segunda-feira, 8 de março de 2010

Músicas no meu iPod: Elenore

Tudo começou há duas ou três semanas, num domingo chuvoso em que passei a tarde a pôr música no Facebook. Música muito antiga. Aos poucos, os amigos foram-se agrupando na minha página, curiosos de saber de que mais pérolas esquecidas iria eu lembrar-me. Toda a gente comentava, foi uma risota pegada. Pelo meio, claro, havia o disparate que me é tão querido, até cheguei a pôr para a minha querida Cangalheira Famosa coisas tão esdúxulas como La Novia  e o prodigioso Anel de Noivado do Trio Odemira (isto só para começarem a ter uma pálida ideia da dimensão que a coisa atingiu — e sim, há alturas em que chego a ter nojo desta memória que Deus me deu, estes foram dois exemplos eloquentes). 

Às tantas, quando pus o adorável Happy Together dos Turtles, entrou o Pedro Fajardo (antigo DJ do Stone's) a comentar e a lembrar outra música deles, cujo título nada me dizia. Elenore. Telefonou-me pouco depois, enquanto falávamos fiz download dela. Soube logo que era uma memória muito antiga, de mim muito pequena. Eu conhecia aquilo, sim!

Mas foi hoje, ao almoço, que a música me colheu em cheio. Adoro a minha hora de almoço, uma trégua abençoada em dias quse sempre cheios de complicações. Poucas vezes tenho o privilégio de almoçar sozinha, e de poder desforrar-me na leitura e na música (confesso que há muitos dias em que é contrariada que almoço com outras pessoas, apetecia-me bem mais estar só). E tento, coisa impossível, reunir o melhor de dois mundos. Com a capacidade de concentração que tenho, mesmo de iPod nas orelhas, posso deixar de ouvir, mergulhada na leitura.

Mas hoje não foi assim. Esta música entrou-me pelos ouvidos e dei comigo a sorrir, deliciada. Acabei por fechar a soberba biografia de Jane Austen que ando a ler, e que estava a fazer-me a melhor das companhias. Ouvi uma e outra e outra vez. E depois mais umas dez. Oh, bem sei que é uma música banal, pobrezinha, básica! Mas é encantadora. Pôs-me um tímido raiozinho de sol no dia carrancudo e tão chuvoso. A letra, tamanha a inocência, é de passar ao bronze como exemplo daqueles anos. Já a sei de cor, andei todo o dia com isto na cabeça.

O Abel tem razão: é um guilty pleasure. E então? Continuo a ouvir... e a sorrir maravilhada desta inocência.


Elenore
«You got a thing about you
I just can't live without you
I really want you, Elenore, near me
Your looks intoxicate me
Even though your folks hate me
There's no one like you, Elenore, really


[Chorus:]
Elenore, gee I think you're swell
And you really do me well
You're my pride and joy, et cetera
Elenore, can I take the time
To ask you to speak your mind
Tell me that you love me better


I really think you're groovy
Let's go out to a movie
What do you say, now, Elenore, can we?
They'll turn the lights way down low
Maybe we won't watch the show
I think I love you, Elenore, love me

[Chorus:]
Elenore, gee I think you're swell
And you really do me well
You're my pride and joy, et cetera
Elenore, can I take the time
To ask you to speak your mind
Tell me that you love me better


Elenore, gee I think you're swell ah-hah
Elenore, gee I think you're swell ah-hah»
 

3 comentários:

  1. Ah, ainda há dias fiquei com essa música, que nunca tinha ouvido, depois de ver o Boat That Rocked.

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  2. Maldita seja a minha ignorância, que nem sei do que estás a falar!!!

    Eu vivo mesmo numa twilight zone! Lá vou eu googlar...

    Beijo.

    P.S. Mas a música entranha-se, não é? :)

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