Qualidade humana
Ao telefone com uma amiga com provas de amizade dadas, mesmo que nunca nos tenhamos visto. A amiga vai por seis meses para um país na outra ponta do mundo. Oferece-me espontânea e generosamente o seu carro (repito, nunca nos vimos) durante esses meses de ausência. Impossível não largar a rir, mesmo sensibilizadíssima. Mesmo falando ao telefone pelo menos duas vezes por semana, há sempre coisas mais importantes. Um carro não é, decididamente uma delas. Um carro, para mim, não passa de um meio de transporte. Uma coisa que me leva do local A ao local B, e não muito mais do que isso.
Mas na cabeça da minha amiga tinha-se fixado esta imagem, já com dois anos. É a tal coisa, não ligo mesmo a carros, ou teria contado que comprei outro (e foi uma grande compra, um carro impecável com dez anos e trinta mil quilómetros, uma única dona, a mulher do Abel, que o usava basicamente para ir de vez em quando ao supermercado, até terem decidido em conjunto que era estúpido um casal ter três carros e que havia que despachar um.
Sorte minha, que fiquei com ele. Sorte ainda maior é ter uma amiga que não sabia disto e que me ofereceu o seu carro que ia ficar parado durante seis meses. Tal como, com tantas coisas tão feias a acontecerem ultimamente na blogosfera, é uma sorte enorme ter tantas pessoas de tanta e tamanha qualidade à minha volta. Sinto-me abençoada.
E isto vale para pessoas várias. Que espero que saibam que é delas que falo.
Na blogosfera e na vida real, há de tudo. Claro que pessoas altruístas e generosas escasseiam em ambas, daí o seu espanto com o gesto da amiga. :)
ResponderEliminarConcordo com o comentário de cima. Na vida real também assim o é. Mas é uma sorte que através de um ecrã possamos encontrar pessoas que nos fazem sentir que o mundo é um pouqinho melhor que o jornal das 8 mostra.
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