Os melhores prémios
Muito se fala desta estranha comunidade que é a blogosfera. Dos enormes inconvenientes do anonimato que permite.
Pois eu, meus caros, sinto-me privilegiada. Até hoje só tenho encontrado simpatia, generosidade, solidariedade, vontade de ajudar, disposição de ensinar. Sem qualquer expectativa de retribuição. Tenho feito aqui bons amigos.
A Diabba (minha cúmplice e do meu amigo Manel, do grupo do Liceu, numa patifaria divertidíssima que temos em mãos), foi a primeira, logo seguida do Rafeiro Perfumado - que visitei pela primeira vez porque o nome me arrancou uma enorme gargalhada; considero-os os meus padrinhos neste universo. Aliás foi pela mão da lista de links do Rafeiro que cheguei a outros blogues que aprecio muitíssimo, como os das minhas queridas Actriz Principal e AEnima.
Mas há mais pessoas. O Afgane e sua ex-mulher, a querida Kuska, que não tem blogue mas vem sempre aqui comentar, e que há dias me enviou um presente que me encantou (obrigada, Kuskinha). O Morsa, sempre amigo... A lista é longa.
Ainda assim, tenho de destacar quatro pessoas:
O Luís Serpa, do Don Vivo, onde fui encontrar estas palavras que me tocaram imensamente: «E vou, também, agradecer a distinção à Teresa, do Gota de Ran Tan Plan. O Gota é um blog infinitamente bom, com excelente música, um português como já não se vê em lado nenhum, e um bom gosto que mais não é, aposto, do que a capa atrás da qual se resguarda uma sensibilidade fina e delicada.
A Maria, que teve o descaramento de me nomear novamente para o Thinking Blogger Award, «pela rectidão e pela doçura» (palavras dela, que agradeço do fundo do coração; o prémio foi recusado, as palavras ficam comigo como coisa preciosa).
O Eskisito, seu marido, autor desta nova encadernação - tão bonita - da Gota de Ran Tan Plan, que muito trabalho lhe deu. Este casal entende-se bem em tudo. Se um diz mata, o outro diz esfola... Então não é que também ele teve a audácia de me nomear para o tal TBA? «Cara Teresa, atreve-te a recusar este...», provoca-me ele. Ai atrevo, sim senhor!
Deixo para o fim o querido José Quintela Soares, do Arte Sétima e do Opera per Tutti. Temos duas enormes paixões em comum: cinema e ópera. O José proporcionou-me um fim-de-semana de luxo. Vejam os maravilhosos presentes que dele recebi!
The Go-Between (em português O Mensageiro) é um dos muitos filmes da minha vida. Joseph Losey conseguiu fazer uma adaptação escrupulosamente fiel de um livro que é dos tais que sempre terão de estar onde eu estiver. «The past is a foreign country, they do things differently there...» Acontece que continua por editar em dvd, apesar de tanto lixo perfeitamente dispensável encher as prateleiras da FNAC.
Espreitem a abertura, ao som da obcecante banda sonora de Michel Legrand, que nunca encontrei em disco...
Também Love Among the Ruins, do grande George Cukor, produzido para a televisão em 1975, continua por editar em dvd. Um duelo de gigantes: Lord Laurence Olivier e Katharine Hepburn. Tinha-o visto uma única vez, há cerca de vinte anos, e nunca o esqueci. A capa que o José me enviou é bem mais bonita, mas o meu scanner anda com pouca vontade de cooperar.
84 Charing Cross Road. Com o disparatado título português de A Rua do Adeus. No Brasil e em Espanha teve tratamento igualmente brilhante: Nunca Te Vi, Sempre Te Amei e La Carta Final... Desconhecia-lhe em absoluto a existência, foi o José quem me falou dele. Realizado em 1987, comoveu-me estranhamente. Sir Anthony Hopkins, a já desaparecida Anne Bancroft e Dame Judy Dench num pequeno papel. Um filme que entra direitinho no coração de todos os amantes de livros. Revi-me encantada nesta frase da protagonista sobre livros usados: «I love inscriptions on flyleafs and notes in margins. I like the comradely sense of turning pages someone else turned and reading passages someone long-gone has called my attention to.»
Mas julgam que o José se ficou por aqui? Não! Ofereceu-me ainda Easter Parade, um eterno clássico. Realização de Charles Walters, 1948, música do grande Irving Berlin (que recebeu um Oscar pela banda sonora), Fred Astaire e Judy Garland no seu melhor. Confesso que vi pelo menos quatro vezes os fabulosos números Stepping Out With My Baby e A Couple of Swells. Há tempos encontrei este último no Youtube, mas infelizmente foi retirado.
Por último (sim, ainda há mais!), e porque somos ambos crazy opera lovers, um concerto memorável do grande Alfredo Kraus, senhor de voz linda. Teatro Real de Madrid, 1998, uma das suas últimas actuações. Deixou-nos a 10 de Setembro de 1999.
Cantou muitas vezes em S. Carlos, que lhe era muito querido - foi o Alfredo da Traviata nas únicas vezes que Maria Callas e a minha idolatrada Dame Joan Sutherland cantaram em Lisboa. Um tenor inesquecível.
Obrigada, José, por este presente para o qual nem encontro adjectivos suficientemente expressivos!
Olá Teresa
ResponderEliminarde quando em quando visito o seu blog, e hoje, face aos elogios feitos ao José, não posso deixar de comentar.
Ele é uma pessoa fantástica. Conhecê-lo é uma dádiva, por tudo de quanto a sua essência é capaz.
Foi pelas suas mãos que também conheci o "84 Charing Cross Road", de que, quanto ao espaço da livraria, retive uma outra frase... "uma mistura de mofo, poeira e idade"
Continuando nos cheiros, para mim uma eterna sedução, o José é cheiro a classe, bom gosto e educação :)
Bom dia para si.
Olá Teresa,
ResponderEliminarNão posso estar mais de acordo consigo. O nosso comum amigo José é um grande senhor.
Um beijo para si.
O quê, nem a minha péssima interpretação de vítima tvi te amoleceu esse coração????hã???
ResponderEliminarsnif...snif....
E agora? Ainda não?
BUÁÁÁÁÁ!
Estás quase a ceder...I can feel it!Ou não...
Ou seja, estás-te a fazer ao prémio sólido...tou a brincar obviamente...
ResponderEliminarObrigado por ser citado de forma tão elogiosa no teu blog. E, tens razão, a blogosfera é sem dúvida um local bonito, porque entre a nossa blogofamília só passam pessoas de bem.
Gostei bastante da música nova...mesmo muito.
Beijos
Maria e Eskisito,
ResponderEliminarEste casal até me visita em conjunto!
Não, Maria, não cedo mesmo... :)
Eskisito,
Quem está grata sou eu, e bem sabes.
Eu tenho loucura por este concerto de Vivaldi, de que o que aqui está a tocar é oi segundo andamento. Já que gostaste tanto vou enviar-to por mail.
Um beijo aos dois.
Realmente é fantástico... as cumplicidades e carinho q desenvolvemos com pessoas daqui e dali.
ResponderEliminarNós q hoje nos viramos tantas vezes para dentro... muitas vezes não mostramos a quem está ao nosso lado certas coisas q amamos e apreciamos e atrvés deste meio, conseguimos expressar-nos, dizer piadas, e mostrar tanto de nós.
q assim continue a ser... um belo local para passear e nos fazer um pouco mais felizes.
beijocas
Peste,
ResponderEliminarBelas palavras, e cheias de verdade. Que assim possa ser sempre!
Um beijo.
Escreveste sobre mim:
ResponderEliminar"minha cúmplice e do meu amigo Manel, do grupo do Liceu, numa patifaria divertidíssima que temos em mãos"
Eu nego tudo!! sou um doce de diabba, informo até, que tenho asas brancas e estou quase quase a usar uma auréola!
Não sou de patifarias, muito menos das divertidas!
hihihihihihi
(raspando-me a correr) beijos d'enxofre
Diabba,
ResponderEliminar... está bem, abelha...
Beijo...
Querida Teresa,
ResponderEliminarObrigado pelas suas palavras, mas na verdade eu é que lhe estou muito grato por me trazer até à blogosfera e por me ajudar a integrar nela, isto já para não falar no esclarecimento de dúvidas e resolução de problemas. Também foi a partir da Gota que fui viajar por novos espaços, conheci blogs e bloggers. Por tudo isso muito obrigado.
Beijos
olá!
ResponderEliminaraqui estão dois filmes que adoramos o de Losey, tão esquecido que ele anda e esse filme de livros passado durante a segunada grande guerra, se o primeiro está desde sempre no nosso coração ao lado de "Longe da Multidão" também com os mesmos actores, já o segundo é daquelas películas que só os amantes de livros e leitura são os verdadeiros "intérpretes".
beijinhos
paula e rui lima
Olá Teresa
ResponderEliminarSó hoje tive oportunidade de ver este seu post.
Fico grato pelas amáveis referências que me são dirigidas,mas que sinceramente acho não merecer.
Agradeço igualmente a teresamaremar a generosidade com que me tratou.
José,
ResponderEliminarObviamente que não há lugar a agradecimentos da sua parte... :)
Tenho a certeza de que a Teresamaremar concorda comigo.