A acção de Upstairs Downstairs vai de 1902 a 1930, ao longo de cinco temporadas, atravessando toda a época eduardiana e capturando ainda a maior parte do reinado de Jorge V — com grande incidência na terrível I Guerra Mundial, tal como em Downton Abbey. Como devem estar lembrados, Downton Abbey começa com a notícia da tragédia do Titanic (12 de Abril de 1912), que cria o grande problema da sucessão do título e da propriedade. Também em Upstairs Downstairs o naufrágio tem enormes repercussões, logo no princípio da terceira temporada.

Upstairs Downstairs retrata um meio de grande riqueza, mas menos imponente do que o de Downton Abbey. Lady Marjorie, a dona da casa e filha mais velha do conde de Southwold, vive com o marido, Richard Bellamy, membro do Parlamento, no n.º 165 de Eaton Place, na luxuosa Belgravia. Há também os dois filhos, James e Elizabeth, ele já adulto, ela a debutar na sociedade. Via de regra, o fio condutor dos episódios é mais trivial, doméstico e quotidiano do que em Downton Abbey, permitindo-nos um fascinante vislumbre da vida privada de duas classes sociais muito diferentes numa época em que o abismo entre ambas era praticamente intransponível.

Upstairs Downstairs foi servida por um notável leque de actores. Impossível esquecer Gordon Jackson, o inflexível mordomo Hudson, de forte pronúncia escocesa. Ou Jean Marsh, uma das criadoras da série, como a criada Rose. Verdade, verdadinha, são todos inesquecíveis, desde Lady Marjorie e o marido ao pessoal da cozinha, em que reina a resmungona Mrs Bridges, de coração de ouro.

Bem vistas as coisas, e fazendo uma média, por enquanto a minha preferência continua do lado de Upstairs Downstairs, porque old loves die hard. É para ela que o meu coração se inclina mais. Consideremos a idade, 40 anos, e a disparidade de meios técnicos e financeiros. Basta ver como são raros os exteriores.

Como a maior parte dos que me lêem é bem mais nova do que eu, fica o meu conselho: não deixem fugir esta pérola. À laia de apresentação, fica aqui a primeira parte do primeiro episódio (as cinco temporadas estão disponíveis no YouTube), depois é só irem seguindo.



Por último, para fechar com chave de ouro e para quem quiser, depois de vista a série, fica este mimo final, que me ocupou hoje a tarde: The Story of Upstaisrs Downstairs, em cinco episódios.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Uma gorjeta memorável

Referi aqui a história de passagem. Hoje apeteceu-me contá-la.

Não se espantem com a banda sonora trepidante. Era assim que as coisas funcionavam no Great American Disaster: música rápida e aos berros. Acelerava o ritmo dos empregados  (eu conseguia levar quatro pratos de uma vez) e também acelerava o ritmo a que os clientes comiam. E este Enola Gay, dos Orchestral Manoeuvres in the Dark, foi seguramente uma das músicas que mais tocaram no Disaster naquele Verão de 1981.

Estava capaz de jurar que foi no sábado seguinte à inauguração. Aos sábados os clientes chegavam mais tarde, e eram mais grupos familiares. Chegou um senhor sozinho, instalou-se numa das minhas mesas (10 à 13, ainda me lembro, tal como lembro que as da Luísa eram da 5 à 9), fui atendê-lo. O senhor aconselhou-se imenso, fez imensas perguntas sobre os pratos, eu fui simpaticamente respondendo a todas as questões. Finalmente, acabou por decidir-se pelo bife da vazia, o prato mais caro da lista, 120 escudos (sim, sim, 60 cêntimos em moeda actual) e pela salada coleslaw. E lançou a pergunta da minha desgraça: «Então e para beber?»

— Bom, temos Pepsi, cerveja, sumo de laranja, água... — respondi eu.

— E vinho não?

Eu já estava naquela mesa havia imenso tempo, coisa que não contava, porque era relativamente cedo e havia muito pouco movimento. E tinha achado o senhor tão simpático que fui muito franca. Todos os vinhos eram das Caves Aliança e eu, que já achava que percebia umas coisas, não gostava de nenhum.

—  Temos. Mas (baixando a voz) não recomendo nada, é uma porcaria.

O senhor pestanejou. Depois disse que arriscava — eu, sempre irreverente, ainda bichanei um «depois não diga que não avisei», acho que foram parvoíces destas que me fizeram tão popular com os clientes, até postais do estrangeiro de turistas de passagem cheguei a receber, palavra. O senhor não foi para o vinho da casa, pediu a reserva.

O resto do almoço correu normalmente, mais gente chegada entretanto, eu já com muito trabalho e a correr de mesa em mesa. E se eu corria, senhores! Ainda tenho uma caricatura deliciosa que o Carlos fez da minha pessoa, cabelos ao vento, vários pratos na mão, batatas fritas a voarem, as minhas sabrinas azuis-escuras da Sapataria Lisbonense, e uma lagarta (obviamente caída de uma salada) a rastejar atrás de mim e a protestar «espera por mim, porra!»

O senhor tinha acabado de almoçar. Era capaz de jurar que, além do café, comeu uma tarte de maçã e bebeu um whisky de malte. Chamou-me discretamente a pedir a conta, que lhe levei.

— Estava tudo óptimo, adorei, e a menina é um amor. Só não gostei de uma coisa.

Um sobressalto. Eu tinha amor à camisola (t-shirt, que pena não ter guardado nenhuma!), fiquei muito atenta.

— Não gostei daquilo que disse sobre o vinho. Sabe... eu sou o dono das Caves Aliança.

Devo ter desejado que o chão nos engolisse, a mim e à minha língua de trapos, naquele preciso instante. O senhor largou a rir. Abriu a carteira e, além do preço do almoço (que hoje é difícil calcular, mas julgo que não terá ido além dos 250 escudos), acrescentou uma bela nota azulada com a efígie de D. Maria II, uma nota de mil escudos. A minha gorjeta, pelo menos quatro vezes o valor do almoço.

As gorjetas eram democraticamente divididas por todos, os meus colegas por pouco não me transportaram em ombros, não havia memória de uma coisa assim. O senhor voltou muitas vezes ao Disaster e fazia sempre questão de ser atendido por mim, mesmo que não ficasse numa das minhas mesas.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Para uma Amiga

Ela saberá que é para ela.

De uma obra que nunca me cansou, que nunca esgotei, que me fez pensar a minha fé de maneiras novas. E era uma criança, apenas catorze anos.



EVERYTHING'S ALRIGHT

MARY MAGDALENE
Try not to get worried, try not to turn on to
Problems that upset you, oh.
Don't you know
Everything's alright, yes, everything's fine.
And we want you to sleep well tonight.
Let the world turn without you tonight.
If we try, we'll get by, so forget all about us tonight

APOSTLES' WIVES
Everything's alright, yes, everything's alright, yes.

MARY MAGDALENE
Sleep and I shall soothe you, calm you, and anoint you.
Myrrh for your hot forehead, oh.
Then you'll feel
Everything's alright, yes, everything's fine.
And it's cool, and the ointment's sweet
For the fire in your head and feet.
Close your eyes, close your eyes
And relax, think of nothing tonight.

APOSTLES' WIVES
Everything's alright, yes, everything's alright, yes.

JUDAS
Woman your fine ointment, brand new and expensive
Should have been saved for the poor.
Why has it been wasted? We could have raised maybe
Three hundred silver pieces or more.
People who are hungry, people who are starving
They matter more than your feet and hair!

MARY MAGDALENE
Try not to get worried, try not to turn on to
Problems that upset you, oh.
Don't you know

APOSTLES' WIVES and MARY
Everything's alright, yes, everything's alright, yes.

JESUS
Surely you're not saying we have the resources
To save the poor from their lot?
There will be poor always, pathetically struggling.
Look at the good things you've got.
Think while you still have me!
Move while you still see me!
You'll be lost, and you'll be sorry when I'm gone.

MARY MAGDALENE
Sleep and I shall soothe you, calm you and anoint you.
Myrrh for your hot forehead/
Then you'll feel
Everything's alright, yes, everything's fine.
And it's cool and the ointment's sweet
For the fire in your head and feet.
Close your eyes, close your eyes, and relax
Think of nothing tonight.

APOSTLES' WIVES
Everything's alright, yes, everything's alright, yes.

MARY MAGDALENE
Close your eyes, close your eyes, and relax 

Metas sucessivas

Há dois anos e meio contei aqui como odeio ir ao cabeleireiro, como odeio conversa de cabeleireiro (a que chamo conversa de laca), como estava a tentar aguentar-me até aos 50 anos sem ter de começar a pintar o cabelo. Os 50 anos chegaram e passaram, os 51 cá estão. A ver se aguento até aos 52. Os cabelos brancos continuam a notar-se pouco, graças a Deus.

Venham daí as chibatadas

Nunca fui à Primark. Tenho a vaga noção de que fica num grande centro comercial na Amadora. Ora eu, se necessário for, pago para não entrar em centros comerciais. É só fazer as contas.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Trinta anos

Trinta anos certos são os que nos separam hoje, à Luísa e a mim, desta imagem. Foi justamente a 18 de Outubro de 1981, eu com vinte e um anos, ela com vinte. Nas voltas da vida, esta fotografia e outras viriam a ser-me discretamente surripiadas de um álbum, a Luísa trouxe-ma de volta há dois meses, no dia dos meus anos.

Trabalhávamos então no Great American Disaster do Marquês de Pombal, que inaugurámos e que nos deixou histórias hilariantes para o resto da vida. Era um trabalho em part-time (para nós duas, no mesmo turno, e amigas para sempre, terças, quintas, sábados e domingos ao almoço, do meio-dia às quatro), só admitiam estudantes universitários e eram esquisitíssimos na selecção — era bem trabalhar no Disaster, de filhos de embaixadores a filhos de ministros havia de tudo. Em Outubro um amigo do Vasco, que era um dos donos, ia abrir o Biergarten em Cascais e pediu-lhe pessoal para a inauguração. Já não me lembro de quem fez a selecção, se ele ou o Vasco, só sei que eu e a Luísa fomos convidadas e depois destacadas para ficar à entrada, a receber os convidados, naquelas fatiotas ridículas, uma espécie de dirndls pindéricos.

O trabalho de duas noites foi regiamente pago, andou perto do valor de um mês de ordenado no Disaster. Como ocupou as noites de sábado e domingo, o M. ficou muito melindrado. Na primeira noite, quando me foi buscar, já madrugada e com trombas de palmo e meio, entregou-me uma carta. Sim, nessa época os namorados escreviam-nos cartas, e ele escrevia especialmente bem. Nunca esqueci uma frase dessa carta daquele 18 de Outubro: "Não há dinheiro no mundo que possa pagar o tempo que devia ser nosso."

Como se pode ser tonto quando se é muito novo! Foi justamente esse dinheiro que tanto o irritava que nos custeou uma semana de férias no Baleal. O M., cabecinha brilhante, tinha-se formado em Junho. Já trabalhava na empresa havia um ano, assim que se formou foi logo promovido a director financeiro (era uma grande multinacional do ramo automóvel). Mas como tinha comprado um carro e tinha prestações muito altas para despachar aquilo mais depressa, a liquidez era pouca. Posso dizer que a partir de meio do mês saídas (o nosso adorado Stone's) e cigarros eram pagos pela minhas gorjetas no Disaster. E eu era positivamente a campeã das gorjetas. É provavelmente por isso que ainda hoje faço questão de deixar uma gorjeta simpática nos restaurantes, nunca abaixo de dez por cento — nos Estados Unidos é que dói mesmo na pele, aí já acho um exagero. Mas tenho histórias delirantes de gorjetas, à cabeça a do dono das Caves Aliança (a Luísa deve lembrar-se) e a de um certo casal americano.

E agora desceu sobre mim uma saudade. Lembrei-me do Jorge, do querido Jorge. Foi ele que me telefonou um dia a dizer que o Great American Disaster precisava de empregados, estaria eu interessada? Eu jantava lá com muitas vezes, à época era sítio na moda, achei a ideia divertida. Anos mais tarde, seria também o Jorge a telefonar-me a dizer que o Rui precisava de uma secretária, e que achava que eu era a pessoa certa. E assim, estranhamente, o Jorge ficou para sempre ligado a coisas que tão importantes viriam a ser na minha vida por tudo o que me trouxeram, pessoas, vivências, aprendizagem.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dois milagres e estranhas coincidências

Faz hoje precisamente um ano, a 13 de Outubro de 2010, eu ia assistindo no gabinete, de olhos maravilhados, ao resgate de 33 mineiros encurralados nas profundezas da terra havia 69 dias. E a cada mineiro que aquela estreitíssima cápsula ia devolvendo à superfície, à vida, à família e aos amigos, dava graças a Deus e pensava que estava a assistir a um milagre em directo.

Não me perguntem qual foi a estranha associação de ideias que fiz, mas de repente lembrei-me de um outro milagre, ocorrido muitos anos antes, e que me tinha impressionado tanto que nunca o esqueci: o do desastre dos Andes, em que um avião uruguaio que transportava uma equipa de râguebi, familiares e amigos em deslocação ao Chile, se tinha despenhado na alta montanha (ver aqui). Na altura eu tinha apenas 12 anos, mas lembro bem o muito que noticiários e jornais divulgaram a história. Anos mais tarde, já em 1977, já com 16 anos, foi com emoção que vi no cinema Roma um filme que reconstituía toda a trágica odisseia. A destacá-la de outros acidentes aéreos, a notícia que, após o resgate dos 16 sobreviventes, cedo correu mundo: isolados de tudo, a 3600 metros de altitude, com temperaturas de muitos graus negativos, sem água e sem comida, tendo ouvido pelo rádio do avião que as buscas tinham sido abandonadas, não tiveram outro recurso para se manter vivos senão alimentar-se dos corpos dos mortos. Só ao fim de 72 dias, e porque dois do grupo entretanto gastaram dez dias montanha abaixo em busca de socorro, em condições inimagináveis, seriam resgatados.



A televisão continuava a mostrar a subida dos mineiros à superfície, um a um. Comentei com a Conceição (dez anos mais velha do que eu) e com a Manuela (cinco anos mais velha, que tinha ido ao nosso gabinete por cinco minutos, só para se livrar por um bocadinho que fosse da insuportável colega). Ficaram a olhar para mim como se eu fosse marciana. Desastre de avião nos Andes? Hã? Estás a falar de quê?! E eu não conseguia acreditar. Como era possível que as duas — já adultas quando tudo aquilo tinha acontecido, enquanto eu era apenas uma catraia — não se lembrassem? Um pedacinho irritada, socorri-me do meu infalível amigo Google, já a virar o monitor para a Manela, que estava de pé, com um impositivo «anda cá, ó tonta!»

De repente, franzi os olhos, sou capaz de jurar que empalideci, a Manuela pelo menos disse que tinha ficado com uma cara muito estranha. Estranha? É possível, muito possível. O que fiquei foi muito perturbada. O terrível acidente dos Andes tinha sido justamente naquela data, a 13 de Outubro de 1972, fazia nesse dia 38 anos, faz hoje 39. E na véspera, precisamente na véspera, alguns dos sobreviventes tinham estado no Chile, no local das operações de resgate, para encorajar mineiros e familiares com o exemplo da sua história de sobrevivência, de tenacidade e de fé. 

Tinha planeado escrever aqui sobre isso nesse dia, infelizmente o trabalho arrastou-se até muito tarde, já era madrugada quando saí do gabinete. Ficou para hoje, um ano depois. Infelizmente, já não encontrei muita da informação então disponível. Há dois dias, através da sua página oficial (¡Viven!), enviei uma mensagem, tentando confirmar a sua presença no local e explicando as razões. A resposta não tardou a chegar, pelas mãos de Javier Methol, um dos sobreviventes, o mais velho de todos. Com palavras calorosas e encantadoras, tratou-me por tu, explicando-me que à época do acidente já era pai de quatro filhos e a sua mais velha era pouco mais nova do que eu, despediu-se com um abraço paternal. Obrigada, Javier, muito obrigada! Foram palavras que calaram fundo. Deus vos abençoe a todos. Não reproduzo a mensagem, que é de foro privado, o que posso garantir é que muito me comoveu.

De caminho confirmou que sim, que cinco deles tinham estado no Chile. O grupo inteiro, solidário, queria ir. O Presidente do país dissuadiu-os, era demasiada gente, a confusão já era muita, seria um circo mediático ainda maior, os que não foram ficaram a postos para o que fosse necessário


Banda sonora: The Bee Gees - New York Mining Disaster 1941

Happy Big 7O, dear Paul Simon


Um dos meus amores maiores na música, um certo génio chamado Paul Simon, faz hoje 70 anos.

Paul Simon tinha apenas 25 quando Bookends, um dos mais extraordinários álbuns de sempre, foi lançado, e quando compôs esta música, Old Friends, que há tantos anos nos obceca a mim e ao Vítor, com os terríveis versos:

«Can you imagine us years from today,
Sharing a park bench quietly?
How terribly strange to be seventy!»

Repito que Paul Simon tinha apenas 25 anos quando os escreveu. Os setenta anos, idade tão estranha e longínqua quando se é muito novo, chegaram. Não resisto a colar a Old Friends aquilo a que há muitos anos chamo o minuto mais perfeito da História da Música, Bookends Theme, a música que se segue no álbum, e que é o seu remate perfeito.

«Time it was, and what a time it was, it was
A time of innocence, a time of confidences
Long ago, it must be, I have a photograph
Preserve your memories, they're all that's left you.»

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Far-ta!

É o meu estado de espírito em relação ao Google Reader há uns largos meses, diria que pelo menos uns cinco. Continua a apresentar-me como não lidos posts que já vi, tento "marcar tudo como lido" e, quase sempre, não acontece nada, continuando a aparecer-me as mesmas idiotices. Sim, mea culpa, tenho muito disparate no Google Reader, it's funny e eu sou uma criatura perversa!

A história que se segue, e que dá o título a esta entrada, tem bem mais de vinte anos e aconteceu a um amigo meu. Ainda hoje me faz rir. Esse meu amigo, antiquário de prestígio, andava na altura embeiçado por um menino muito novinho (aí uns 21 ou 22 anos, julgo), muito giro, muito tonto, muito oco. Ora o meu amigo, senhor já nos 40, imagem muito máscula, recebeu um dia na loja visita de casal muito importante e que facilmente podia largar uns milhares de contos entre cómodas D. José, espelhos venezianos, pratas inglesas ou coisas da Companhia das Índias. Avisou previamente o moçoilo, que na época andava entusiasmado a aprender Arraiolos (com o cáustico humor gay, um outro amigo nosso baptizou-o logo como "a bordadeira de Arraiolos"): ficas caladinho, ouviste?

O casal (não posso dizer nomes, mas se algum dia tropeçarem aqui hão-de lembrar-se da história) chegou a meio da tarde e foi-se demorando, encantado com as coisas magníficas que o meu amigo tinha na loja. Estiveram horas naquilo, o casal nunca mais saía, o pequeno, sempre calado, sempre de cabeça baixa, diligentemente a bordar o seu Arraiolos, mudo como uma carpa. O casal interessava-se, queria saber o historial das peças, discutia a que casa podia destinar esta ou aquela. A do Estoril? A de Genève? O meu amigo, a zelar pelo negócio, excedia-se em atenções. E o rapazinho ia num crescendo de irritação, género panela de pressão à qual a tampa está prestes a saltar. Já tinha anoitecido, o casal não se calava nem saía. O rapazinho, num homérico ataque de mau feitio, levantou-de de repente, atirando para o lado agulha, tela e lãs e proclamou com a maior ênfase, ar ultrajado, a marcar bem as duas sílabas:

— FAR-TA!

O meu amigo ia morrendo de vergonha. O casal tentou fingir que não percebia. O rapazinho saiu porta fora com ar de grã-duquesa no exílio. Menos mal, que a reconciliação valeu-lhe um carro novo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Vamos brincar à caridadezinha


A Miss Glitering divulgou no seu blogue, com a melhor das intenções, esta campanha solidária do Banco Santander Totta a favor da Liga Portuguesa contra o Cancro a decorrer no Facebook. Apressei-me a ir lá dar o meu contributo, que consistia meramente em pôr um like na página do banco. Missão cumprida, os meus olhos desceram um pouco na página, querendo saber exactamente em que consistia aquilo. E fiquei estarrecida, cada like na página do banco reverte num generoso donativo de dez cêntimos a favor da LPC! Que extravagância! Que prodigalidade!

As contas fazem-se num instante. Dez mil likes, mil euros de donativo, vinte mil correspondem a dois mil euros. Imeeeeeenso dinheiro para um banco, sabendo nós que tais verbas são passíveis de dedução fiscal e que, de caminho, de cada vez que abrirmos o Facebook, seremos bombardeados com publicidade que não lhes custa um tostão, apenas por causa daquele nosso incauto e bem intencionado like.

Fiz marcha atrás, apressei-me a carregar no unlike, vão para o raio que os parta, não pactuo com filantropias destas.

E isto lembrou-me de duas coisas. A primeira foi uma canção de José Barata-Moura, nos revolucionários anos 70 (encontram-na no YouTube), que começava assim:

«Vamos brincar à caridadezinha,
Festa, canasta e boa comidinha.»

A segunda foi um cartoon do genial Quino, em que a impagável Susaninha, com os olhos a luzirem de gula e a lamber os beiços, diz à Mafalda que quando forem crescidas e forem senhoras da sociedade hão-de organizar muitos chás de caridade e banquetes com peru, lagosta e leitão, rematando logo de seguida, com expressão enojada: «para comprar feijão, arroz, massa, farinha e essas porcarias que comem os pobres».

Outra vez os cromos dos espanhóis

No caso até são mexicanos, mas dá no mesmo, é a mesma língua e a necessidade de traduzir tudo é igual. Só mesmo o Abel para ter relíquias destas!

Edição mexicana de um EP dos Beatles, reparem no prodígio que são os títulos na capa.


Só na contracapa figuram os títulos originais em inglês.


domingo, 2 de outubro de 2011

Medo

Oh, nããããão!! Parece que vem aí outra ModaLisboa. Das duas uma: ou faço previamente uma grande limpeza no Google Reader ou habilito-me a pôr os olhos em muita fotografia que mais valera nunca ter visto a luz do dia. Isto já para não mencionar as figurinhas deploráveis e as fatiotas — a que elas chamam modelitos, provavelmente uma das palavras mais idiotas que já li (ouvir não, que não conheço quem a use), além da rasquice que é qualquer diminutivo acabado em ito ou ita.

sábado, 1 de outubro de 2011

I ♥ MasterChef Australia

Nos últimos meses fiquei completamente viciada nesta série, que tento acompanhar religiosamente, apesar de embirrar com o formato em que passa na Sic Mulher, dois episódios de cada vez, sendo que no dia seguinte temos de levar novamente com o último da noite anterior. Na prática, um episódio novo por dia, e a horas não muito católicas.

Por causa disso, ontem pus-me a investigar o YouTube, onde encontrei imensos episódios que ainda não passaram na televisão. O resultado foi serão madrugada adentro. De caminho pude verificar que a blogosfera nacional não detém o exclusivo da peçonha. Onde houver um computador, Internet e a possibilidade de algum anonimato, é mais do que provável que encontremos gente medonha, seja qual for a nacionalidade. Encontrei comentários abjectos, que denunciei sem piedade. A maior parte era sobre Matt Preston, com adjectivos e expressões que não vou repetir; digamos que a palavra mais suave que encontrei foi fruit. Tudo porque o senhor (casado, a viver com a mulher e pais de três filhos) costuma conjugar calças coloridas com o blazer e não abdica do foulard ao pescoço e do lenço no bolso. Se já me merecia imensa simpatia antes, imaginem agora. Acresce que a sua elevada estatura, o penteado e o ar nonchalant me lembram imenso Oscar Wilde. Só podia gostar dele, não é?

Tal como adoro os outros dois apresentadores e juízes, os chefs Gary Mehigan e George Calombaris. Este concurso foge à regra, aos padrões recorrentes que assentam sempre na dualidade polícia bom/polícia mau. Nos outros concursos há sempre o formato estereotipado do juiz bonzinho e indulgente, com quem o público se derrete, e do juiz demolidor, que achincalha e que o público adora odiar, deleitando-se secretamente com a sua brutalidade. No MasterChef Australia as coisas não são assim. Os juízes são justos mas atentos e muito sabedores, não perdoam uma falha mas não deixam de assinalar um molho bem conseguido, uma boa apresentação, uma massa al dente no ponto exacto, uma atitude empenhada mesmo quando tudo corre mal. E encorajam, estimulam, galvanizam. Um grande exemplo.

Os concorrentes? Outro caso raro. Vejo solidariedade, entreajuda, genuína camaradagem. Competem todos, são adversários, sim, mas cada um dá o seu melhor e não passa rasteiras aos demais para ficar em posição vantajosa. A única com quem embirrava bastante, Joanne (talvez por causa das expressões faciais, admito), e que me parecia destoar bastante desse quadro de harmonia geral, fez-me esta tarde vacilar, num programa que ainda não tinha visto, de tal forma tentava ajudar um colega a superar uma prova de pressão. Gosto de todos, sim. Mas claro que tenho os meus preferidos. Claire, pela personalidade doce e discreta, que me parece albergar uma grande tenacidade. Matthew e Callum, tão novinhos (20 ou 21 anos, na altura, e Matthew ainda por cima tão bonito!), um genuíno laço de amizade ali surgido a uni-los. Adam, sempre tão modesto, sempre tão humilde. Jonathan. Fiona, 24 anos, tão bonita, aqueles enormes olhos de gazela, tive tanta pena que saísse. E Marion, aquela querida, uma miúda de 27 anos que conseguiu derrotar um grande chef na confecção do prato que era o seu cartão de visita e do seu restaurante. Que proeza!

Avizinha-se nova versão do vício, que a Luna já me falou no Junior MasterChef Australia, para miúdos entre os oito e os doze anos. Disseram-me que já passa em Portugal, mas parece que num canal excusivo do MEO. Tenho de descobrir maneira de ver.

O grande problema deste programa? O grande problema, meus amigos, são os meus olhos a saltarem das órbitas para se colarem àquelas iguarias no ecrã (mesmo apesar da mania dos anglo-saxónicos com o borrego, carne que não consigo comer), são as minhas papilas gustativas num desgoverno e eu a ficar com a maior das fomes.