A arrebatadora cena em que Mozart, numa corrida contra a morte, dita passagens do Requiem a Salieri. Totalmente imaginária, é certo, mas nem por isso menos fascinante. O confronto entre o talento (e não podemos esquecer que Salieri era de facto um talentoso compositor) e o génio absoluto. Tom Hulce (Mozart) e F. Murray Abraham (Salieri). Estiveram ambos nomeados para o Oscar de melhor actor, e percebe-se porquê. Só um podia ganhar, ganhou o segundo. Um pequenino e irónico triunfo póstumo para Salieri.
Amadeus, de Milos Forman, nasceu de uma peça de teatro de Peter Shaffer. Vi-a no Old Vic em 1999, David Suchet (o Poirot da série de televisão) como Salieri. Foi uma noite de pura magia.
A cena e brilhante sem duvida e o requiem uma das minhas obras preferidas, que ja tive a sorte de executar em varias salas e igrejas da europa. Quanto ao salieri do filme, desempenho mais do que brilhante, assim como a descricao da primeira musica que ouve de mozart logo no inicio do filme. Poderia comenta-lo horas a fio. beijos
Melões Melodia, Sei perfeitamente qual é a cena (já a tinha referido aqui quando me lembrei de começar esta série, podes ver mais abaixo), é aquela em que Salieri descreve a Gran Partita. É também uma das "cenas da minha vida". Encontrei-a no youtube... mas o dono não autoriza a reprodução, não posso pô-la aqui. Resta esperar que mais alguém a ponha.
São estas as palavras, as maravilhosas palavras dele:
On the page it looked nothing. The beginning simple, almost comic. Just a pulse - bassoons and basset horns - like a rusty squeezebox. Then suddenly - high above it - an oboe, a single note, hanging there unwavering, till a clarinet took over and sweetened it into a phrase of such delight! This was no composition by a performing monkey! This was a music I'd never heard. Filled with such longing, such unfulfillable longing, it had me trembling. It seemed to me that I was hearing the voice of God.
Esta cena põe-me sempre com um nó na garganta e lágrimas nos olhos, até pelo facto de ser tão difícil descrever música.
Que instrumento tocas? Piano já percebi que não é... :)
A passagem em que Mozart dita o Requiem a Salieri está fantástica tenho-a presente na memória, com o Salieri a tentar escrever as notas que lhe eram ditadas, sem mostrar a emoção que estava a sentir por se saber em frente dum génio!
Adoro o filme, já o vi várias vezes, a cena da descrição da Partita, do funeral com o requiem e da composição deste deixam-me os cabelo em pé... mas preocupa-me que o filme apresente a imagem de um compositor tão má quando parece falsa a veracidade de tamanha crueldade(não da guerrilha que parece real), até porque a composições de Salieri parecem mais desconhecidas do que deveriam ser.
Eskisito, Fico contente por os correios funcionarem bem. Seguiu tudo ao mesmo tempo, no caso da Diabba esmeraram-se, recebeu na 5.ª feira, o que dá que pensar... Temor reverencial pela sua entidade demoníaca?
Quanto ao Amadeus, merece ser revisto. Até por causa dos extras, agora que já há em dvd.
Um beijo e bom fim-de-semana.
Maria Cunha, Conseguiste despachar o trabalho para poder revr o Brideshead? Eu sei que agora te compliquei a coisa... :) Depois diz-me o que achaste.
Diabba, A composição da personagem de Salieri é extraordinária, e teve um actor notável a dar-lhe corpo. Lemos na cara dele que a inveja lhe devora o coração. Ele abdicou de tudo, ofereceu tudo em sacrifício a Deus para que lhe fosse dado o dom de compor, e àquele ímpio, vulgar e obsceno, a música (e que música!) brota como água de uma nascente! Um beijo (sem enxofre)
Zetrolha, Não faço a mínima ideia, não sei qual é o seu género de blogue. Este é assim.
Geocrusoe, Não me parece que a imagem de Mozart no filme seja má. É mais excêntrica, na minha opinião. E o tributo devido ao génio incontestável está lá todo. O filme é muito fiel à peça que lhe deu origem.
Há mais cenas que eu adoro. Aquela em que Mozart é recebido pelo imperador (está no youtube, faça uma pesquisa em Amadeus e encontra-a logo), se discute se ele irá compor uma ópera em italiano ou em alemão (viria a ser O Rapto do Serralho) e no fim ele se senta ao piano e reproduz a peçazinha tosca da lavra do imperador que tinha ouvido ao entrar, não resistindo a modificá-la... e ouvimos as primeiras notas do Non più andrai das Bodas de Figaro.
Outra cena magistral é a da visita da mulher de Mozart a Salieri, a pedir ajuda. Leva-lhe partituras. À medida que ele passa folhas de música ouvimos fragmentos de coisas maravilhosas e a expressão dele diz tudo.
Sim, Salieri era um bom compositor, e até merecia ser lembrado (tive uma ópera dele, foi-se com muitos outros discos na mala de um carro que me roubaram, ainda não a substituí, havia coisas mais prementes). Mas o que era isso... comparado com Mozart? Fica muito claro no filme.
Ainda hoje esta música me arrepia. Uma vez, vinha eu de viagem e ia aterrar em Santiago de Compostela, mais a minha jove. Um temporal desgraçado, o avião sacudia por todos os lados, quando o comandante anuncia que estavam com problemas e que iriam colocar uma música para relaxar. Quando começa a tocar, a minha jove vê-me a ficar branco... - O que é que tens?!? - Isto é música funebre...
Rafeiro, Palavra de honra, estou chocada! É preciso ser muito insensível ou muito ignorante!
A música é sublime, já se sabe. Mas escolhê-la para um momento desses é de uma autêntica besta! Percebo a tua perturbação... provavelmente eu teria reagido da mesma maneira.
Oh pá! Já estou a achar que temos mts gostos em comum, não tarda nada estamos a corresponder-nos quais teenagers!! Cena sublime, Adorei O FILME, e mais. o REQUIEM do Mozart é uma das minhas músicas favoritas.Até já estou arrepiada! Vem a meus braços!
So ler o texto, ja me faz sentir comido por dentro. Depois de le-lo, pus o meu CD, peguei na partitura e pus-me a canta-lo de fio a pavio. E para que saibas, sim toco piano, como outros instrumentos, apesar de nao ser o homem dos sete instrumentos. Nos concertos do requiem fiquei-me pelo papel de cantor.
Quanto a cena, uma coisa a dizer ainda, a passagem escolhida. No leito da morte ditar, Os malditos condenados ao fogo, com o ostinato das cordas e as vozes masculinas em ritmo marcado e notas curtas, para virem os anjos em notas longas, as vozes femininas, que dizem lembra-te de mim entre os eleitos (os benditos)... de genio... apesar da lenda dizer que no seu leito de morte, Mozart ditava a Sussmeyer o lacrimosa - choroso aquele dia em que ressurgiu das cinzas para julgar o homem reu! E o Homem acabou so. Nao ha quem o entenda.
Ainda quanto ao personagem, da primeira vez que vi o filme, talvez mais imaturo, choquei-me porque achei que faziam de Mozart um pateta. Agora vejo que nao podia ser de outra forma.
Nao sei que seria se fosse o meu compositor preferido.
Melões Melodia, O teu comentário daria para uma resposta de muitas páginas. O teu "comido por dentro", tão expressivo e feliz, é precisamente o que sinto em relação à tal cena. Sei que o teu grande favorito é Bach (que para mim vem logo a seguir a Mozart na paixão que me inspira). É estúpido numerar paixões, bem sei. Principalmente quando se fala de vultos de tão imensa grandeza.
Eu tenho um grande amigo, o Victor. Que estava farto de me ouvir dizer que só a produção do último ano de vida de Mozart seria suficiente para fazer a glória eterna de qualquer compositor: as três últimas sinfonias, o Requiem, o Concerto para clarinete (uma obsessão minha), A Clemencência de Tito, A Flauta Mágica... Um dia o Victor presenteou-me com um livro que descobriu nem sei como, e que, é claro, devorei num ápice: 1791: Mozart's Last Year, de H. C. Robbins Landon. Recomendo-to.
Não resisto a citar-te o fim do capítulo "The final illness":
It has taken perhaps two hundred years for the world to realize fully and in all its aspects what this loss has meant to music - and to humanity. Haydn said:"Posterity will not see such a talent again in 100 years!" Posterity has not seen it in two hundred.
Pensar que tinha 35 anos quando morreu!
Não me envergonho de dizer que em Salzburg (cidade que ele aliás odiava), só por estar frente à casa onde ele nasceu... tive um ataque de choro em plena rua. Idem para Munique, no Cuvilliers Theather, onde estreou o Idomeneo, só de pensar que mais de 200 anos antes aquele soalho tinha sido pisado por ele.
Acabas de me dar uma ideia para novo post, obrigada. Um beijo.
Bolachinha, Les beaux esprits se rencontrent (Voltaire)
Ó p'ra mim de braços abertos!
Do Requiem nem se fala, claro, mas o filme é eterno.
E estou a lembrar-me dos oscars de 84 (uma limpeza, eram uns atrás dos outros para o Amadeus), quando Maurice Jarre foi receber o seu oscar pela melhor banda sonora original no Passagem para a Índia. Dei uma enorme garagalhada quando ele, já de estatueta na mão, abriu os agradecimentos com um "Estou muito contente por Mozart não ter concorrido nesta categoria"...
Amadeus é um dos meus 1001 filmes e certamente que será o filme da vida do Tom Hulce. Lembro-me mais de o ver em filmes de qualidade duvidosa! Uma última palavra para o Requiem: apesar de não ter ouvido musical nenhum é um dos meus preferidos e consta da minha discografia.
Moimeme, Há quanto tempo! A vergonha é um disparate. A curiosidade sim, essa é legítima. E vais ser recompensada com um filme extraordinário. Um beijo.
Zarolho, Tom Hulce julgo que se tem dedicado mais ao teatro, quer como actor, quer como produtor. No documentário que acompanha o filme fiquei a saber que aprendeu piano de altura, e passava as horas livres a praticar no quarto do hotel, em Praga. As habilidades de tocar ao contrário, etc., são mesmo feitas por ele. Acho admirável que um actor se empenhe desta maneira para vestir uma personagem! Um beijo e sê bem-vindo.
AEnima, Sabes que isso até me faz uma certa inveja? Poder ver isto pela primeira vez! Que maravilha! Escusado será dizer, por tudo o que já aqui se escreveu, que vais AMAR! Um grande beijo.
Afgane, Não posso estar mais de acordo, claro! Um beijo.
Maria Cunha, Já vi, já fui comentar. Fiquei tão contente! Um beijo.
olá teresa! ainda de férias demos aqui um pequeno salto e descobrimos o nosso "Amadeus", um dos filmes da nossa vida:) por outro lado ao sabermos que viu a peça em Londres com o Suchet/Poirot na personagem de Salieri, ficamos a roer as unhas:) Mozart deixou-nos obras inesqueciveis, sendo impossivel destacar a mais bela de todas,porque as obras-primas abundam, embora o que toca mais aqui na casa sejam os seus concertos para piano:) beijinhos e bom domingo paula e rui lima
Olá Paula e Rui, De férias com este tempo horrível é muito frustrante, não é?
Vejo que temos alguns títulos em comum na lista dos filmes das nossas vidas!
O Amadeus foi uma das mais memoráveis noites de teatro da minha vida, seguramente uma das cinco maiores. Juntamente com ele ponho uma peça assombrosa de David Hares The Breath of Life, há quatro anos, no Haymarket Theatre. Apenas duas actrizes: Dame Judi Dench e Dame Maggie Smith. Cheira-me que qualquer dia dá filme. O enredo é muito simples, mas a qualidade do texto e a repreentação delas... Dame Maggie é uma solteirona excêntrica que vive numa ilha e recebe a visita da viúva do homem de quem foi amante durante vinte anos. Acabam por atravessar a noite a conversar. Estão a imaginar, não? E o cenário,ai meu Deus, o cenário! Quando o pano subiu só se ouviam ahs! de espanto e deslumbramento.
Outra que tem de entrar na lista foi a célebre produção do Cabaret do Sam Mendes. Não a apanhei em Londres, vi-a já em Nova Iorque. Pouco antes de eu ir, a actriz que fazia a Sally Bowles (não me lembro quem era, acho que já não era a Miranda Richardson) foi subsituída pela Brooke Shields. Fiquei numa fúria que vocês nem imaginam!! A menina da "Lagoa Azul" como Sally Bowles?! Perdi uma belíssima ocasião de estar calada, só vos digo. Ela estava magnífica! E perfeita para o papel - que acho que não deve ser feito por uma grande cantora.
Outra noite mágica? A Streetcar Named Desire no National, em Londres, Glenn Close como Blanche Dubois. Ela extraordinária o cenário outro assombro.
Vi também o Paul Newman na primeira vez que ele pisava o palco em 38 anos, mas não incluo essa noite entre as grandes, por a peça não me deixar de cabeça perdida: Our Town. Vi mais uns quantos famosos ao vivo, sim. O meu grande desgosto é nunca ter visto nem Meryl Streep, nem Jeremy Irons, nem Kevin Kline.
Sabes que, assim como eu tardo mas não falho, tu continuas a deliciar-me com a fineza, cultura e excelente gosto que partilhas através dos teus posts. Ora aqui está mais um dos meus filmes favoritos: Amadeus. E, assim como tu e o Melões, também eu adoro a cena em que Salieri descreve a primeira vez que ouviu a música de Mozart. Acabei de rever algumas cenas do filme no youtube à conta deste teu post. Não sou de falar dos outros, mas fica sabendo que esse senhor que assina como Melões Melodia tem a voz de tenor mais... linda, cristalina, maravilhosa, fantástica, pujante, grandiosa, apaixonante, envolvente... e muito mais... que alguma vez ouvi ao vivo! Pronto, disse! Beijos
Actriz, Ih, meu Deus! Que elogios imerecidos! Tenho imensa pena de não poder pôr aqui a cena da Gran Partita, o dono deve ser muito cisoso dela, e não se lhe pode llevar a mal. Poiseu já tinha percebido que tu e o Melões Melodia (acho um piadão ao nome) eram amigos, mas isso que me contas é completa novidade. Já tinha percebido que ele cantava, até o referiu uns comentários acima, mas claro que das qualidades da voz não me ia falar! Muito gostava eu de ter um dom qualquer... cantar, tocar muito bem qualquer coisa. Vá lá, pelo menos sei reconhecer o talento quando o encontro, o que já é alguma coisa. Beijos!
Teresa - A Actriz tem um ouvidito duro imagino, ou tapado pela amizade. Sim, tambem canto e e das coisas que mais gosto de fazer, mas dai a tanto alarido... quanto ao nome, e uma longa historia, fui baptizado assim noutro blog que lia e deixei-o ficar. beijos
quando me referia à má imagem atribuída a um compositor, estava a pensar no papel posto em Salieri no filme: invejoso até ao limite de assassinar Mozart... sei que tal é possível na humanidade, mas julgo que não foi o caso de Salieri e o filme não convida e explorar a sua música... que só conheço de algo que ouvi no rádio e nada mais.
Não me lembro de quantas vezes vi o filme, mas devem ter sido largas dezenas, a ponto de praticamente o ter decorado. Historicamente errado, mas nem por isso menos fascinante. Creio que o tal «director's cut» acrescenta pouco ou nada. Lembro-me também que voltei a ouvir falar de Gerardo Van Switen, se é ele o «barão», muito mais tarde, já a trabalhar com o livro antigo na Faculdade de Medicina de Lisboa. Foi um médico que escreveu importantes tratados e comentários.
Um dos filmes da minha vida também.
ResponderEliminarTudo o que gira à volta do génio, o que o faz, quem o faz, a mente dele.
:) Beijos
A cena e brilhante sem duvida e o requiem uma das minhas obras preferidas, que ja tive a sorte de executar em varias salas e igrejas da europa.
ResponderEliminarQuanto ao salieri do filme, desempenho mais do que brilhante, assim como a descricao da primeira musica que ouve de mozart logo no inicio do filme.
Poderia comenta-lo horas a fio.
beijos
Thunderlady,
ResponderEliminarJá perdi a conta ao número de vezes que o vi. A edição especial em dvd é fantástica - um disco inteiro de extras!
Um beijo grande.
Melões Melodia,
ResponderEliminarSei perfeitamente qual é a cena (já a tinha referido aqui quando me lembrei de começar esta série, podes ver mais abaixo), é aquela em que Salieri descreve a Gran Partita. É também uma das "cenas da minha vida".
Encontrei-a no youtube... mas o dono não autoriza a reprodução, não posso pô-la aqui.
Resta esperar que mais alguém a ponha.
São estas as palavras, as maravilhosas palavras dele:
On the page it looked nothing. The beginning simple, almost comic. Just a pulse - bassoons and basset horns - like a rusty squeezebox. Then suddenly - high above it - an oboe, a single note, hanging there unwavering, till a clarinet took over and sweetened it into a phrase of such delight! This was no composition by a performing monkey! This was a music I'd never heard. Filled with such longing, such unfulfillable longing, it had me trembling. It seemed to me that I was hearing the voice of God.
Esta cena põe-me sempre com um nó na garganta e lágrimas nos olhos, até pelo facto de ser tão difícil descrever música.
Que instrumento tocas? Piano já percebi que não é... :)
Tenho de rever o filme...já não me lembro bem dele...mas lembro-me que o adorei quando o vi.
ResponderEliminarBeijos e bom fds.
Ah, e já recebebemos a tua prendinha...obrigado.
ResponderEliminarBeijos
antes de mais... muito obrigada Teresa, acabei de receber a encomenda... que letra bonita...
ResponderEliminarvi o filme quando saiu, lembro-me apenas de alguns pormenores... e que gostei muito do filme.
um beijinho
maria
A passagem em que Mozart dita o Requiem a Salieri está fantástica tenho-a presente na memória, com o Salieri a tentar escrever as notas que lhe eram ditadas, sem mostrar a emoção que estava a sentir por se saber em frente dum génio!
ResponderEliminarbeijo d'enxofre
Adoro o filme, já o vi várias vezes, a cena da descrição da Partita, do funeral com o requiem e da composição deste deixam-me os cabelo em pé... mas preocupa-me que o filme apresente a imagem de um compositor tão má quando parece falsa a veracidade de tamanha crueldade(não da guerrilha que parece real), até porque a composições de Salieri parecem mais desconhecidas do que deveriam ser.
ResponderEliminarPorque é que me está a parecer que caí no blog errado?
ResponderEliminarEskisito,
ResponderEliminarFico contente por os correios funcionarem bem. Seguiu tudo ao mesmo tempo, no caso da Diabba esmeraram-se, recebeu na 5.ª feira, o que dá que pensar... Temor reverencial pela sua entidade demoníaca?
Quanto ao Amadeus, merece ser revisto. Até por causa dos extras, agora que já há em dvd.
Um beijo e bom fim-de-semana.
Maria Cunha,
Conseguiste despachar o trabalho para poder revr o Brideshead? Eu sei que agora te compliquei a coisa... :)
Depois diz-me o que achaste.
Um beijinho.
Diabba,
ResponderEliminarA composição da personagem de Salieri é extraordinária, e teve um actor notável a dar-lhe corpo. Lemos na cara dele que a inveja lhe devora o coração. Ele abdicou de tudo, ofereceu tudo em sacrifício a Deus para que lhe fosse dado o dom de compor, e àquele ímpio, vulgar e obsceno, a música (e que música!) brota como água de uma nascente!
Um beijo (sem enxofre)
Zetrolha,
ResponderEliminarNão faço a mínima ideia, não sei qual é o seu género de blogue. Este é assim.
Geocrusoe,
Não me parece que a imagem de Mozart no filme seja má. É mais excêntrica, na minha opinião. E o tributo devido ao génio incontestável está lá todo. O filme é muito fiel à peça que lhe deu origem.
Há mais cenas que eu adoro. Aquela em que Mozart é recebido pelo imperador (está no youtube, faça uma pesquisa em Amadeus e encontra-a logo), se discute se ele irá compor uma ópera em italiano ou em alemão (viria a ser O Rapto do Serralho) e no fim ele se senta ao piano e reproduz a peçazinha tosca da lavra do imperador que tinha ouvido ao entrar, não resistindo a modificá-la... e ouvimos as primeiras notas do Non più andrai das Bodas de Figaro.
Outra cena magistral é a da visita da mulher de Mozart a Salieri, a pedir ajuda. Leva-lhe partituras. À medida que ele passa folhas de música ouvimos fragmentos de coisas maravilhosas e a expressão dele diz tudo.
Sim, Salieri era um bom compositor, e até merecia ser lembrado (tive uma ópera dele, foi-se com muitos outros discos na mala de um carro que me roubaram, ainda não a substituí, havia coisas mais prementes). Mas o que era isso... comparado com Mozart? Fica muito claro no filme.
Ainda hoje esta música me arrepia. Uma vez, vinha eu de viagem e ia aterrar em Santiago de Compostela, mais a minha jove. Um temporal desgraçado, o avião sacudia por todos os lados, quando o comandante anuncia que estavam com problemas e que iriam colocar uma música para relaxar. Quando começa a tocar, a minha jove vê-me a ficar branco...
ResponderEliminar- O que é que tens?!?
- Isto é música funebre...
Adivinhas qual era a música? ;)
Rafeiro,
ResponderEliminarPalavra de honra, estou chocada! É preciso ser muito insensível ou muito ignorante!
A música é sublime, já se sabe. Mas escolhê-la para um momento desses é de uma autêntica besta! Percebo a tua perturbação... provavelmente eu teria reagido da mesma maneira.
Beijo grande.
Oh pá! Já estou a achar que temos mts gostos em comum, não tarda nada estamos a corresponder-nos quais teenagers!!
ResponderEliminarCena sublime, Adorei O FILME, e mais. o REQUIEM do Mozart é uma das minhas músicas favoritas.Até já estou arrepiada! Vem a meus braços!
So ler o texto, ja me faz sentir comido por dentro. Depois de le-lo, pus o meu CD, peguei na partitura e pus-me a canta-lo de fio a pavio.
ResponderEliminarE para que saibas, sim toco piano, como outros instrumentos, apesar de nao ser o homem dos sete instrumentos. Nos concertos do requiem fiquei-me pelo papel de cantor.
Quanto a cena, uma coisa a dizer ainda, a passagem escolhida. No leito da morte ditar, Os malditos condenados ao fogo, com o ostinato das cordas e as vozes masculinas em ritmo marcado e notas curtas, para virem os anjos em notas longas, as vozes femininas, que dizem lembra-te de mim entre os eleitos (os benditos)... de genio... apesar da lenda dizer que no seu leito de morte, Mozart ditava a Sussmeyer o lacrimosa - choroso aquele dia em que ressurgiu das cinzas para julgar o homem reu!
E o Homem acabou so. Nao ha quem o entenda.
Ainda quanto ao personagem, da primeira vez que vi o filme, talvez mais imaturo, choquei-me porque achei que faziam de Mozart um pateta. Agora vejo que nao podia ser de outra forma.
Nao sei que seria se fosse o meu compositor preferido.
beijos
Melões Melodia,
ResponderEliminarO teu comentário daria para uma resposta de muitas páginas. O teu "comido por dentro", tão expressivo e feliz, é precisamente o que sinto em relação à tal cena. Sei que o teu grande favorito é Bach (que para mim vem logo a seguir a Mozart na paixão que me inspira). É estúpido numerar paixões, bem sei. Principalmente quando se fala de vultos de tão imensa grandeza.
Eu tenho um grande amigo, o Victor. Que estava farto de me ouvir dizer que só a produção do último ano de vida de Mozart seria suficiente para fazer a glória eterna de qualquer compositor: as três últimas sinfonias, o Requiem, o Concerto para clarinete (uma obsessão minha), A Clemencência de Tito, A Flauta Mágica...
Um dia o Victor presenteou-me com um livro que descobriu nem sei como, e que, é claro, devorei num ápice: 1791: Mozart's Last Year, de H. C. Robbins Landon. Recomendo-to.
Não resisto a citar-te o fim do capítulo "The final illness":
It has taken perhaps two hundred years for the world to realize fully and in all its aspects what this loss has meant to music - and to humanity. Haydn said:"Posterity will not see such a talent again in 100 years!" Posterity has not seen it in two hundred.
Pensar que tinha 35 anos quando morreu!
Não me envergonho de dizer que em Salzburg (cidade que ele aliás odiava), só por estar frente à casa onde ele nasceu... tive um ataque de choro em plena rua. Idem para Munique, no Cuvilliers Theather, onde estreou o Idomeneo, só de pensar que mais de 200 anos antes aquele soalho tinha sido pisado por ele.
Acabas de me dar uma ideia para novo post, obrigada.
Um beijo.
Bolachinha,
ResponderEliminarLes beaux esprits se rencontrent (Voltaire)
Ó p'ra mim de braços abertos!
Do Requiem nem se fala, claro, mas o filme é eterno.
E estou a lembrar-me dos oscars de 84 (uma limpeza, eram uns atrás dos outros para o Amadeus), quando Maurice Jarre foi receber o seu oscar pela melhor banda sonora original no Passagem para a Índia. Dei uma enorme garagalhada quando ele, já de estatueta na mão, abriu os agradecimentos com um "Estou muito contente por Mozart não ter concorrido nesta categoria"...
Beijo grande.
olá,
ResponderEliminarnada a acrescentar aos comentários já feitos. é um prazer ler, ouvir e sentir!
xxx
Kuska,
ResponderEliminarE é sempre um prazer tê-la por aqui :)
Um beijo.
Não vi o filme. shame on me...!
ResponderEliminarVou tratar disso pois esta sensação de vergonha misturada com curiosidade não me deixa tranquila.
beijinhos Teresa
Amadeus é um dos meus 1001 filmes e certamente que será o filme da vida do Tom Hulce. Lembro-me mais de o ver em filmes de qualidade duvidosa!
ResponderEliminarUma última palavra para o Requiem: apesar de não ter ouvido musical nenhum é um dos meus preferidos e consta da minha discografia.
Acreditas que ainda nao vi o filme? Uma falha gigante da minha parte, eu sei. Um dia destes :)
ResponderEliminarQueriad Teresa,
ResponderEliminarAdorei o filme, adorei a música adorei! Adorei! A ver e rever sempre.
Beijos
Teresa, prometido é devido, deixei o meu comentário ao filme aqui:
ResponderEliminarhttp://sempresoubequehaviaumavacadentrodemim.blogspot.com/2007/06/escolha-mais-que-acertada.html
um beijinho
maria
Moimeme,
ResponderEliminarHá quanto tempo!
A vergonha é um disparate. A curiosidade sim, essa é legítima. E vais ser recompensada com um filme extraordinário.
Um beijo.
Zarolho,
Tom Hulce julgo que se tem dedicado mais ao teatro, quer como actor, quer como produtor.
No documentário que acompanha o filme fiquei a saber que aprendeu piano de altura, e passava as horas livres a praticar no quarto do hotel, em Praga. As habilidades de tocar ao contrário, etc., são mesmo feitas por ele. Acho admirável que um actor se empenhe desta maneira para vestir uma personagem!
Um beijo e sê bem-vindo.
AEnima,
ResponderEliminarSabes que isso até me faz uma certa inveja? Poder ver isto pela primeira vez! Que maravilha!
Escusado será dizer, por tudo o que já aqui se escreveu, que vais AMAR!
Um grande beijo.
Afgane,
Não posso estar mais de acordo, claro!
Um beijo.
Maria Cunha,
Já vi, já fui comentar. Fiquei tão contente!
Um beijo.
olá teresa!
ResponderEliminarainda de férias demos aqui um pequeno salto e descobrimos o nosso "Amadeus", um dos filmes da nossa vida:)
por outro lado ao sabermos que viu a peça em Londres com o Suchet/Poirot na personagem de Salieri, ficamos a roer as unhas:)
Mozart deixou-nos obras inesqueciveis, sendo impossivel destacar a mais bela de todas,porque as obras-primas abundam, embora o que toca mais aqui na casa sejam os seus concertos para piano:)
beijinhos e bom domingo
paula e rui lima
Olá Paula e Rui,
ResponderEliminarDe férias com este tempo horrível é muito frustrante, não é?
Vejo que temos alguns títulos em comum na lista dos filmes das nossas vidas!
O Amadeus foi uma das mais memoráveis noites de teatro da minha vida, seguramente uma das cinco maiores. Juntamente com ele ponho uma peça assombrosa de David Hares The Breath of Life, há quatro anos, no Haymarket Theatre. Apenas duas actrizes: Dame Judi Dench e Dame Maggie Smith. Cheira-me que qualquer dia dá filme. O enredo é muito simples, mas a qualidade do texto e a repreentação delas... Dame Maggie é uma solteirona excêntrica que vive numa ilha e recebe a visita da viúva do homem de quem foi amante durante vinte anos. Acabam por atravessar a noite a conversar. Estão a imaginar, não? E o cenário,ai meu Deus, o cenário! Quando o pano subiu só se ouviam ahs! de espanto e deslumbramento.
Outra que tem de entrar na lista foi a célebre produção do Cabaret do Sam Mendes. Não a apanhei em Londres, vi-a já em Nova Iorque. Pouco antes de eu ir, a actriz que fazia a Sally Bowles (não me lembro quem era, acho que já não era a Miranda Richardson) foi subsituída pela Brooke Shields. Fiquei numa fúria que vocês nem imaginam!! A menina da "Lagoa Azul" como Sally Bowles?! Perdi uma belíssima ocasião de estar calada, só vos digo. Ela estava magnífica! E perfeita para o papel - que acho que não deve ser feito por uma grande cantora.
Outra noite mágica? A Streetcar Named Desire no National, em Londres, Glenn Close como Blanche Dubois. Ela extraordinária o cenário outro assombro.
Vi também o Paul Newman na primeira vez que ele pisava o palco em 38 anos, mas não incluo essa noite entre as grandes, por a peça não me deixar de cabeça perdida: Our Town. Vi mais uns quantos famosos ao vivo, sim. O meu grande desgosto é nunca ter visto nem Meryl Streep, nem Jeremy Irons, nem Kevin Kline.
Um beijo aos dois.
Sabes que, assim como eu tardo mas não falho, tu continuas a deliciar-me com a fineza, cultura e excelente gosto que partilhas através dos teus posts.
ResponderEliminarOra aqui está mais um dos meus filmes favoritos: Amadeus.
E, assim como tu e o Melões, também eu adoro a cena em que Salieri descreve a primeira vez que ouviu a música de Mozart.
Acabei de rever algumas cenas do filme no youtube à conta deste teu post.
Não sou de falar dos outros, mas fica sabendo que esse senhor que assina como Melões Melodia tem a voz de tenor mais... linda, cristalina, maravilhosa, fantástica, pujante, grandiosa, apaixonante, envolvente... e muito mais... que alguma vez ouvi ao vivo! Pronto, disse!
Beijos
Actriz,
ResponderEliminarIh, meu Deus! Que elogios imerecidos!
Tenho imensa pena de não poder pôr aqui a cena da Gran Partita, o dono deve ser muito cisoso dela, e não se lhe pode llevar a mal.
Poiseu já tinha percebido que tu e o Melões Melodia (acho um piadão ao nome) eram amigos, mas isso que me contas é completa novidade. Já tinha percebido que ele cantava, até o referiu uns comentários acima, mas claro que das qualidades da voz não me ia falar!
Muito gostava eu de ter um dom qualquer... cantar, tocar muito bem qualquer coisa.
Vá lá, pelo menos sei reconhecer o talento quando o encontro, o que já é alguma coisa.
Beijos!
Teresa - A Actriz tem um ouvidito duro imagino, ou tapado pela amizade. Sim, tambem canto e e das coisas que mais gosto de fazer, mas dai a tanto alarido...
ResponderEliminarquanto ao nome, e uma longa historia, fui baptizado assim noutro blog que lia e deixei-o ficar.
beijos
quando me referia à má imagem atribuída a um compositor, estava a pensar no papel posto em Salieri no filme: invejoso até ao limite de assassinar Mozart... sei que tal é possível na humanidade, mas julgo que não foi o caso de Salieri e o filme não convida e explorar a sua música... que só conheço de algo que ouvi no rádio e nada mais.
ResponderEliminarTambém, um dos filmes da minha vida.
ResponderEliminarGostei de vir cá parar.
keep going!
Um filme maravilhoso!!!
ResponderEliminarCumprimentos cinéfilos
Não me lembro de quantas vezes vi o filme, mas devem ter sido largas dezenas, a ponto de praticamente o ter decorado.
ResponderEliminarHistoricamente errado, mas nem por isso menos fascinante.
Creio que o tal «director's cut» acrescenta pouco ou nada.
Lembro-me também que voltei a ouvir falar de Gerardo Van Switen, se é ele o «barão», muito mais tarde, já a trabalhar com o livro antigo na Faculdade de Medicina de Lisboa. Foi um médico que escreveu importantes tratados e comentários.