A grande ideia da Maria

Todos nos fartamos de rir com os pára-quedistas que nos caem nos blogues em resultado de alguma pesquisa parva. Comigo o grosso da coluna é formado por brasileiros. E aparece-me cada um! Ora a Maria teve a divertidíssma ideia de elaborar um texto para esses tansos virem ao engodo. Quanto mais absurdo melhor, desde que inclua as palavras usadas nas buscas do Google. Isto não é um desafio, note-se, até porque já todos sabem da bela conta em que os tenho. Mas se mais alguém quiser pegar na ideia e partilhar as imbecilidades que lhe aparecem... encantada!

Para não julgarem que estou a inventar, até fiz print screen de alguns. Oxalá tivesse feito de mais. Ora vejam...

Dizeres saudades réquiem já morreu?! Algém me sabe descodificar isto?

Ou esta, não menos sibilina: esquecer uma série de coisas.

Deixo-vos com o 9 to 5 da minha menina Dolly para vos alegrar o dia. E, claro está, com este belo naco de prosa. Assinalo a laranja as palavras-chave. Vou usar apenas as mais frequentes, mas não resisto a meter ao barulho umas quantas que anotei, tão parvas eram. Notem ainda que transcrevo escrupulosamente a ortografia... é por isso, por exemplo, que vão encontrar Betales em vez de Beatles [esta até calhou bem, fez-me corrigir uma gralha que me tinha escapado, obrigadinha, minha besta]... e fasendo em vez de fazendo... Cá vai:

«No fim-de-semana passado, Ana Zanatti, nua, de saltos altos e carteira Birkin no braço, e Grazielli Massafera [pronto, esta nunca ninguém procurou, mas até que agora dá jeito], usando apenas um fio dental, deslocaram-se à coutada do meu amigo António, no Alentejo, para inspeccionarem os cevadouros para javalis. Um pouco mais tarde, Françoise Hardy, também bastante despida e depois de ter prestado os cuidados devidos às sardinheiras, resolveu juntar-se-lhes, de guitarrinha em punho, e cantou para deleite de todos os presentes o seu famoso Tous les Garçons et les Filles. Ana Zanatti, ainda nua, protestou, dizendo que preferia ouvir o seu leitor de mp3, onde tinha coisas muito melhores, como os Beatles ou Joan Sutherland, a cantar Ah Non Credea Mirarti.

A ignorante da brasileira não parava de perguntar quem são os Betales [sic, há gente que deve viver mesmo noutro planeta], ao que nenhuma das outras deu troco. Nem por isso a Massafera desanimou. Aproveitando a companhia de duas senhoras cultas e com tanta classe, vai de massacrá-las com perguntas cretinas: se alguma delas lhe sabia dizer quais eram as bandeiras da América Latina que falam espanhol [sic] ou, já agora, a "etiqueta como me portar andar sentar [também sic]. Irritadas, Ana Zanatti (nua) e Françoise Hardy (vestida) mandaram-na regar sardinheiras e petúnias, e com muito cuidado, para que não levassem demasiada água. Foi nisto que apareceu Rupert Everett, artisticamente enrolado em lençóis Porthault, a mostrar a encomenda que lhe tinha chegado da Amazon, contendo só os mais bonitos filmes gay. Ana Zanatti (sempre nua), ignorou-o e pôs-se a ouvir Edita Gruberova. Já a Massafera, toda interessada, perguntou logo se não haveria também vídeos de mulheres fasendo streep, talvez pudesse tirar de lá umas ideias. Rupert Everett ficou a coçar a cabeça, dizendo-se em palpos de aranha com tal pergunta. A Massafera, claro – irra, que é bronca! –, teve logo de perguntar o significado de palpos de aranha.»

E se duvidam dos cevadouros para javali (e logo eu, rapariga tão amiga de caça e de caçadores), vejam aqui. Esta é às dezenas, não passa uma semana sem aparecer.

E já chega! Acham que vão cair na Gota que nem tordos?