domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bittersweet

Na sexta-feira, jantar de amigos do Zé na Casa do Alentejo, convocado pelo Miguel C. O Miguel foi quem há muitos anos nos apresentou, na ida para o primeiro concerto de Leonard Cohen em Portugal, como referi aqui. Éramos 24, poderíamos ter sido mais. E todos tinham histórias deliciosas do Zé para contar.

Mas foi o Miguel, sentado à minha direita, quem, já no fim do jantar, teve palavras sobreo Zé que nos fizeram reflectir, aos vizinhos mais próximos. A ultimar a organização do jantar, dizia-nos o Miguel, a contar e recontar as presenças, tinha encontrado um denominador comum em todos os nomes da lista, a qualidade humana. E tinha dado consigo a pensar que o Zé, com aquela personalidade irresistível, a permanente disponibilidade para os amigos, tinha o dom de extrair de nós, de cada um de nós, o melhor que em nós havia, trazendo-o para a superfície.

Assim era o Zé. E parece-me que este jantar não será filho único.

(porque Leonard Cohen a cantou naquele 18 de Fevereiro de 1985 em que eu e o Zé nos conhecemos, e porque continuo a ter uma enorme dificuldade em lidar com este adeus que a morte nos impôs)

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