Farewell, Paul Newman
A maldição da beleza. Era tão bonito que se esquecia o resto: o grande actor; o ser humano único. Nove nomeações para o Oscar, só à sétima levou a estatueta para casa, em 1986 (no ano anterior tinha sido homenageado com um Oscar honorário pela carreira, podem ver aqui). O mundo só tinha olhos para o extraordinário azul dos olhos de Paul Newman.
Tive o privilégio de o ver em palco há cinco anos, terceira fila ao centro. A peça (a mítica Our Town) não me impressionou especialmente, mas o seu desempenho era poderoso. Paul Newman voltava à Broadway após 38 anos de ausência, um ano depois do 11 de Setembro: «I decided I would not go to my grave without coming back to Broadway. There is no other reason, except that Our Town reflects the best of American values, and I thought it appropriate for these times.»
Paul Newman criou uma marca de molhos para saladas que o poderia ter feito ainda mais rico, tamanho foi e continua a ser o sucesso. Sorrio de cada vez que vejo um frasco, nos Estados Unidos, por saber que cada cêntimo dos lucros a perfazerem milhões vai para fins humanitários. Paul Newman comprou um castelo na Irlanda, Barretstown Castle, para acolher crianças doentes.
Hoje o mundo ficou mais pobre, hoje o mundo está de luto. Paul Newman foi muito mais do que um grande actor: Paul Newman foi um grande Homem.
Vou deitar-me agora e rever um dos seus filmes, um dos meus favoritos. The Verdict (outra nomeação para o Oscar). Nas palavras de um amigo querido, advogado, palavras escritas há mais de três anos, numa troca de mails em que comentávamos as nossas paixões cinematográficas, «Quanto ao Paul Newman sou suspeito. Fui para Direito muito por culpa de O Veredicto, do Sidney Lumet, com o argumento adaptado pelo David Mamet. Cheguei a saber de cor as alegações finais que "Frank Galvin" faz em tribunal. Enfim, tempo de juventude. Este é um filme que vejo, religiosamente, pelo menos uma vez por ano. Refresca as minhas convicções no que é ser justo.» Há dois anos, quando o meu afilhado Filipe se formou em Direito, ofereci-lhe o filme, juntamente com um outro do mesmo Sidney Lumet, uma obra-prima chamada 12 Angry Men. Nas palavras do meu amigo Harvey, o mesmo: «12 Angry Men. Um filme fantástico. Um argumento de excepção. Quase claustrofóbico e, certamente também por isso, tão intenso. Igualmente um eleito. Um dos jurados é o Jack Warden que é colega de escritório do Newman em O Veredicto!»
A explicação para a música de fundo está aqui.
Tive o privilégio de o ver em palco há cinco anos, terceira fila ao centro. A peça (a mítica Our Town) não me impressionou especialmente, mas o seu desempenho era poderoso. Paul Newman voltava à Broadway após 38 anos de ausência, um ano depois do 11 de Setembro: «I decided I would not go to my grave without coming back to Broadway. There is no other reason, except that Our Town reflects the best of American values, and I thought it appropriate for these times.»
Paul Newman criou uma marca de molhos para saladas que o poderia ter feito ainda mais rico, tamanho foi e continua a ser o sucesso. Sorrio de cada vez que vejo um frasco, nos Estados Unidos, por saber que cada cêntimo dos lucros a perfazerem milhões vai para fins humanitários. Paul Newman comprou um castelo na Irlanda, Barretstown Castle, para acolher crianças doentes.
Hoje o mundo ficou mais pobre, hoje o mundo está de luto. Paul Newman foi muito mais do que um grande actor: Paul Newman foi um grande Homem.
Vou deitar-me agora e rever um dos seus filmes, um dos meus favoritos. The Verdict (outra nomeação para o Oscar). Nas palavras de um amigo querido, advogado, palavras escritas há mais de três anos, numa troca de mails em que comentávamos as nossas paixões cinematográficas, «Quanto ao Paul Newman sou suspeito. Fui para Direito muito por culpa de O Veredicto, do Sidney Lumet, com o argumento adaptado pelo David Mamet. Cheguei a saber de cor as alegações finais que "Frank Galvin" faz em tribunal. Enfim, tempo de juventude. Este é um filme que vejo, religiosamente, pelo menos uma vez por ano. Refresca as minhas convicções no que é ser justo.» Há dois anos, quando o meu afilhado Filipe se formou em Direito, ofereci-lhe o filme, juntamente com um outro do mesmo Sidney Lumet, uma obra-prima chamada 12 Angry Men. Nas palavras do meu amigo Harvey, o mesmo: «12 Angry Men. Um filme fantástico. Um argumento de excepção. Quase claustrofóbico e, certamente também por isso, tão intenso. Igualmente um eleito. Um dos jurados é o Jack Warden que é colega de escritório do Newman em O Veredicto!»
A explicação para a música de fundo está aqui.
Pois é... Há perdas que mexem conosco sobremaneira. Sabes que também pensei em falar dele hoje e até reabrir o velho blog? Mas... Essa e dais tar perdas... que me deixam "sem" palavras....
ResponderEliminarLeia-se acima "é das tais"
ResponderEliminarOuvi a notícia com muita tristeza. Ainda sabendo que ninguém é eterno, é muito estranho quando deixam de estar connosco.
ResponderEliminarSabia que ias fazer um post... e adoro esta música.
Beijinho
Caramba, ando mesmo a leste de tudo...
ResponderEliminarMorreu?....
:(