Em Setembro de 2002 decidi que estava na altura de encontrar uma companhia para Messy, que passava demasiadas horas sozinha. Cortava-me o coração quando, ao virar a esquina da rua para voltar a casa, a via à janela, um arzinho melancólico que fazia dó. Mal avistava o meu carro saltava imediatamente para o chão e corria para a porta, para me receber.
Telefonei para o veterinário, a perguntar se sabiam de ninhadas recentes para adopção. Nada. Telefonei para a União Zoófila. Idem. E depois fui à Arca de Noé, um fórum de amigos dos animais no qual já tinha feito dois bons amigos. Procurei os anúncios para adopção e deparei com esta beldade.
O click foi imediato. Ver e amar foram obra de um segundo, todo o coração me fugiu logo para ela. Telefonei imediatamente à pessoa que punha o anúncio e respirei de alívio por saber que ela ainda não tinha sido adoptada. Tinha-lhe aparecido no quintal, não percebia como, e não poderia conservá-la muito mais tempo, por causa dos cães.
O senhor morava na Av. da Igreja e combinámos encontrar-nos nessa mesma noite, depois do jantar, hora a que ele estaria livre. Calhava lindamente, já tinha combinado jantar com o Vítor, cuja casa era pertíssimo.
Foi assim que ele ma trouxe, nesta caixa de sapatos, este bebé minúsculo, um besnico adorável.
Percebi que a sua família de acolhimento temporário a tinha tratado muitíssimo bem, tanto que até lhe tinham feito várias fotografias, que me foram enviadas no dia seguinte.
Para terem ideia de quão pequenina era, basta contar-vos que passei o volante ao Vítor para poder ir com ela ao colo e ela, a trepar por mim acima e a enroscar-se-me no pescoço, acabou por enfiar a cabecinha numa das minhas argolas (que eram bastante grandes), em jeito de gargantilha.
Quem a viu e quem a vê! Hoje é esta gigantone.