domingo, 9 de janeiro de 2011

Pelotão de fuzilamento já!

Mas quem são estas bestas que traduzem para o Biography Channel?

Ouvido há pouco, num documentário sobre Bill Cosby: «cegueira de cores». Colourblindness, evidentemente. DALTONISMO, seus animais! E é para isto que eu pago televisão por cabo?

Adenda: Fiquei pacientemente à espera dos créditos finais. A tradutora que dá o nome chama-se Diana Vale. A empresa que valida tamanha imbecilidade chama-se Traduvarius. O meu conselho é que, se alguma vez precisarem de trabalhos de tradução, fujam das duas. 

10 comentários:

  1. Essa e tantas outras ditas empresas de traduções... :(

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  2. De facto, na legendagem encontra-se um poço sem fundo de pérolas.
    Estou a fazer um mestrado em tradução e aqui há tempos fiz um trabalho para o seminário "tradução audiovisual do francês" que consistia numa crítica de uma legendagem. Eu e o meu grupo escolhemos o filme "Le Dîner de Cons". Meu Deus. O mais difícil foi encontrar aspectos positivos naquela legendagem! Cada tiro, cada melro. Ele era legendas com pontuação horrível; com "que", "porque" e "mas" como última palavra da linha de cima; "Campos ElísEos", "edecetera" e outras barbaridades. Já para não falar em traduções como "estou desolado" ("je suis désolé"), "soprar à orelha" ("souffler à l'oreille") e a minha preferida: "esperemos que ainda não tenham feito consumo" ("esperons qu'ils n'ont pas encore consommé") - esta última refere-se a um casal que estará a ter relações sexuais; aqui o "consommé" refere-se, obviamente, à consumação do acto.

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  3. Sou tradutora de profissão...de facto a "cegueira de cores", apesar de quase poético, é um erro horrível. No entanto, apesar de se verem erros de tradução medonhos, continuo a achar que o pior de tudo são os erros ortográficos nas legendas/cartazes/revistas/jornais. Se um profissional que usa a língua portuguesa como instrumento de trabalho (jornalista, tradutor, legendador, publicitário) falha ao escrever a própria língua...é o mesmo de um médico não saber utilizar o estetoscópio.

    Um abraço. :)

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  4. Reflexos,
    Às vezes até parece. Na verdade acho que não estão para ter trabalho.

    Wednesday,
    A falta de qualidade abunda nessas empresas, é verdade. Mas não é toda a gente assim. Tenho uma amiga tradutora que é o oposto. É tão escrupulosa que enche o trabalho de notas de tradução (sei isto porque revi vários livros traduzidos por ela). E também já apanhei tradutores que se estão nas tintas e sou eu que, como revisora, acho que tenho de, aqui e ali, inserir notas explicativas. Ora são jogos de palavras intraduzíveis, ora são referências muicais, históricas, etc. que podem ser claras para mim mas pode escapar ao leitor comum.
    Já entraste em contacto com a Elite por causa de Paris?

    Beijos!

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  5. Gatinha,
    É mais do que desgraça, é catástrofe.

    Secretária,
    Já aprendi uma coisa nova hoje, graças a si. Não sabia que não devia acabar-se uma linha de legendagem com "que", "porque" ou "mas". Faz sentido.
    No curso de revisão e edição de texto da Católica que fiz há quase quatro anos (e que recomendo a toda a gente que preza a qualidade da escrita, a ver se este ano consigo fazer o nível seguinte, que foi entretanto criado, AMEI aquele curso) aprendi com um colega, revisor da Casa da Moeda (que tem óptimos revisores) uma regra não escrita da translineação que nos fez rir imenso: não se acaba uma linha com a sílaba "cu".
    Os disparates que aponta fizeram-me rir a valer ( consommé ainda me fez ver a vertente mais perversa, a gastronómica, não seria lindo?). Os Campos Elísios com e são recorrentes, passo a vida a tropeçar neles. E não terão traduzido também pourtant como portanto? É clássico.
    Mas não sejamos só maledicentes. Tenho reparado com frequência que a SIC Mulher, por exemplo, tem excelentes tradutores. Já muitas vezes dei comigo a pensar coisas como "olha que tradução tão bem achada!"

    Beijos!

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  6. Ra,
    Passei a última meia hora no seu blogue, que não conhecia, e de que gostei mesmo muito - tenho sempre a tentação de ir espreitar quem me comenta pela primeira vez.
    E descubro logo que tinha estado com a minha querida Luna, autora daquele que é, sem dúvida, um dos meus cinco blogues de eleição!
    Sobre erros ortoográficos, a Luna poderá dizer-lhe como sou maníaca, ela conhece-me bem. Há tempos contei-lhe particularmente uma coisa que a fez chorar a rir, uma definição da minha pessoa que um amigo já desaparecido deu de mim, há muitos anos, à que viria a ser a minha querida amiga Paulinha.
    Não posso contar aqui, infelizmente. O decoro, ai, o decoro! ;)

    Um beijo, vai já para o GR.

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  7. Querida Teresa,
    antes de mais, obrigadíssima pela simpatia. Já tinha ouvido falar do seu blog e visto alguns links pela blogosfera, mas de facto ainda não tinha comentado aqui no seu estaminé. :)
    E' verdade, não sou um blog "pop", mas já ando cá há quase 5 anos. A Luna, por exemplo, é uma pessoa que sigo há uns 5 anos. E aconteceu conhecê-la na semana passada - foi muito giro.
    Quanto aos erros ortográficos - e correndo o risco de me tornar enfadonha - deixo-lhe um link a um dos meus posts mais polémicos e comentados: http://odisseando.blogspot.com/2010/10/bom-dia-o-meu-nome-e-rafaela-e-nao-dou.html

    Um abraço!

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  8. Tenho uma memória de galinha, caso contrário já podia apontar uma série de erros risíveis que apanho nas legendagens dos canais fox. Brasileirês, erros crassos, erros de revisão, uma tortura. Qualquer dia começo a ver tv com um bloco de notas ao lado ;)

    E nos livros, os erros de revisão que se apanha? Caramba, já não há revisores, ou estão todos no desemprego? Por favor, empreguem-nos! (devia haver uma petição às editoras)

    (quanto ao colourblid, os americanos usam-no também - às vezes sarcasticamente - como definição de pessoa que não distingue as pessoas em função da cor de pele; aí torna-se quase intraduzível, mas um bom tradutor é também uma pessoa criativa, e os melhores arranjam sempre solução.)

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