Um pequeno presente
Foi assim que a Nikky lhe chamou ao enviar-mo. Eu chamo-lhe um gigantesco presente.
A vontade de escrever aqui é nula. Mas isto é maior. Isto é muito especial. E eu agradeço humildemente a lição de valentia e de fortaleza de uma criança de sete anos que acredita em jardins e que se sentiu minha irmã porque perdeu a sua Fiona.
Passo a transcrever o e-mail da Nikky que recebi hoje:
«Olá Teresa!
Ontem no trabalho preenchi o fim de tarde com desenhos.
Os meninos com que trabalho chegam até mim com vidas desfeitas e cheios daquela mistura de tristeza e esperança que só as crianças conseguem ter.
Conversava sobre coisas tristes na vida da Tatiana, uma menina de sete anos retirada à família, que cresceu num bairro complicado, com um pai toxicodependente e traficante e uma vida marcada por abandonos e decepções. E que ainda assim tem o sorriso mais bonito do mundo.
Perguntei-lhe o que a deixava triste. Falou-me de episódios que levariam muitos adultos à depressão e ao suicídio e de uma gatinha chamada Fiona que "morreu porque era velhinha".
Expliquei-lhe que era normal ficar triste às vezes e que tinha uma amiga que agora estava triste porque a sua gatinha também tinha morrido.
Perguntou-me como se chamava a minha amiga. Teresa, respondi-lhe.
Perguntou-me se a minha amiga gostava de desenhos. Disse-lhe que não sabia mas apostava que sim.
Perguntou-me se podíamos fazer um desenho para oferecer à Teresa para ela ficar menos triste. Enquanto desenhava, explicou-me que se calhar a Fiona e a gatinha da Teresa agora eram amigas porque viviam as duas nas nuvens no céu dos gatinhos e pediu-me ajuda para desenhar a gatinha da Teresa porque ela nunca a tinha visto. Escolheu um jardim porque diz que os jardins são bonitos e felizes.
"Mostras o desenho à Teresa?" — perguntou-me quando o terminou.
"Mostro, claro que mostro!" — assegurei-lhe sem muita certeza.
Hoje perguntou-me por ti.
E eu não resisti a mostrar mesmo....
Ontem no trabalho preenchi o fim de tarde com desenhos.
Os meninos com que trabalho chegam até mim com vidas desfeitas e cheios daquela mistura de tristeza e esperança que só as crianças conseguem ter.
Conversava sobre coisas tristes na vida da Tatiana, uma menina de sete anos retirada à família, que cresceu num bairro complicado, com um pai toxicodependente e traficante e uma vida marcada por abandonos e decepções. E que ainda assim tem o sorriso mais bonito do mundo.
Perguntei-lhe o que a deixava triste. Falou-me de episódios que levariam muitos adultos à depressão e ao suicídio e de uma gatinha chamada Fiona que "morreu porque era velhinha".
Expliquei-lhe que era normal ficar triste às vezes e que tinha uma amiga que agora estava triste porque a sua gatinha também tinha morrido.
Perguntou-me como se chamava a minha amiga. Teresa, respondi-lhe.
Perguntou-me se a minha amiga gostava de desenhos. Disse-lhe que não sabia mas apostava que sim.
Perguntou-me se podíamos fazer um desenho para oferecer à Teresa para ela ficar menos triste. Enquanto desenhava, explicou-me que se calhar a Fiona e a gatinha da Teresa agora eram amigas porque viviam as duas nas nuvens no céu dos gatinhos e pediu-me ajuda para desenhar a gatinha da Teresa porque ela nunca a tinha visto. Escolheu um jardim porque diz que os jardins são bonitos e felizes.
"Mostras o desenho à Teresa?" — perguntou-me quando o terminou.
"Mostro, claro que mostro!" — assegurei-lhe sem muita certeza.
Hoje perguntou-me por ti.
E eu não resisti a mostrar mesmo....
Um beijinho.
Nikky»
Obrigada, Tatiana! O teu lindo (lindo, lindo!) desenho será encaixilhado e pendurado na parede. De cada vez que olhar para ele lembrar-me-ei de ti. E da Fiona, que já é de certeza uma protegida de Messy na Rainbow Bridge (Messy era adoravelmente maternal). Gostava de te conhecer, Tatiana.
Se o sorriso com que recebeste este desenho foi de metade do tamanho do meu quando o vi aqui, grande Tatiana.
ResponderEliminarOra toma!
ResponderEliminarAbre os olhos e vê que não vale a pena estares a carpir mágoas.
Beijos
:') Que lindo...
ResponderEliminar(I'm so sorry, Teresa... :( )
:)
ResponderEliminarA TOdDOS, muito obrigada.
ResponderEliminarAo Quem Sabes Quem (não sei, e ainda bem que não sei): espero que nunca passe por isto. Não passa, claro, para si bichos devem ser bens de consumo, facilmente substituíveis. Faça-me um favor: NÃO VOLTE A COMENTAR AQUI.
Desculpem, o ser chama-se Tu Sabes Quem, atabalhoei-lhe o nome postiço. Fico feliz por não saber quem é, dispenso pessoas destas na minha vida.
ResponderEliminarQue lindo o desenho, a pureza, a solidariedade natural de uma criança do bem...
ResponderEliminarBless the beast and the children ...
Só para mandar um uauff à Agri!
ResponderEliminar(o desenho é realmente lindo. A Tatiana é uma artista.)
CoRa,
ResponderEliminarIsto calou fundo. Mesmo.
Van Dog,
Agri agradece e dá-te uma turrinha. Vamos agora deitar-nos, ela está assustada com o barulho do vento.
As coisas mais simples são um bálsamo para a alma. As crianças são lindas.
ResponderEliminarBeijo grande