Gostei deste desafio

Fartei-me de espernear com os desafios que me passaram. Dois, concretamente. E avisei logo com toda a clareza possível que de futuro todos seriam implacavelmente recusados, doesse a quem doesse, tivessem lá santa paciência.

A não ser... Pois. A não ser... Quando a Thunderlady me comunicou que eu estava desafiada (mais uma vez..., Deus tenha compaixão de mim!), pus os olhos em alvo e lá fui resignadamente espreitar o cantinho dela, já a preparar mentalmente palavras de rejeição delicadas sem deixarem de ser enérgicas.

Quem diria? E não é que este desafio é cá dos meus? Pretende a minha amiga saber os títulos das minhas cinco últimas leituras, deverei seguidamente perguntar o mesmo a cinco outras pessoas.

Um esclarecimento necessário: como de há uns meses para cá ando em fase de releituras (quanto mais velha fico mais vou tendo este vício), todos estes livros estão neste momento à minha cabeceira, somando-se a uns quantos que lá têm lugar cativo. Estou a ler tudo ao mesmo tempo, na minha velha e vã tentativa de abraçar este mundo e o outro.

Neste momento são estas as minhas leituras, todas ainda em curso:

Who Killed Classical Music?, Norman Lebrecht. Livro apaixonante deste senhor com assento permanente no Evening Standard. Tão apaixonante que, quando o li pela primeira vez, me pus à cata de outras coisas dele, encomendei-as na Amazon. Adorei o The Maestro Myth. O tão prometedor When the Music Stops assistiu ao meu maior ataque de fúria nos últimos cincos anos. É o mesmíssimo livro, só que com título diferente nos Estados Unidos (coisa que a Amazon não refere). Devolvê-lo implicaria esforço e despesa adicional, ofereci-o a um amigo. Mas registei o facto no meu livro de rancores.

Avenida de Roma, Duas da Tarde, do meu amigo Jaime Roriz. Um livro de crónicas que se lê de um fôlego e com o qual ando a lutar há quatro dias, porque o Jaime pediu que lhe deitasse o meu olho crítico e aquilo saiu cheio de asneiras. Devo dizer que não esperava isto da Minerva.

La Voix Humaine, Jean Cocteau. Sempre a minha paixão por teatro. Este texto é definitivamente para uma voz, soa pobre quando lido. O meu treino supre a lacuna, consigo imaginá-lo em palco. E apiedar-me.

O Conde de Abranhos, Eça de Queirós. Há sempre qualquer coisa dele à minha cabeceira. Este amor não morre.

The Go-Between, L. P. Hartley. Um dos livros da minha vida. Tive de voltar a ele depois do presente do José.

Passo delicadamente o pedido de listagem semelhante só a mulheres. Que também odeiam desafios parvos, como eu. Mas que julgo que a este responderão com prazer.

São elas:

Actriz Principal - Biografia Desastrada
AEnima - Edições Banais
Carla - Engomo Roupa a Menos
Diabba - Inferno da Diabba
Maria - O Consultório da Maria

E agora, meninas... vá lá! Não me deixem ficar mal!