Update on Agripininha

Ainda não será hoje que vos contarei toda a história.

Este retrato é de hoje, pouco depois das oito da noite, acabadas de chegar de mais uma maratona veterinária, exames detalhados num instituto especializado, com o Prof. Sales Luís, seguidos de mais uma consulta com o Dr. Joaquim Henriques. Aos pouquinhos, devagarinho, o nosso grande e recíproco amor uma pela outra a ajudar, a sabedoria, o notável olho clínico e o indescritível carinho do nunca suficientemente celebrado Dr. Joaquim Henriques a ajudarem também, Agri começa a recuperar.

O Dr. Joaquim Henriques, a quem devo os últimos cinco anos de vida de Messy, e cinco anos de grande qualidade, é daqueles veterinários que honram a bata branca. A coisa começa logo no momento em que toca no bichinho, a gente percebe que há ali ternura, preocupação, vontade de curar. Depois é o tom de voz com que vai falando com ele, baixo, calmante, caricioso. Claro que o Dr. Joaquim Henriques trata Agripina por Agri (petit nom reservado aos íntimos), como tratava Messalina por Messy. E Agri, sempre tão tímida e assustadiça, entrega-se-lhe confiante nas mãos. Um autêntico cat whisperer...

Para outro dia fica o reverso da medalha, aqueles que envergonham a bata branca, aqueles que não passam de mercenários. Aviso já que vou deixar o Hospital Veterinário do Restelo pelas ruas da amargura. Vou escrever-lhes uma wild letter a apontar-lhes a incompetência (nem um diagnóstico concreto do problema de Agri me deram) e o vil espírito mercenário; a carta seguirá com conhecimento à Deco e à Ordem dos Veterinários. A Madalena, que esteve lá comigo, até é testemunha. Aquela gente sacou-me 600 euros sem ter feito nada por Agri, além de lhe dar oxigénio e soro. Aquela gente envergonha uma profissão que é das mais nobres que conheço. MERCENÁRIOS.

Tive de usar três dias de férias para acompanhar Agri (e que fossem todos, I couldn't care less!). Gastei uma fortuna, e ainda estamos a meio do percurso.

Agradeço a todos os que vieram aqui em busca de notícias dela, aos que telefonaram, aos que enviaram mails e sms. Sei exactamente quem são e não esqueço.

Para outro dia ficam outras desgraças, com as quais nem sequer me apetece preocupar-me agora. Agri é muito mais importante.

Agri esta manhã, muito murchinha, teimosamente a insistir em deitar-se na transportadora,
ignorando as suas três caminhas tão confortáveis.
Graças a Deus, e ao Dr. Joaquim Henriques, começa a arribar.