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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mexer na perfeição


Ontem à noite resolvi ver o remake de 2008 de um filme que é um dos muitos que são da minha vida: The Women. Não se mexe no que é perfeito, os resultados deixam quase sempre muito a desejar, e este não foge à regra. Neste momento só me lembro de dois remakes que não me decepcionaram: o de Dial M for Murder, de Hitchcock, que resultou em A Perfect Murder, com Michael Douglas, Gnyneth Paltrow e Viggo Mortensem, e Lolita, na versão de 1997 de Adrian Lyne, com Jeremy Irons.

The Women tem uma autêntica constelação de nomes sonantes, à cabeça a óptima actriz que é Anette Bening, mas nem assim se safa. É frouxo, é fraquinho, não tem chama, falta-lhe garra. Pretender compará-lo com o glorioso original de George Cukor, de 1939, chega a ser ofensivo. Cukor, conhecido por ser um realizador de mulheres (todas as actrizes o adoravam), estava no seu elemento. O ritmo, os diálogos cheios de vivacidade, o veneno, as fabulosas vilãs de Joan Crawford e Rosalind Russel, a magia e o luxo da época que antecede a guerra, tudo o transforma numa coisa deliciosa. São 135 mulheres numa alegre confusão, em momento algum se avista um homem ou se ouve uma voz masculina. And it's all about men! Se tiverem oportunidade, não percam, vão ver que não se arrependem.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Noites de Inverno


O prazer de revisitar uma obra-prima. Oscar para melhor filme de 1940. Há quase 72 anos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Programa para esta noite


É daqueles filmes que nos serenam a alma, apetece-me revê-lo. Tinha-o em VHS, tenho-o em DVD há mais de um ano. Começou por ser um romance, foi mais tarde uma peça de teatro, acabou por ser filme em 1992. A grandiosa Joan Plowright, viúva de Lord Laurence Olivier (um dos maiores actores de sempre, o grande amor da também mítica Vivien Leigh, que começou a morrer no dia em que ele a deixou) rouba completamente a cena sempre que surge no ecrã. Ganhou um merecidíssimo Golden Globe, tal como Miranda Richardson.

Porque rir é a coisa que mais gosto de fazer na vida, e porque se trata de um filme hilariante. Votado em 21.º lugar na lista das cem melhores comédias de sempre do American Film Institute (lista aqui). Não o revejo há mais de vinte anos, comprei-o esta semana por € 1,95 no quiosque de jornais frente ao Colosso, parece que acompanhava o Correio da Manhã. No elenco o genial John Cleese e Michael Palin (Monty Python, estamos conversados), Jamie Lee Curtis e Kevin Kline, um actor que é dos que eu mais adoraria poder ver em palco.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

I ♥ Amazon (parte nem sei quantas)

Na quinta-feira passada, no Colosso, a Joaninha falava-me empolgada (pela segunda vez em poucos dias) de Inception, o filme que tenho de ir ver quanto antes. Trabalhamos como umas condenadas, é certo, mas também se arranjam uns minutinhos para descomprimir. Fomos ver como estavam as críticas ao filme na imdb. Acima de 9 (em 10!). Para podermos estabelecer comparações, começámos a investigar outros títulos. O primeiro que me ocorreu procurar foi The Shawshank Redemption, indiscutivelmente um dos filmes da minha vida. E foi assim que descobrimos duas coisas: está em n.º 1 no ranking de votações da imdb (mais de meio milhão de votos, podem consultar a lista aqui), Inception ocupa neste momento o 3.º lugar. De caminho descobri também que a Joaninha nunca tinha visto The Shawshank Redemption (ter apenas 29 anos tem destas coisas, não pode ser tudo bom). Prontifiquei-me a emprestar-lhe o filme. 

À noite, chegada a casa, tirei o filme da estante. Tinha-me sido oferecido por um amigo ainda antes de eu ter sequer leitor de DVD, tão ciente estava da minha paixão por ele. Era uma edição nacional, unicamente com legendas em português, legendas que as opções do filme nem permitiam tirar. Não passou dessa noite, Amazon comigo! E encontrei esta soberba edição com três discos e ainda o script. O preço foi anedótico, 12 libras e pouco, um DVD da Floribela é capaz de ser mais caro na Fnac.

Chegou hoje, é esta beleza.

É significativo que, quando comecei aqui a falar das cenas de filmes da minha vida (que não integram forçosamente filmes da minha vida, mesmo acumulando na maior parte das vezes), tenha sido justamente uma cena deste filme a primeira escolhida. Parece-me impossível ficar insensível a esta cena, goste-se ou não de Ópera, goste-se ou não de Mozart (será possível?). No meu caso, sabe-se, é duplamente grave. Não resisto a voltar a pô-la aqui.




Sim, é a mesma gravação do filme, dirigida por Karl Böhm, Gundula Janowitz (Condessa) e Edith Mathis (Susanna).

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Gente Vulgar, ou a perda

Revi hoje, finalmente, o filme que foi a estreia de Robert Redford como realizador em 1980 e que ganhou quatro Oscars, quatro dos mais nobres: melhor realização, melhor filme, melhor argumento adaptado e melhor actor secundário.

Tinha-o visto uma única vez, quando estreou, Setembro ou talvez já Outubro de 1981, tinha eu 21 anos acabados de cumprir, e foi um coice poderoso no estômago. Vi-o com o M. no Berna, numa época que foi de grande felicidade na minha vida. Hoje, na véspera de só me faltar um ano para os 50 anos, em plena maturidade, atingiu-me ainda mais em cheio.

Atingiu-me tão em cheio que por várias vezes parei a imagem para pensar, para digerir, para ir buscar Proust à estante. A densidade do filme é tão grande que fiquei espantada quando vi a duração: 119 minutos. Pareceu-me coisa de horas e horas, tantas imagens me trouxe à memória.

Gente Vulgar conta a história de como pai, mãe e filho lidam com a morte do irmão mais velho, que morreu num acidente. O filho que sobrevive, Timothy Hutton (ganhou o Oscar), tenta lidar também, agravadamente, com a culpa, e percebemos algures que tentou suicidar-se a seguir. Com tal temática, fácil seria descarrilar para o melodrama e a lágrima fácil. Tal não acontece, a contenção (maravilhosamente desempenhada por Mary Tyler Moore, que chegamos a detestar) é admirável. Donald Sutherland, marido e pai (de caminho é o pai de Kiefer Sutherland, de 24) tem um dos papéis da sua vida. Além de ter, evidentemente, uma das vozes mais avassaladoras que conheço, só a de Jeremy Irons a bate.

Lembrei-me da Graça. Lembrei-me muito da Graça. Conheci a Graça no Inverno de 1992, quando entrei para um grupo de reflexão sobre a Bíblia, na Igreja de S. João de Deus. Cedo se criaram afinidades. Quase sempre, a seguir às reuniões, eu, a Graça e a Claudine (francesa radicada em Portugal havia muitos anos, e que me me emprestou Renan) acabávamos em frente, na Mexicana, a tomar um café e a prolongar a conversa.

A Graça teria então, mais coisa menos coisa, a idade que eu tenho agora. Tinha-se juntado àquele grupo para tentar aceitar aquela que, acho, só pode ser a maior dor desta vida: a perda de um filho.

O Filipe tinha 20 anos e era um miúdo lindo (claro que vi muitos retratos). O Filipe era um miúdo exemplar, andava no Técnico e tinha notas fantásticas. O Filipe nem sequer fumava, o Filipe nem sequer bebia, tirando talvez, aqui e ali, uma cerveja. O Filipe, evidentemente, menos ainda tinha contacto com drogas. O Filipe tinha muitos amigos e saía à noite, como é normal. Nem era de voltar muito tarde, mas a Graça (mãe é mãe) estava sempre alerta. Naquela noite de sexta-feira a Graça ouviu-o chegar, falaram um com o outro, ela do quarto, a querer ir arranjar-lhe um copo de leite morno, ele do corredor, a dizer que não, que não lhe apetecia nada, só queria dormir, e que no dia seguinte tinha combinado ir estudar com um colega, pediu-lhe para o acordar às dez horas.

Às dez horas da manhã, quando a Graça entrou no quarto para o acordar, o Filipe estava morto. O lindo miúdo de apenas 20 anos e de vida regrada tinha morrido sozinho de ataque cardíaco que nenhum médico soube explicar. Foi por isso que eu e a Graça nos conhecemos, ela tentava desesperadamente encontrar uma explicação divina para aquela tremenda injustiça. De caminho, contou-me que o seu casamento de vinte e tal anos estava a vacilar, foi então que eu soube que grande parte dos casamentos não sobrevive mais de um ano à perda de um filho (há estatísticas).

Tudo isso está em Gente Vulgar. De maneira diferente, claro, porque cada história é uma história. O marido da Graça era bem a personagem de Mary Tyler Moore, e a Graça culpava-o por isso.

De caminho percebi também hoje, na véspera dos meus 49 anos, que talvez o meu caminho tivesse sido mais suave se não tivesse a mania de resolver tudo sozinha. Poucos meses depois de ter visto o filme, um psiquiatra talvez tivesse podido ajudar-me muito. Cheguei lá. Mas não foi fácil, nada fácil. E pedir ajuda não é vergonha para ninguém, pois não?

A cena final de Gente Vulgar (Ordinary People).



quinta-feira, 4 de junho de 2009

David Carradine

Amanhã, havendo tempo, escreverei sobre esta estranha e ainda não completamente desvendada morte, que me apanhou de surpresa, a notícia a aparecer-me no precioso Google Desktop quando eu estava a fechar isto.

Tinha uma voz linda. E Kill Bill (principalmente o volume 2) é um dos filmes da minha vida. Terei de escrever sobre ele, tão antagónico parece ser em relação a mim. Não é?

Gostaria de poder pôr aqui agora um fragmento da assombrosa banda sonora do filme, mas terá de ficar para depois. Fica só este grande monólogo:

Bill: As you know, I'm quite keen of comic books, especially the ones about superheroes. I find the whole mythology surrounding superheroes fascinating. Take my favorite superhero; Superman, not a great comic book, not particularly well-drawn, but the mythology; the mythology is not only great, it's unique.
Now, the staple of the superhero mythology is; there is the superhero and there is the alter ego. Batman is actually Bruce Wayne, Spiderman is actually Peter Parker; when that character wakes up in the morning, he's Peter Parker. He has to put on a costume to become Spiderman and it is in that characteristic, Superman stands alone. Superman didn't become Superman, Superman was born Superman. When superman wakes up in the morning, he's Superman. His alter ego is Clark Kent, his outfit with the big red “S”. That's the blanket he was wrapped in as a baby when the Kents found him. Those are his clothes. What Kent wears; the glasses, the business suit, that's the costume; that’s the costume that Superman wears to blend in with us. Clark Kent is how Superman views us, and what are the characteristics of Clark Kent; he’s weak, he’s unsure of himself, he’s a coward. Clark Kent is Superman’s critique on the whole human race, sorta like Beatrix Kiddo and Mrs. Tommy Plympton.


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cenas de filmes da minha vida #22: Ligações Perigosas

A cena final.

Depois da morte do Visconde de Valmont, que entrega as cartas a Danceny, as maquinações da Marquesa de Merteuil são agora do domínio público. A explosiva Carta LXXXI (vide entrada anterior) choca o tout Paris. A Marquesa é vaiada na ópera.

Nem vale a pena comentar, tão poderosa a cena é, tão mágica é a representação de Glenn Close.

domingo, 17 de maio de 2009

Cenas de filmes da minha vida #21: Ligações Perigosas

É impossível não voltar mais vezes a este magnífico filme de Stephen Frears. E à incomparável Marquesa de Merteuil que foi Glenn Close. Como tal, não consigo perdoar à Academia o ter dado o Oscar a um grande desempenho, estamos de acordo — Jodie Foster, de quem gosto muitíssimo, em Os Acusados —, mas que não chega às alturas que este de Glenn Close atinge.

Já no ano anterior acontecera a mesma coisa: Cher, com uma prestação muito competente, mas não muito mais do que isso, levou a estatueta para casa. Devia, na minha modesta opinião, ter sido Glenn Close a ganhar, com a sua arrepiante personagem em Atracção Fatal, Alex Forrest. O American Film Institute, numa listagem dos maiores heróis e vilões da história do cinema, dá-lhe um destacadíssimo 7.º lugar (a única mulher que lhe ficou à frente, em 5.º lugar, foi Louise Fletcher, como Enfermeira Ratched em Voando Sobre Um Ninho de Cucos) na lista dos vilões.

Nesta cena magistral de Ligações Perigosas, a Marquesa de Merteuil conta ao seu antigo amante, actual cúmplice e em breve inimigo mortal, o Visconde de Valmont (John Malkovich, também insuperável), como construiu a sua persona de sociedade. A descrição é uma parte da celebérrima Carta LXXXI do livro (podem ler o original aqui), da qual virão a ser retiradas pelo menos mais duas cenas — ainda não encontrei a magnífica cena com Cécile de Volanges (Uma Thurman, brilhante na sua estreia no cinema), mas ainda não perdi a esperança...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Ligações Perigosas: uma outra visão

Foi graças à Ana que conheci a Marie Tourvel e os seus fabulosos pocket classics, tendo então começado a ler o seu As Letras da Sopa. Não muito tempo depois, transpondo por uma ponte virtual o tanto mar a separar-nos, a Marie começou a colaborar regularmente no Porta do Vento, que a Ana tem vindo a transformar num grande salon, como os entendiam os séculos XVIII e XIX.

E o que são os pocket classics? São irreverentes resumos mesmo muito resumidos que a Marie faz dos grandes clássicos da Literatura, para permitir a um fictício bilionário, rico como Creso mas profundamente ignorante, alardear uns lustres de aparente cultura que lhe permitam fazer figura nos novos círculos em que se movimenta, sempre pelo braço da sua Sheyla Shirley, que imaginamos mais alta, curvilínea e fogosa, a gastar-lhe o dinheiro a rodo e a ter as suas discretas escapadelas.

Ora hoje, justamente hoje, a Marie, dona deste escancarado e radioso sorriso, faz anos (parabéns, Marie!). A aniversariante é ela, mas quem recebe o presente somos nós: mais um pocket classic. E que pocket classic! Logo Ligações Perigosas, de Choderlos de Laclos! Um dos livros da minha vida, muitas vezes relido. Tal como é um dos livros da vida da Ana. E da Marie, claro... ou acham que o nome dela pode ser fruto do acaso? E diz-me uma coisa, Marie... estou enganada ou este livro foi precisamente um dos desafios que te lancei há meses?

Sem mais delongas, no português saborosíssimo do Brasil, com uma graça só dela, aqui fica o seu resumo, que por certo beneficiará muito boa gente que também gosta de aparentar ter lido o que não leu (nem nunca teria paciência para ler). Para esses, será útil (muito) visitar o Porta do Vento, onde encontrarão os links tão esclarecedores que a Marie teve a bondade de deixar.

Demorou, bilionário, mas finalmente consegui mexer com as ligações perigosas. Não, não é nenhuma negociata ilícita com dinheiro público, embora as baixarias do século XVIII que acontecem neste livro de Pierre Choderlos de Laclos fossem feitas com dinheiro público, sim. Mas dos parisienses; portanto... O livro é escrito de forma epistolar. Os personagens trocavam cartas. Por elas não só se sabe sobre os eventos e acontecimentos, mas também sobre os sentimentos (sic) de Merteuil e Valmont. Calma que eu já explico quem são os bacanas. Bem, meu nome aparece no livro, se bem que ela era Marie de Tourvel. Fui batizada sem o “de”, muito provavelmente porque não sou “de” ninguém. Sou só Marie Tourvel, a tonta. Choderlos de Laclos era um tenente do exército francês e nas horas vagas, só nas horas vagas, resolveu escrever, bem no espírito do século XVIII, sobre cinismo, cafajestadas e similares das igrejinhas, clubinhos e confrarias do século , ora, ora, XVIII. E tome nabada na pobre e tola Marie. Resumão:

Marquesa malvada, cínica, vivaz e libertina se diverte vingando-se de quem não quer comê-la mais. Encontra em seu ex-amante, Valmont, um aliado de respeito. Um canalhinha, cafajeste, daqueles que sabem dar uma de direita bem dada. Valmont quer comer a marquesa mais uma vez, mas para isso precisa seduzir uma virgenzinha e comer uma mulher casada ultrarreligiosa, a tola, porém, instigante, Madame de Tourvel. Consegue tudo. Mas não contava com duas coisas: a Marquesa de Merteuil era uma tratante ciumenta – mulher comum, e Marie de Tourvel, uma gostosa pela qual se apaixona perdidamente. Cafajeste tem mais é que... bem, deixa eu ficar quieta. No fim, a pobre Marie morre, Valmont morre e Merteuil pega uma doença bem barra pesada que lhe arranca até um olho. Se os maldosos fossem castigados assim...

Me convida para essa rodinha, bilionário? Eu adoraria tomar um prosecco de qualidade boa e ao mesmo tempo ouvir as digressões dos cafajestes intelequituais. Quando tocarem no nome deste romance, não saia logo dizendo que viu o filme com a Michelle Pfeiffer, hein? Embora o filme de Stephen Frears seja uma obra prima, você sabe como é intelequitual, sempre prefere o livro. Não que geralmente livros não sejam melhores que filmes, mas, neste caso, Frears mandou muito bem. Na largada já tasque que esta narrativa de amor, duplicidade e arte de sedução, ainda hoje está bem presente na nossa imaginação coletiva. Se não entende, vai entender agora: pegue sua querida esposa Sheyla Shirley. Ela tem um clubinho ao qual pertence, não tem? Dá só uma analisadinha e vai entender o que eu quis dizer. Diga que ao mesmo tempo em que choca, delicia. Sim, é uma delícia assistir à crueldade da Marquesa. Diga que as tentativas constantes de Merteuil e Valmont de se ultrapassarem nas maldades têm conseqüências desastrosas como o ciúme, e isso mina os seus princípios defeituosos. O romance é escrito de forma epistolar perfeita. Porque do relato dos acontecimentos é que os dois protagonistas do romance retiram prazer – partilhado com o leitor. Você perceberá que os intelequituais defenderão veladamente as peripécias da marquesa e no fundo consideram Valmont um tonto que se apaixona pela infeliz Marie. Porque no fundo, bilionário, eles gostam mesmo é de igrejinhas, clubinhos e confrarias que destroem a alma das pessoas. Mas você também gosta, não é? Eu também gosto. Todos gostamos. Ora somos Merteuil, ora somos Marie. É da vida. Mas até que é gostoso assistir vez em quando Marquesas se morderem de ciúme, não é? No fundo são serezumanos, minhoquinhas que sentem como as Maries, só que com uma ponta de cinismo.


Embora meu destino seja ser Marie para sempre, tenho como objetivo experimentar o cinismo de Merteuil. Mas sempre com prudência, pois lembro bem de Bertrand Russell, que disse: “Cinismo é combinação de comodismo com impotência.” É, faz sentido...

(Se quiserem, dêem um pulinho lá nas minhas “Letras” daqui a pouco. Tenho surpresas e mais surpresas para os bilionários e os queridos comentaristas daqui.)

Segue um vídeo para ilustração, bilionário:



sábado, 25 de outubro de 2008

Cenas de Filmes da minha vida #20: Four Weddings and a Funeral

Foi o post mais recente da Ana que me lembrou esta cena.

Vivo no terror de perder os que amo. Deus sabe que já tive perdas dolorosas, quisera Ele que não tivesse mais nenhuma. Quando revejo esta cena penso em certas pessoas, que não suporto sequer a ideia de que possam partir antes de mim. Elas sabem quem são.

Funeral Blues (Song IX)

Stop all the clocks, cut off the telephone.
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling in the sky the message He is Dead,
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever, I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun.
Pour away the ocean and sweep up the wood;
For nothing now can ever come to any good.


W.H. Auden

sábado, 7 de junho de 2008

Cenas de filmes da minha vida #18: A Educação de Rita

Tudo neste filme me faz vibrar, a começar na deliciosa ambiguidade do título original: Educating Rita. A tradução portuguesa está correcta (os espanhóis chamaram-lhe, também correctamente, Educando a Rita). Mas pode ser qualquer coisa diferente: Rita, a Educadora...

Acredito que quem viu este filme de 1983, realizado por Lewis Gilbert, nunca o esqueceu, tanto nos envolve. A mim fez-me (faz-me) rir, sorrir, comove-me, deixa-me à beira das lágrimas ou em choro declarado, consoante a minha vulnerabilidade no momento — a cena da tentativa de suicídio da amiga de Rita...

Três nomeações para os Oscars: Julie Walters (que já tinha criado a personagem em palco, em 1980), Michael Caine e Willy Russel, autor da peça, que assinou também o guião. Nenhum deles levou a estatueta, é certo. Adoraria ver a peça: apenas dois actores, no gabinete de Frank na Universidade.

Frank é professor de Literatura na Universidade de Londres — a beirar o alcoólico, uma vida medíocre, a mulher trai-o pouco discretamente com um colega da Universidade. Susan — Rita, o nome que escolhe para a nova pessoa que quer ser — é uma cabeleireira do East End com um inglês atroz, pronúncia cockney cerrada, que aproveita uma iniciativa chamada Universidade Aberta para se educar. Rita tem 26 anos. Talvez nem seja verdadeiramente ambiciosa, talvez não saiba exactamente o que a motiva, talvez não saiba exactamente o que quer, mas sabe o que não quer, pelo menos por enquanto. Filhos, por exemplo, e o marido a pressioná-la, e ela a tomar a pílula às escondidas...

Podia ser apenas mais uma versão do Pigmaleão de Shaw. Nada disso. É um filme inesquecível, repito. Um dos filmes da minha vida. A cena que aqui fica (e estive mais de vinte anos sem a rever) nunca me saiu da cabeça, por causa do extraordinário e sucinto «Do it on the radio».

Um conselho: saltem o texto e vejam directamente a cena.
Frank: Yes, well, now... In reply to the question, "Suggest how you would resolve the staging difficulties inherent in a production of Ibsen's Peer Gynt"... You have written, quote, "Do it on the radio. "
Unquote.
Rita: Yeah.
Frank: Well?
Rita: Well what?
Frank: Well, I know it's probably quite naive of me, but I did think you might let me have a considered essay.
Rita: Yeah, well, that's all I could do in the time. We've been dead busy in the shop.
Frank: You write your essays at work?
Rita: Yes. Denny doesn't like me doing this. He gets narked if I work at home and I can't be bothered arguing with him.
Frank: Rita, you can't go on producing work as thin as this, not if you want to pass an exam.
Rita: I thought that was the right answer. I sort of encapsulated all me ideas into one line.
Frank: It's the basis for an argument but a single line is not an essay. You know that as well as I do.
[Frank estende-lhe a folha, aquilo não serve; Rita senta-se à mesa, desata a escrever furiosamente, instantes depois levanta-se e entrega-lhe a sua produção]
Frank: What?
Rita: I've done it.
Frank: You've done what?
Rita: Me essay.
[um resignado Frank começa a ler em voz alta]
Frank: «In attempting to resolve the staging difficulties in a production of Peer Gynt I would present it on the radio because, as Ibsen says, he wrote it as a play for voices, never intending it to go on in a theatre. If they had had the radio in his day, that is where he would have done it.»

Brilhante. Simplesmente brilhante.




Banda sonora: Boccherini, Minuete do Quinteto de Cordas Op. 13

Banda sonora N.º 2 e oficial: Grieg - Peer Gynt Suite N.º 1 - Morning Mood
Karajan, Filarmónica de Berlim


Adenda: a Ana, minha old soul, chamou-me (e que bem!) a atenção para o facto de a música mais adequada a este post ser, inquestionavelmente, o Peer Gynt de Grieg. A minha cabeça deve andar realmente feita num oito, porque nem me tinha lembrado de tal! Uma vez na vida, tive sorte, que a esta hora já sabem que eu sou uma espécie de exemplo vivo e acabado da Lei de Murphy: encontrei no Limewire a minha versão! Karajan com a Filarmónica de Berlim. Tinha saudades desta música.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Cenas de filmes da minha vida #17: A Flauta Mágica

Só podia acabar esta noite, em que me sinto feliz-feliz, ao som de Mozart, o meu consolo na tristeza, alma irmã na alegria, que é a parte maior de mim.

A encantadora cena da obra-prima que é o filme de Ingmar Bergman, o delicioso dueto Papageno! Papagena!, quando o tonto Papageno encontra finalmente a sua alma-gémea. Quero lá saber que seja cantado em sueco! É Mozart! E A Flauta Mágica, como já devem estar refartos de saber, é a minha ópera mais amada.

Vi o filme quando estreou no Londres, em Dezembro de 1976, em êxtase absoluto, tinha apenas 16 anos. Ser-me-á sempre muito querido.

Desculparão que a música que aqui ponho não seja o dueto - não o tenho no computador, é muito tarde e acordo muito cedo. Deixo-vos com a irresistível primeira ária de Papageno, Der Vogelfänger Bin Ich Ja, na voz maravilhosa de um cantor que venero: Hermann Prey. Um Papageno incomparável.

Durmam bem. Eu bem sei com que vou sonhar. Na véspera dos meus anos contarei...


domingo, 4 de maio de 2008

Cenas de filmes da minha vida #15: Barry Lyndon

Vi Barry Lyndon, para mim a obra-prima de Stanley Kubrick, quando estreou nos cinemas, em 1977. Lembro-me de o ter visto no Apolo 70, no fim do meu 7.º ano do liceu, com o Duarte, a Vanda e o Manel, e lembro-me de ter ficado vivamente impressionada. Mais tarde viria a ler o romance de Thackeray no qual é baseado (apesar de lhe preferir o feroz Vanity Fair, principalmente por causa da gigantesca personagem que é Becky Sharp).

Nunca esqueci o filme, procurei-lhe persistente e obcecadamente a banda sonora, que o meu querido amigo Artur acabaria por me encontrar em Londres, em 1995 - posso jurar que durante duas semanas não ouvimos praticamente mais nada.

Só voltaria a revê-lo vinte anos depois, já em 1997. A Nita tinha-o em VHS e emprestou-mo. Foi quase reverencialmente que o revi, tal a sua magia. E depois, a certa altura, o grande sobressalto: as imagens do parque, a silhueta do palácio de Lady Lyndon (Marisa Berenson)... eu conhecia aqueles verdes, aquele templo, aquela ponte... «I had been there before. I knew all about it.» Era Castle Howard, para mim sempre Brideshead.

Fiz uma troca com a Nita: Ela deu-me o seu Barry Lyndon, eu dei-lhe o meu A Amante do Tenente Francês, que ela muito desejava e já não encontrava à venda.

Na semana seguinte devo ter revisto o filme umas quatro ou cinco vezes. Até hoje não mudei de opinião. Esteticamente, corre o risco de ser um dos mais belos filmes alguma vez feitos. Uma autêntica tapeçaria. Cada imagem é uma pintura.

Deixo aqui duas cenas.

A da abertura, em que a sombria Sarabande de Händel tem um tom ominoso a pressagiar tragédia. Não há no filme, de resto, uma única cena feliz, um único momento de alegria — a cada instante perpassa uma imensa melancolia, que a extraordinária banda sonora sublinha admiravelmente.



A cena do início do romance entre Redmond Barry (mais tarde Barry Lyndon) e Lady Lyndon. O que mais me fascina nesta cena é a luz — ou a falta dela. É assim que imagino uma sala de ópera no século XVIII, com esta luz bruxuleante a projectar sombras misteriosas.



terça-feira, 29 de abril de 2008

Cenas de Filmes da Minha Vida #14: Out of Africa

Karen:

Now take back the soul of Denys George Finch-Hatton, whom You have shared with us. He brought us joy...we loved him well.
He was not ours.
He was not mine. He was not mine.

(He was not mine....)



«The time you won your town the race
We chaired you through the market-place;
Man and boy stood cheering by,
And home we brought you shoulder-high...

Smart lad, to slip betimes away
From fields where glory does not stay
And early though the laurel grows
It withers quicker than the rose...
Now you will not swell the rout
Of lads that wore their honours out,
Runners whom renown outran
And the name died before the man...
And round that early-laurelled head
Will flock to gaze the strengthless dead,
And find unwithered on its curls
The garland briefer than a girl's.»

To An Athlete Dying Young, A. E. Housman (1859-1936)

domingo, 20 de abril de 2008

Cenas de Filmes da Minha Vida #13: Música no Coração

Edelweiss. Está tudo dito, não?

Não querendo ser mal agradecida à alma generosa que pôs isto no Youtube... custava muito ter posto mais três segundos e deixar aqui o adorável e apologético encolher de ombros final do Capitão-Christopher Plummer a Maria-Julie Andrews, quando ele se perde a olhar para ela? [sei que o meu Huclkeberry Friend vai concordar comigo] Ó insensibilidade! Não terá percebido que esse gesto sublinha o momento exacto em que ela se apaixona por ele? Eu também me apaixonaria, BTW.

Por outro lado... os maravilhosos apontamentos de voz de Liesl-Charmian Carr, não registados em disco, ainda me põem mais a chorar. É fatídico: eu passo este filme TODO a chorar, TUDO nele é pretexto para eu derramar copiosas e felizes lágrimas.

Cada vez mais um dos filmes da minha vida, um daqueles a levar para a tal ilha deserta (havendo lá electricidade e leitores de DVD...).



P.S: Nem vos passa pela cabeça o que eu já chorei a rever esta cena várias vezes, antes de a pôr aqui...

terça-feira, 18 de março de 2008

Cenas de filmes da minha vida #12: Casablanca

Mais cedo ou mais tarde, esta cena mágica de um filme eterno teria de figurar aqui. Por causa de um comentário do Pedro (que não tem blóguio)*, é hoje. E sim, «we’ll always have Paris…»

* Adenda: O Pedro é um grande sonso, é o que é! Tem blóguio desde ontem e estava caladinho que nem um rato. O nome?... We'll always have Paris... ! (sem comentários...)

(favor carregar no botãozinho ao lado para parar a música)

Rick: Last night we said a great many things. You said I was to do the thinking for both of us. Well, I've done a lot of it since then, and it all adds up to one thing: you're getting on that plane with Victor where you belong.

Ilsa: But, Richard, no, I... I...

Rick Blaine: Now, you've got to listen to me! You have any idea what you'd have to look forward to if you stayed here? Nine chances out of ten, we'd both wind up in a concentration camp. Isn't that true, Louie?

Captain Renault: I'm afraid Major Strasser would insist.

Ilsa: You're saying this only to make me go.

Rick: I'm saying it because it's true. Inside of us, we both know you belong with Victor. You're part of his work, the thing that keeps him going. If that plane leaves the ground and you're not with him, you'll regret it. Maybe not today. Maybe not tomorrow, but soon and for the rest of your life.

Ilsa: But what about us?

Rick: We'll always have Paris. We didn't have, we, we lost it until you came to Casablanca. We got it back last night.

Ilsa: When I said I would never leave you…

Rick: And you never will. But I've got a job to do, too. Where I'm going, you can't follow. What I've got to do, you can't be any part of. Ilsa, I'm no good at being noble, but it doesn't take much to see that the problems of three little people don't amount to a hill of beans in this crazy world. Someday you'll understand that. [she begins to cry] Now, now... Here's looking at you kid…

quinta-feira, 6 de março de 2008

Cenas de Filmes da Minha Vida #10: Música no Coração

E pronto, só de rever isto antes de publicar aqui, já estou a chorar como uma parva, com um sorriso de felicidade estúpida... É o efeito que este filme tem em mim: choro copiosamente o tempo inteiro. Abençoada evasão!

Considero que esta cena é possivelmente a segunda cena de amor mais bonita da História (aqui com maiúscula) do Cinema (também com maiúscula). A primeira - e riam lá agora todos a bandeiras despregadas - é a cena do restaurante italiano de A Dama e o Vagabundo. Lembro-me de há muitos anos eu e o meu primeiro namorado, D., lá pelos meus 16 anos e 17 dele, termos levado a nossas irmãs pequeninas, à época com dez, ao Tivoli a uma reposição do filme. A assistência, está bom de ver, era só miudagem. Gritaria, confusão. Na tal cena, eu e ele (claro!, eu sei escolher as minhas pessoas!) chorávamos como Madalenas, a Ana e a Picky nem pestanejavam... Viríamos mais tarde a ser reabilitados - e de que maneira! - quando vi, num documentário qualquer, um certo génio chamado Steven Spielberg declarar que considerava a cena do restaurante italiano de A Dama e o Vagabundo (Disney, sim. Desenhos animados, também sim. Não encntro no Youtube, alguém tem? Obrigada) a maior cena de amor da história do cinema.

Esta que aqui vos deixo (fraudulentamente arranjada, don't ask) faz-me chorar sempre, fatidicamente, tão emotiva é. Faz-nos voltar ao tempo em que os príncipes casavam com pastorinhas. É a cena da dança. The Ländler. Uma espécie de equivalente ao momento mágico de música em que, na Bohème, Rodolfo e Mimi põem os olhos um no outro.

terça-feira, 4 de março de 2008

The Sound of Music Sing-a-Long-a

Sendo Música no Coração (que já vi, seguramente, bem para cima de cem vezes) um dos filmes da minha vida, fácil é perceber que A-D-O-R-A-V-A assistir a isto.

Está em Londres desde 1999, no Prince Charles Cinema. Nem sei bem quantas vezes lá fui desde essa altura, teria de puxar pela memória, o que sei é que nunca consegui ir ver este The Sound of Music Sing-a-long-a, e a razão é bem simples: Londres tem o melhor teatro do mundo, ir ver isto equivale a renunciar a uma peça... e acabo sempre por decidir que fica para a próxima visita. Mas sempre que vou jantar ao Asia de Cuba, o meu restaurante favorito em Londres, que fica no St Martins Lane Hotel, a dois passos, não resisto a ir espreitar os cartazes, mortinha que ando há quase dez anos para participar neste fabuloso arraial (tal como, já agora, assistir nos Estados Unidos, num sábado, a uma sessão da meia-noite do The Rocky Horror Picture Show, mas isso é outra história, não quero dispersar-me).

De concreto, o que é isto? É uma projecção de
Música no Coração legendada, com o cinema em peso a cantar a plenos pulmões com as personagens. Conseguem imaginar a chinfrineira? Mas é mais, é muitíssimo mais. Para começar, há muito boa gente que não resiste a ir mascarada da sua personagem favorita (o que pode redundar em 60 Marias, 20 Madres Superioras, 15 Capitães von Trapp... etc.), aliás as máscaras são mais do que bem-vindas: são encorajadas (nem morta...).

A coisa começa, ainda antes do início do filme, com um caramelo a conduzir o aquecimento vocal da plateia. São distribuídos goody bags, há prémios para as melhores máscaras, indicações especiais para momentos-chave, e a assistência é instruída nos procedimentos de rigueur: euforia de aplausos para Fräulein Maria, sempre que entra em cena, apupar e assobiar a Baronesa, ladrar a Rolf, etc. E, como eles próprios dizem no site, a partir daí as regras são não haver regras... e a tonteira impera! (esta é minha)

Por último, este apontamento que roubei no site (ainda levo com um processo em cima):


«In 2001, Elton John and 40 of his friends dressed up as nuns to ‘sing-a-long with Julie’. Elton had hired the smash hit show Sing-a-long-a Sound of Music for a private party to celebrate boyfriend David Furnish’s birthday. After a celebratory lunch at The Ivy (um restaurante célebre onde é tradicional ir a seguir ao teatro, até a rainha lá vai; jantei lá uma vez, o único famoso que vi foi John Napier, e bem me apetecia ir dar-lhe um abraço lacrimejante a agradecer aquele Les Misérables que é um amor imorredoiro meu), the party of 40 donned habits and tuned their vocal chords to sing-a-long with the smash hit show Sing-a-long-a Sound of Music. Celebrity faces spotted under their wimples included Elton John and boyfriend David, Lulu, Janet Street Porter, Neil Tennant of The Pet Shop Boys, Hugh Grant and Joan Collins.»

Última recomendação: Não deixem de ver o muito curto filme que o site disponibiliza, está aqui.


domingo, 11 de novembro de 2007

Cenas de Filmes da Minha Vida #8: Sophie's Choice

Este é indubitavelmente um dos filmes da minha vida. Estranhamente, continua por editar para a região 2, tive de o mandar vir da Amazon americana (como a muitos outros, de resto).

Alan J. Pakula, 1982. Uma adaptação primorosa do romance homónimo de William Styron. Sophie's Choice (A Escolha de Sofia) também me deu a conhecer dois extraordinários actores: Kevin Kline (um dos meus actores-fetiche) e Peter MacNicol, que viria a fazer quase exclusivamente televisão. Confesso que encomendei toda a série Ally McBeal principalmente por causa dele.

E... Meryl Streep, claro. A minha menina Meryl, a maior actriz do mundo. Se não tivesse ganho o Oscar com este filme só podia estar mesmo tudo doido. Não tenho adjectivos suficientes para classificar o seu desempenho. Esta é a cena desgarradora que deu o título ao livro e ao filme. A cena da escolha.

Não digo mais nada e tiro a música.