sábado, 26 de maio de 2007

Charles Aznavour - Il Faut Savoir

Já chorei muito e muitas vezes ao som desta música, em anos idos. A sentir cada palavra, a repetir os versos em voz baixa, fazendo deles uma espécie de cartilha para meu uso pessoal.

Um autêntico manual de sobrevivência exterior, face aos outros e principalmente face ao outro.

A máscara de Álvaro de Campos no Tabacaria, em suma.

Il faut savoir... É preciso saber, custe o que custar, fazer todas as coisas que Aznavour vai enumerando: manter a dignidade, partir sem olhar para trás, por mais doloroso que seja; esconder as lágrimas, não arvorar um ar de vítima, afastar-se silenciosamente. É preciso saber esconder o desgosto sob a máscara de todos os dias, sufocar os gritos de raiva que são as últimas palavras de amor.

É preciso saber fazer tudo isso, como ele maravilhosamente canta e, como confessa no último verso, não consegue. É preciso saber... mas ele não sabe, não é capaz.

IL FAUT SAVOIR
Il faut savoir encore sourire
Il faut savoir cacher sa peine
Quand le meilleur s'est retiré
Sous le masque de tous les jours
Et qu'il ne reste que le pire
Et retenir les cris de haine
Dans une vie bête à pleurer
Qui sont les derniers mots d'amour



Il faut savoir, coûte que coûte,
Il faut savoir rester de glace
Garder toute sa dignité
Et taire un cœur qui meurt déja
Et, malgré ce qu'il nous en coûte,
Il faut savoir garder la face
S'en aller sans se retourner
Mais moi je t'aime trop
Face au destin, qui nous désarme,
Mais moi je ne peux pas
Et devant le bonher perdu,
Il faut savoir...
Il faut savoir cacher ses larmes
Mais moi je ne sais pas !
Mais moi, mon cœur, je n'ai pas su




Il faut savoir quitter la table

Lorsque l'amour est desservi

Sans s'accrocher, l'air pitoyable,

Mais partir sans faire de bruit



7 comentários:

  1. olá Teresa

    fico contente por esta vez ter tido uma coisa agradável na sua caixa do correio!

    eu ainda gosto enviar postais em datas simbólicas ou quando faço uma viagem. neste caso a maior parte das vezes chegam muito depois de mim!

    ah,foi bonito da sua parte ter transcrito a letra de "Il faut savoir" e resumi-la de forma tão poética para os amigos que não dominam francês.
    felizmente não é o meu caso pois conheço muito bem a língua francesa, tal como a inglesa.

    desta letra retenho duas frases plenas de sentido, para as quais não há em português palavras que o traduzam:

    "Il faut savoir quitter la table
    Lorsque l'amour est desservi"

    O amor é um alimento muito perecível- digo eu..

    Beijinho

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  2. Kuskinha,
    E certamente reparou que eu saltei por cima dessas duas frases... Atingem-nos em cheio... mas traduzi-las? Isso já é outra conversa.
    Um grande beijo para si. A Teodora continua a bater-lhe a pestana - esta rapariga é uma sedutora incorrigível!

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  3. P. S. Também tenho o hábito de mandar postais. Que também chegam quase sempre depois de mim, até por ter o péssimo hábito de só os pôr no correio, mesmo em viagens mais prolongadas, no último dia, às vezes já no aeroporto...

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  4. Teresa, confesso que música francesa não é a "minha onda", mas acredita que sempre que venho aqui.. e pq tem tudo a ver com o teu blog e a tua escrita... sinto-me embalada, deixa-me mais bem-disposta e dou por mim a ouvir a música com atenção: a métrica, a melodia, a voz envolvente...

    Gosto muito!
    Obrigada por este momento :)

    Beijo grande e bom fim-de-semana

    P.s: Não me esqueci do desafio, já o respondi e tou a guarda-lo para um dia de total blackout bloguistico :p

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  5. Novamente, admito a minha incultura Aznavourista. Não sabia de metade das coisas que dele falas, e abriste-me bastante o interesse...vou continuar a leitura.

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  6. Eskisito,
    Ele vale MESMO a pena.
    Senãi, porque haveria eu de andar a homenageá-lo há uma semana?

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