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domingo, 21 de março de 2010

Um almoço épico

Que bela maneira de receber a Primavera (pela qual tenho suspirado secretamente, como poucas vezes fiz na vida, fiel que sou aos sábios ensinamentos do meu Mestre e Irmão Caeiro)! Uma grande almoçarada na Herdade da Agolada (por nós logo rebaptizada como da Argolada), em Coruche, em que José Cid actuou para um grupo de 150 pessoas.

O grupo do Ié-Ié voltou a juntar-se. E como fazemos as coisas em grande, alugámos uma camioneta (carreira, como eu gosto de dizer) para dez escassas girafas-pingadas, os quatro restantes foram de carro.

A animação começou logo na viagem, já que a Teresa Lage tinha preparado um quiz sobre a obra do artista, com direito a prémio e tudo, ganhava quem acertasse mais respostas. E ganhei eu!! Até fiquei emocionada, juro, eu que nunca ganhei nada na vida (tirando o DVD de The Devil Wears Prada, quando o ofereceram num programa da SIC Mulher e eu fui a primeira a telefonar). Aqui fica o bonito momento em que recebo o meu merecido prémio, dois CD com os maiores sucessos do artista, genuinamente piratas, gravados pelo Luís e com art work da Teresa.

O almoço foi uma alegre confusão, ainda me fartei de passar discretamente bocados da carne que estava a ser assada ao ar livre e ia sendo posta num tabuleiro (estava uma delícia) a três adoráveis cães da quinta, um labrador, uma rafeirinha encantadora e um basset hound de olhos muito desgostosos, como têm todos.

O artista foi positivamente açambarcado pelo nosso grupo. O Abel, sempre previdente, levou uma mala cheia de discos para ele autografar — «Uma lapa é ele! (trocadilho da Teresa registado em filme, quando eu comentei que no dia seguinte toda a Lapa ia estar a falar de nós, isto por causa de todo o tiame e realeza presentes e do destaque que a nossa mesa tinha, e o Abel se insurgiu: «Eu sou da Lapa!») Não largava o homem! É só mais um disquinho...» — continuava ela.

O artista até me autografou os discos piratas do meu prémio (bom dinheiro hão-de valer daqui a uns anos), a Teresa, com uma lata do outro mundo, a dizer toda orgulhosa «Fui eu que fiz!»

O momento alto, claro está, foi a actuação do artista. Sentadas lado a lado na segunda fila, aí a dois metros do dito, as duas Teresas fizeram a festa toda, deitaram os foguetes, bateram palmas e apanharam as canas. Os vizinhos da fila da frente e da nossa torciam-se de riso com as nossas chalaças parvas (como uma minha, bem inconveniente, por sinal, quando o artista cantou um certo verso de O Dia em que o Rei Fez Anos: «Mas nesse reino distante, quem tinha um olho era rei» — cotovelada minha para a Teresa, «esta é a parte autobiográfica.» A vizinhança riu bastante mais do que seria desejável. E que dizer da graçola demolidora da Teresa, de cada vez que o artista chegava ao fim de uma canção a que não achávamos graça? «Agora uma gira, vá!» A vizinhança delirava. Mas o artista achou-nos graça, não houve problemas. Pena foi que não tivesse cantado Romântico Mas Não Trôpego, como eu lhe pedi. Confessou que não se lembrava da letra.

As Teresas fazem a festa toda

Em resumo: foi um dia divertidíssimo! Que ainda se prolongou em Lisboa, com uma grande jantarada no Edmundo.

Banda sonora: José Cid — Um Grande, Grande Amor

domingo, 13 de dezembro de 2009

Knight in Shining Armour (a minha nova t-shirt favorita)


Foi-me oferecida hoje, no fantástico almoço de Natal organizado pelo Luís no restaurante do Clube de Canoagem. Não era um almoço de Natal qualquer, era o almoço do Ié-Ié, onde toda a gente sabe mais de música dos anos 60 em geral e de Beatles (os meus amados Beatles!) em  particular a dormir do que eu acordada, agradeço com toda a humildade terem-me admitido nas suas fileiras.

Cheguei tarde e a más horas, que o motorista de táxi, mesmo com toda a boa vontade, não dava com aquilo. Ainda estava a cumprimentar o Luís, organizador, e já estava a piscar os olhos para uma certa t-shirt preta do outro lado da mesa com as palavras The Beatles a chamarem por mim. Ainda nem estava refeita e tropecei noutra t-shirt também preta com uma enorme maçã verde estampada, o símbolo da Apple Records, e com as mesmas palavras mágicas, The Beatles. Aí comecei a ranger os dentes, a lembrar-me das recentes t-shirts de homenagem aos Beatles da Comme des Garçons a preços insultuosos (200 e muitas LIBRAS!, esta gente perdeu a noção!). A seguir ao almoço passo ao terraço, de café na mão vou juntar-me ao grupo que já estava no champagne e nos charutos e esbarro no Comendador, placidamente a saborear o seu whisky encostado ao gradeamento da varanda. Com ESTA t-shirt ali em cima. Uma mulher não é de ferro, e esta mulher  (eu) toda a vida se tem debatido com o insolúvel dilema de saber qual é o seu álbum (e não albúm, em que tropeço a torto a direito na blogosfera, e me faz estremecer as vísceras, suas bestas!) favorito, se Abbey Road, o último, ou Rubber Soul.


Fiquei extasiada com a t-shirt, pronto. «Ah! Quero essa t-shirt!» — exclamei, a apontar para ela. O meu «quero» queria apenas dizer «onde posso comprá-la, que o meu coração suspira por essa beleza?!» Mas o Comendador, num gesto rasgado de perfeito cavalheiro (knight in shining armour!), palavras não eram ditas, despiu o muito claro, nada obscuro objecto do meu desejo (aguentem-se com a referência cinéfila, google it!) e estendeu-mo, perante o aplauso generalizado da ala masculina e alguns queixumes bem humorados da ala feminina, que também tinha cobiçado aquela coisa linda com a réplica do lettering de um dos mais soberbos discos dos Beatles.


Aqui fica para a posteridade a imagem das três magníficas t-shirts dos Beatles, a que agora é gloriosamente minha (digam lá que não é linda!) já só simbolicamente à frente do seu generoso proprietário original. Entra directamente para a lista das minhas t-shirts favoritas: esta e esta. Obrigada, querido Comendador. Isto é um tesouro, nem tenho palavras!

Como também não tenho palavras para o drama que está a ser para mim pôr música aqui. Assunto para outro dia, que hoje estou demasiado feliz com a minha querida t-shirt do Rubber Soul.