O mistério da toalha de mesa azul

Há dois anos, mais coisa menos coisa, comprei no Continente uma toalha de mesa e seis guardanapos em azul-escuro (esta toalha e os guardanapos respectivos) — e com esta confissão singela e desassombrada do local da compra corro o risco de ser considerada de suburbana para baixo, já que toda a gente sabe que blogger que se preze só compra a roupa de mesa na Teresa Alecrim, pelo menos (tendo eu como quase certo que nunca ouviram falar em Porthault ou Pratesi, coisa que agora não interessa nada).

Pois dizia eu que comprei toalha e guardanapos em azul-escuro; havia mais cores: creme, bordeaux e acho que branco, mas azul era mesmo só aquele, e foi o que comprei. Deixei de fora dois guardanapos para uso diário e guardei tudo o resto numa pequena arca de madeira, coisa aí de uns 30 por 40 centímetros, arca essa arrumada numa prateleira da cozinha. Assunto encerrado.

Só há pouco tempo, acho que lá por Outubro, fui buscar a toalha. Imaginem pois o meu espanto quando dou com ela muito, mas mesmo muito mais clara, como a fotografia atesta. Os guardanapos conservavam a cor original, como podem comprovar, mas a toalha dir-se-ia que tinha desbotado.

Explicação para coisa tão intrigante? Não consigo encontrar nenhuma. É certo que o sol bate ali em cheio, e o sol é de meter medo a comer a cor às coisas, mas a razão tem de ser outra: a toalha está uniformemente igual, como se nunca tivesse conhecido outra cor, enquanto os guardanapos, guardados com ela, conservam o azul-escuro original. Que foi que aconteceu? Porquê? Como? Beats me.