domingo, 24 de maio de 2009

Eu, Cláudio

Tenho paixão por História. Pela de Portugal em geral e por alguns períodos estrangeiros em particular: o século XVIII francês, a época Tudor inglesa, a Roma dos Césares... Basta lembrar os nomes das minhas gatas adoradas, Messalina e Agripina... Não foram por acaso.

E falar na Roma dos Césares sem referir os dois apaixonantes romances de Robert Graves, Eu, Cláudio e Cláudio e Messalina (a quem os terei emprestado, que nunca voltaram?), é quase impossível. Tão impossível como não referir a extraordinária série de televisão que a BBC realizou em 1976 e que passou em Portugal em 1978, estava eu no primeiro ano da faculdade.

A série é uma autêntica obra-prima. A fidelíssima adaptação do texto de Robert Graves, servida por grandes vultos do Teatro como Derek Jacobi (Cláudio), John Hurt (Calígula), Patrick Stewart (Sejano), Siân Philips (Lívia) ou Brian Blessed (Augusto), ganhou muito com o exíguo orçamento de que dispunha. Aquilo que era à partida uma desvantagem acabaria por redundar num enorme trunfo. É uma produção quase teatral, de cenários modestos, exteriores de estúdio, toda a ênfase posta nos diálogos brilhantes e nos desempenhos de actores fora de série.

Revi uns quantos episódios durante este fim-de-semana, o mesmo deslumbramento de sempre. E dei comigo a sorrir quando me lembrei da visita que há anos fiz à Residenz, o palácio dos duques da Baviera em Munique. O Antiquarium, provavelmente a sua sala mais imponente (esta bisarma à direita, 66 metros de comprimento), está decorado com centenas de bustos de personagens da antiga Roma. E, apesar de estarmos a ficar atrasados para a ópera, e surda aos protestos do Vítor, a apressar-me, não descansei enquanto não descobri os bustos de Messalina Valéria e Agripina Germânica, terceira e quarta mulheres do imperador Cláudio.

A quem não viu, recomendo vivamente. Na Fnac, para variar, não está disponível (esteve em tempos, a minha edição é portuguesa e tem uns seis anos). Mas existe na Amazon, claro.

2 comentários:

  1. Só falta interessar-se pelo século XIX... não me diga que as crinolinas lhe são indiferentes?!? ;)

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  2. Bendita Amazon... Desde que a descobri, não quero outra coisa. E é com um desdém delicioso que olho hoje para a pobre Fnac. E sorrio por dentro.

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