quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Músicas no meu iPod: Quinze Ans

Não consigo descobrir de que ano é esta música que hoje, no regresso a casa, veio revisitar-me, e que ouvi três vezes de seguida. Suponho que seja de 1974 ou 1975, mas só a conheci mais tarde, já em 1982, quando o Pedro Oom, no Stone's, ma gravou numa célebre cassete que, se ainda for deste mundo, vive algures em Barcelona.

Lembro-me de nessa noite de 1982, uma sexta-feira já sábado, ter chegado a casa de madrugada e ter ficado no escuro, já deitada, a ouvir baixinho a cassete do Pedro, a tal que viria a dar origem a um presente de gratidão meu, Goodbye and Hello, de Tim Buckley, que ele não conhecia. A namorada (hoje mulher) não gostou nada e veio pedir-me explicações, achando que eu estava a atirar-me a ele. Tão bem devo ter-me explicado que a partir daí passámos a ter a mais cordial das relações.

A melodia simples mas belíssima e a soberba letra conquistaram-me de imediato: o primeiro amor  e a revelação da sexualidade vistos pelos olhos de um adolescente, perturbadores, cheios de descobertas, de medos, de incertezas, de dúvidas. E julgo que o primeiro amor de muitos homens tenha passado por toda esta confusão de sentimentos.

O que eu não sabia nem podia saber à época era que este senhor, Claude-Michel Schönberg, o cantor e autor, viria a ser, anos mais tarde e de parceria com Alain Boublil, o responsável pela obra que me abriu as portas para o mundo mágico dos grandes musicais: o meu muito amado Les Misérables, de que já muito falei aqui.

E concordemos que a passagem dos anos foi amável com ele, hoje um homem bem mais interessante (a imagem é recente).

A quinze ans, je n'avais pas compris
Que pour elle "non" voulait dire "oui"
Je n'osais pas aller plus loin
Que le rempart de ses deux mains
Qui m'invitait par un refus
A faire des choses inconnues

A quinze ans je ne savais pas
Que la nuit, le corps en émoi,
Elle rêvait de douce souffrance
Au cours d'un viol sans conséquence
Dont le coupable aurait la chance
D'avoir le sourire et la voix
D'un héros vu au cinéma

Mais n'allez pas croire qu'à quinze ans
J'étais totalement innocent
Car l'imagination en feu
Je vivais des jeux amoureux
Que j'avais retenus par cœur
Dans des romans, comme un voleur

Les femmes pour moi c'était clair,
Mais les filles restaient un mystère

A quinze ans, j'étais très timide
Même avec les plus insipides
Et j'avais recours à la ruse
Pour pouvoir de façon confuse
Effleurer le bout de ses seins
Espérant qu'elle ne dirait rien

Avec le temps, les expériences
M'ont donné un peu d'assurance
Pourtant je sais que chaque fois
Que je tiens une femme dans mes bras
Je me sens comme un débutant
Qui entre en scène en hésitant
Et j'ai le trac
Comme à quinze ans.





4 comentários:

  1. Olá Teresa,

    confirmo tudo. É verdade sim.
    Tenho agora 36 anos.

    A sua...

    Cassete
    (em Barcelona)

    ResponderEliminar
  2. É mentira. Falsa. Não acredite no comentário anterior.

    Eu é que sou a verdadeira Cassete.
    Nasci em 82, em Lisboa.

    Vivo desde tenra idade em Valladolid.

    K7
    Valladolid)

    ResponderEliminar
  3. Já tinha esquecido o muito que tinha rido com estes dois comentários anónimos, do tempo em que ainda aceitava comentários anónimos. Convenhamos que seria uma pena que estes dois se perdessem.

    Reencontrei-os hoje, ao querer mostrar a música a um amigo. E a minha suspeita quanto ao anónimo vai inteirinha para o Carlos. Vou tirar isso a limpo no FB.

    ResponderEliminar