sábado, 7 de maio de 2011

A televisão (paga) que temos

Ontem à noite, quase a desligar o computador, começou no canal História um óptimo documentário sobre René Magritte. 

Uma da manhã, não eram horas para telefonemas, mesmo que o alvo até possa ter hábitos noctívagos. Mas apressei-me a enviar um e-mail à Ana Vidal, sabedora da paixão que tem pela obra do pintor (e que é partilhada), avisando-a do horário das repetições.

Corri para a cama, para ver o documentário com todo o conforto, Drusilla a meu lado na almofada, Agripina encostada à minha barriga. E, mais uma vez, fiquei furibunda com a falta de qualidade do trabalho transposto para português. Legendas, senhores, legendas! Deixem de dobrar as coisas! Só do nome do pintor apanhei três pronúncias diferentes, variando consoante a pessoa que fazia a narração: Magritte (a correcta, o "e" final bem nítido), Magrit e (pasmem!) Magri

Vi no fim que a produção era de uma empresa chamada Pátio das Cantigas, que assina infindáveis outras vergonhas.

6 comentários:

  1. Talvez seja essa a empresa que tem ao seu serviço uma colaboradora, actriz da nossa praça, que assina trabalhos (de tradução de programas televisivos) verdadeiramente... exasperantes...

    Leiam pessoas tradutoras, leiam. E, também, a imprensa do país da língua que pretendem traduzir.

    De maneira a aumentar aquela coisa, como se chama? Cultura? Pode ser que se diminua o nascimento de pequenas atrocidades.

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  2. Cal,
    Não faço ideia. Não sei quem é a actriz. Mas tradutores e revisores devem ser pessoas cultas e informadas e devem conhecer a fundo as línguas que traduzem ou cuja tradução revêem (nunca revi um livro de original estrangeiro que a editora não me facultasse um exemplar do original, para poder sanar dúvidas que me surgissem). E muitas vezes, enquanto revisora, me vi obrigada a acrescentar notas de revisão que o tradutor deveria ter incluído (excepção feita à minha querida Carla Pedro, que é o desespero de todas as editoras, tradutora tão escrupulosa que faz incontáveis notas de rodapé, temendo sempre que o leitor possa desconhecer aquilo de que se fala).

    Além de cultos e informados, acrescentaria que tradutores e revisores devem ter uma outra qualidade: nunca dar nada por certo. Sempre que sugir uma dúvida, por mais insignificante, investiga-se. E esse trabalho, nos últimos anos ficou tão facilitado que não há desculpa possível para os tantos erros em que passamos a vida a tropeçar.

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  3. A culpa é do Vitorino de se dizer Garré, ele tem uma música, precisamente "leitaria Garrett" e que ele canta como Garré.
    (Teresa, recebeu o meu email?)

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  4. Recebi, sim, Provocação. :)
    E comecei a responder-lhe, está em draft (sabe o perigo que eu sou com as palavras, quando começo a escrever vou por aí fora). Segue amanhã, que agora tenho de ir tentar dormir.

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