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sexta-feira, 14 de junho de 2013

E de repente veio-me uma vontade irresistível de ir a Singapura


Só quem não souber da minha paixão assolapada por ursos, principalmente polares e grizzlies (porque há casos em more is more) não perceberá como fiquei derretida com estas duas fabulosas imagens que ocupam uma página inteira da iHola! de ontem. E pronto, como se Churchill, Manitoba, não bastasse, agora também queria ir a Singapura e ter a minha quota-parte deste ursoso.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Um sonho

Deixem-me apresentar-vos Churchill, Manitoba, noroeste do Canadá, a capital mundial do urso polar. Desde que soube da existência desta cidade e do autêntico comício de ursos polares que anualmente, entre Outubro e o princípio de Novembro, se reúne lá, que sonho visitá-la. O inconveniente é que a viagem sai caríssima e não dá para combinar com outras deslocações: aquilo fica rigorosamente no meio do nada, são milhares de quilómetros e vários voos de ligação, além do preço das excursões para avistar os ursos em toda a segurança, que é tudo menos simpático (e para este ano, entre 17 de Outubro e 13 de Novembro, já está tudo esgotado).

A explicação para este fenómeno anual que me põe a suspirar? Os ursos vão chegando e por ali vagueiam à espera de que as águas da Baía de Hudson gelem para poderem atravessar para o Árctico. E obtêm-se imagens como estas:





segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

I ♥ bears

Eu sei que vocês sabem que eu adoro ursos (ursosos), como já contei aqui, a propósito dos meus ursos de Yellowstone.

O meu amigo António (amigo do Liceu, conhecemo-nos desde os 14 anos) manda-me tudo o que sejam fotografias de animais, sempre acompanhadas de comentários como «aqui tens mais bicheza, nem à minha filha (tem onze anos) mando coisas destas, já não tem paciência.»

Esta manhã mandou-me as imagens arrebatadoras que se seguem.

Polar Bear: I come in Peace
Norbert Rosing's striking images of a wild polar bear coming upon tethered
sled dogs in the wilds of Canada's Hudson Bay

The photographer was sure that he was going to see the end of his dogs
when the polar bear wandered in


It ' s It's hard to believe that this polar bear only needed to hug someone!

The Polar Bear returned every night that week to play with the dogs.
 
Apressei-me a agradecer ao António esta maravilha, e enviei-lhe o link para a entrada que já referi, para que ele percebesse até que ponto eu sou doida por ursos. E o António não seria o António se não me tivesse respondido como passo a transcrever. Muito gosta ele de me provocar!

«Como calculas, estas fotografias apenas motivaram a minha atenção pela invulgaridade comportamental do urso(so). Não espelham reacções naturais, são uma aberração e, infelizmente, até podem ter como base uma degenerescência genética motivada por alterações ambientais (em que o Homem é responsável, como é óbvio).

No entanto, sabendo do teu gosto para a "personalização" da bicheza, resolvi enviá-las com um intuito perverso (confesso!), que se traduz nas seguintes questões:

— Devemos sensibilizar-nos com comportamentos anómalos de predadores que perdem a noção de presa e de territorialidade, encaminhando-os, em última análise, inexoravelmente à extinção?

E se apoiarmos ou mesmo estimularmos este tipo de comportamentos desculpamos a nossa atitude por ignorância técnica ou resignamo-nos pelo prazer egoísta e infantil que esses comportamentos nos transmitem?

Beijo.
A.»

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ainda iremos a tempo?

Que estamos a fazer ao planeta?

Sabem da minha paixão por ursos, dos momentos de puro êxtase que vivi em Yellowstone há apenas cinco meses, contei aqui. Eu e o Vítor já DECIDIMOS: iremos lá também no Inverno, em breve. Queremos conhecê-lo rude, duro, sim, mas imaculado, momentaneamente a salvo da destruidora presença humana.

Dentro de menos de cinquenta anos, a assombrosa beleza destas imagens poderá ser apenas uma memória passada.


Estes dois impressionantes vídeos da CNN, que não consigo pôr aqui, qualquer coisa está errada, podem ser vistos nos links que deixo, que, esses sim, funcionam: Polar Bears Starving in Arctic e Polar Bears' Shrinking Habitat. Vejam, por favor!

Graças a Deus, graças à sensatez que prevaleceu, Sarah Palin não será vice-presidente dos Estados Unidos. Bem sei que é um cargo quase irrelevante, de quantos vice-presidentes americanos nos lembramos mesmo? Mas a odiosa Sarah Palin, naquele fabuloso telefonema forjado que continua a fazer as minhas delícias, quando o suposto Sarkozy, a puxar por ela, lhe disse ver nela uma futura presidente, no meio de risinhos de adolescente nervosita, admitiu, cretina e nada disfarçadamente ambiciosa, um «maybe in eight years...» Dream on, asshole! Se o mundo tiver juízo, ficarás para todo o sempre politicamente proscrita. Caçar é tão giro, não é? Até te opuseste, minha grande fdp (há alturas em que uma senhora, e eu assim me considero, tem a legitimidade e até o dever de soltar o seu palavrão), a que os ursos polares fossem declarados espécie ameaçada. Votaste contra, minha grande filha-da-puta, agora com todas as letrinhas bem explícitas, sem querer denegrir a reputação da tua progenitora, que mais valia tivesse tido um mau sucesso. Do que o mundo se livrou, quando os Americanos escolheram Obama!





A música de fundo, Canadian Road Trilogy, é do meu amado Gordon Lightfoot. Achei-a adequada. Começa por evocar os tempos antigos, a pureza inicial da Natureza intocada. Fala depois da chegada do homem branco, a grande maldição. Os meus olhos vêem desfilar uma sucessão interminável e inebriante de paisagens inesquecíveis, as Montanhas Rochosas em toda a sua esmagadora beleza...

Canadian Road Trilogy
There was a time in this fair land when the railroad did not run
When the wild majestic mountains stood alone against the sun
Long before the white man and long before the wheel
When the green dark forest was too silent to be real
But time has no beginnings and history has no bounds
As to this verdant country they came from all around
They sailed upon her waterways and they walked the forests tall
And they built the mines the mills and the factories for the good of us all

And when the young mans fancy was turnin to the spring
The railroad men grew restless for to hear the hammers ring
Their minds were overflowing with the visions of their day
And many a fortune lost and won and many a debt to pay

For they looked in the future and what did they see
They saw an iron road runnin from sea to the sea
Bringin the goods to a young growin land
All up through the seaports and into their hands

Look away said they across this mighty land
From the eastern shore to the western strand
Bring in the workers and bring up the rails
We gotta lay down the tracks and tear up the trails
Open er heart let the life blood flow
Gotta get on our way cause were movin too slow

Bring in the workers and bring up the rails
Were gonna lay down the tracks and tear up the trails
Open er heart let the life blood flow
Gotta get on our way cause were movin too slow
Get on our way cause were movin too slow

Behind the blue rockies the sun is declinin
The stars, they come stealin at the close of the day
Across the wide prairie our loved ones lie sleeping
Beyond the dark oceans in a place far away

We are the navvies who work upon the railway
Swingin our hammers in the bright blazin sun
Livin on stew and drinkin bad whiskey
Bendin our old backs til the long days are done
We are the navvies who work upon the railway
Swingin our hammers in the bright blazin sun
Layin down track and buildin the bridges
Bendin our old backs til the railroad is done

So over the mountains and over the plains
Into the muskeg and into the rain
Up the St. lawrence all the way to gaspe
Swingin our hammers and drawin our pay
Drivin em in and tyin em down
Away to the bunkhouse and into the town
A dollar a day and a place for my head
A drink to the livin and a toast to the dead

Oh the song of the future has been sung
All the battles have been won
Over the mountain tops we stand
All the world at our command
We have opened up the soil
With our teardrops and our toil

For there was a time in this fair land when the railroad did not run
When the wild majestic mountains stood alone against the sun
Long before the white man and long before the wheel
When the green dark forest was too silent to be real
When the green dark forest was too silent to be real
And many are the dead men too silent to be real

Banda sonora: Gordon Lightfoot - Canadian Road Trilogy
(click to listen)




quarta-feira, 9 de julho de 2008

I Bears!

[peço antecipdamente desculpa pela extensão deste post, que achei que ia ter dois parágrafos. Mas é que me pus a falar de uma grande paixão minha. E quando é assim... vou por aí fora.]

Aposto que não sabiam: tenho, sempre tive uma paixão assolapada por ursos, todos os ursos, de todos os tamanhos e feitios. Com especial incidência nos grandalhões, os grizzlies e os polares. Nestas coisas, quanto maior, melhor — por uma vez, more is more (e esta rima fonética, a evitar a todo o custo em prosa, agora não deu mesmo jeitinho nenhum, mas vou deixar ficar).

A coisa é capaz de vir da infância e de ser trauma. Inexplicavelmente, nunca tive um urso de peluche, imaginem! Tive carradas de brinquedos, bonecas às dezenas (sem os exageros absurdos que observo com desagrado nas crianças de hoje) e toda a parafernália que as acompanhava: mobílias, autênticas, lindas, de madeira e não de plástico, cozinhas equipadas que até tinham um peru para pôr no forno, carrinhos de bebé, a tralha toda. Nada de Barbies, no meu tempo não faziam parte do cenário. O que havia, no mesmo género, mas com muito mais classe, sem maminhas e sem o guarda-roupa espaventoso e de bradar aos céus em nylon, era a Sindy (com S, sim), uma boneca inglesa. Classy. A Sindy tinha roupas giríssimas e eu poupava as semanadas para comprar mais, aquilo era caro. A minha maior loucura foi um fato de ski, com todos os acessórios necessários, até óculos e luvas, que custou a fortuna de... setenta escudos! A minha Mãe foi contra, mas eu tanto implorei que acabou por ceder. O dinheiro era meu, e um vinte a Francês e um dezanove a Português no mesmo dia fizeram o resto do trabalho de persuasão.

Mas voltemos aos ursos, que são o que aqui interessa. Adoro ursos, pronto! Acho-os adoráveis, com aquele ar pesadão e trangalhadanças. A pancada deve ter-se consolidado aos dez ou onze anos, no Ciclo Preparatório. Tínhamos uma professora de Moral e Religião que toda a gente adorava e a quem eu tinha uma certa aversão; até era amorosa, vá lá, mas tinha o hábito enervante de nos tratar por pequenitas. E a minha embirração por diminutivos acabados em ita ou ito vem da mais tenra infância... Seja como for, a Dr.ª X (claro que não me lembro do nome) organizou a passagem de um filme sobre a vida de Jesus na sala de cinema da escola. Chamava-se E Habitou entre Nós e viria a render uma vitória fulgurante ao meu grupo numa sessão de mímica quase vinte anos depois (lembras-te, Vítor?), quando ninguém da concorrência conseguiu decifrar o raio do título (experimentem lá gesticular isto e perceberão). Como sou muito sensível a estas coisas, verti abundantes lágrimas durante a projecção do filme. Mas o melhor (Deus me perdoe!) foi o bónus: antes do filme passaram um documentário sobre Yellowstone!

A locução era brasileira e o filme devia ter cerca de dez anos, talvez um pouco mais — fim dos anos 50, princípio dos 60, parece-me. Mostrava as típicas famílias americanas, três ou quatro filhos, banheiras descomunais, cestos de piquenique bem recheados, a fazerem bicha à entrada do parque (qual delas é indiferente) e o comité de boas-vindas de luxo: ursos à espera, a abordarem os carros, a pedincharem comida. A personagem Yogi Bear dos desenhos animados (Zé Colmeia para os mais velhos, que os mais novos nem o conhecem) foi claramente inspirada nestas cenas. Triste, muito triste (o próximo post será sobre isto) , mas eu era uma criança, não podia saber que nos trinta anos seguintes todos os crimes por nós cometidos iriam fazer perigar dramaticamente este planeta. A Wednesday escreveu ontem um post que me fez pensar imediatamente nisto. Mas o que me ficou desse filme, mais do que qualquer outra coisa, foi o desejo de ir a Yellowstone e ter a minha quota-parte de ursos. Tinha ficado irremdiavelmente apaixonada.

No momento em que entrámos em Yellowstone comecei a deitar olhos de lince ansiosos em volta, investigando cada sombra. O Vítor percebeu-me logo, «não descansas enquanto não vires um urso.» Era verdade. A criança de havia tantos anos estava ali, e estava numa ansiedade febril. Passámos quatro dias (três noites) em Yellowstone, o parque é gigantesco. Quando seguíamos pelas estradas eu já debitava em voz alta monólogos insinuantes e parvos que muito o faziam rir. «Ursosos (adoro diminutivos acabados em oso ou osa, de minha invenção pessoal, sendo que os mais bonitos de todos são aplicados a minhas Pinxejas: a barrigosa, a patosa...), a Tia Teresa está aqui... Apareçam (aparexam, confesso...), não façam isso à Tia Teresa... Ursosos, a Tia Teresa fica inconsolável se os meninos não aparecerem...»

Ao terceiro dia, ao fim da tarde, ao virar de uma curva, demos com um número avantajado de carros parados, o que nos parques nacionais quer dizer vida selvagem. Demasiados carros para serem alces, ou bisontes, ou corças, muito mais fáceis de avistar. «Cheira-me que vais ver o teu primeiro urso...», disse o Vítor.

E era mesmo! De repente, do meu lado, avistei uma forma escura. Que se foi aproximando...

Bichanei um incrédulo e maravilhado «É um ursoso!» ao Vítor.

Contentem-se com estas fotografias, que são o que há. Não me parece que vos apeteça ver manchas vagas de um lombo castanho-escuro, quando ele começou a afastar-se, e eu tão histérica que disparava às cegas, a objectiva a capturar árvores e outras coisas indistintas e medonhamente desfocadas, tudo menos o que interessava: o ursoso!!!

Minutos mais tarde, mais adiante na estrada, repetiu-se a cena. Todo um aparato de carros parados, parámos também. E eis senão quando, pela berma, novamente do nosso lado, distingui uma forma mais clara, de um castanho quase caramelo, semi-oculta pela erva alta. De súbito fez-se visível, em toda a sua beleza: era também um black bear (a bossa dos grizzlies nas costas e a cabeçorra mais larga, de orelhas arredondadas, fazem-nos inconfundíveis, seja qual for a cor), julgo que um adulto muito jovem, aí de dois anos, a viver o seu primeiro Verão de independência, que só se separam da mãe lá pelo ano e meio.

Sabem que mais? Deus estava a olhar para mim, Deus tinha ouvido as minhas preces, Deus tinha ouvido os meus monólogos cretinos a interpelar os ursos. Aquele parou, por um qualquer insondável desígnio, a menos de dois metros de nós e do nosso vidro descido, e pôs-se a trincar a erva. Tão perto que o ouvíamos mastigar. A certo momento, sacou da patosa para puxar a si um feixe mais viçoso de erva e nós suspirámos, embevecidos. Tão embevecidos que só mais tarde, ao inspeccionar as fotografias, verifiquei que não tinha UMA ÚNICA daquele milagre. Na excitação de querer vê-lo e fotografá-lo ao mesmo tempo, alguma coisa tinha de falhar. Falharam as fotografias, lamento lamentar. As imagens ficam comigo para sempre: a crock of gold (mais um).

É que disparei repetidamente a esmo, no deslumbramento daquela visão que era um sonho de anos, muitos anos. Não me parece que vos apeteça ver imagens da sua refeição, a erva tenríssima que o fez parar ao nosso lado. Se quiserem, é só pedir: tenho imensas. Deixo-vos só esta, a única que me ficou a documentar que esta beldade esteve mesmo a meu lado, e que a Criação é coisa perfeita: o meu adorável ursoso já a afastar-se. Foi o que se aproveitou. Paciência. A crock of gold. Nunca esquecerei.

Foi o que se pôde arranjar. Eu tenho mais pena, acreditem

P.S. Viria a ver mais quatro ursos. Mas todos muito ao longe, e ao lusco-fusco. Mas a emoção foi sempre a mesma. Tenho de voltar. Não vi um único grizzly!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sonho quase impossível de realizar

Assistir a este maravilhoso espectáculo ao vivo, em plena Natureza! Em miúda cheguei a ter um poster destes no quarto.

Ursos à pesca de salmão, quando este sobe os rios para regressar ao seu rio natal, na Primavera.

(Fotografia de First People)