Charles Aznavour - Il Faut Savoir
Já chorei muito e muitas vezes ao som desta música, em anos idos. A sentir cada palavra, a repetir os versos em voz baixa, fazendo deles uma espécie de cartilha para meu uso pessoal.
Um autêntico manual de sobrevivência exterior, face aos outros e principalmente face ao outro.
A máscara de Álvaro de Campos no Tabacaria, em suma.
Il faut savoir... É preciso saber, custe o que custar, fazer todas as coisas que Aznavour vai enumerando: manter a dignidade, partir sem olhar para trás, por mais doloroso que seja; esconder as lágrimas, não arvorar um ar de vítima, afastar-se silenciosamente. É preciso saber esconder o desgosto sob a máscara de todos os dias, sufocar os gritos de raiva que são as últimas palavras de amor.
É preciso saber fazer tudo isso, como ele maravilhosamente canta e, como confessa no último verso, não consegue. É preciso saber... mas ele não sabe, não é capaz.
IL FAUT SAVOIR | ||
Il faut savoir encore sourire | Il faut savoir cacher sa peine | |
Quand le meilleur s'est retiré | Sous le masque de tous les jours | |
Et qu'il ne reste que le pire | Et retenir les cris de haine | |
Dans une vie bête à pleurer | Qui sont les derniers mots d'amour | |
Il faut savoir, coûte que coûte, | Il faut savoir rester de glace | |
Garder toute sa dignité | Et taire un cœur qui meurt déja | |
Et, malgré ce qu'il nous en coûte, | Il faut savoir garder la face | |
S'en aller sans se retourner | Mais moi je t'aime trop | |
Face au destin, qui nous désarme, | Mais moi je ne peux pas | |
Et devant le bonher perdu, | Il faut savoir... | |
Il faut savoir cacher ses larmes | Mais moi je ne sais pas ! | |
Mais moi, mon cœur, je n'ai pas su | ||
Il faut savoir quitter la table | ||
Lorsque l'amour est desservi | ||
Sans s'accrocher, l'air pitoyable, | ||
Mais partir sans faire de bruit |
olá Teresa
ResponderEliminarfico contente por esta vez ter tido uma coisa agradável na sua caixa do correio!
eu ainda gosto enviar postais em datas simbólicas ou quando faço uma viagem. neste caso a maior parte das vezes chegam muito depois de mim!
ah,foi bonito da sua parte ter transcrito a letra de "Il faut savoir" e resumi-la de forma tão poética para os amigos que não dominam francês.
felizmente não é o meu caso pois conheço muito bem a língua francesa, tal como a inglesa.
desta letra retenho duas frases plenas de sentido, para as quais não há em português palavras que o traduzam:
"Il faut savoir quitter la table
Lorsque l'amour est desservi"
O amor é um alimento muito perecível- digo eu..
Beijinho
Kuskinha,
ResponderEliminarE certamente reparou que eu saltei por cima dessas duas frases... Atingem-nos em cheio... mas traduzi-las? Isso já é outra conversa.
Um grande beijo para si. A Teodora continua a bater-lhe a pestana - esta rapariga é uma sedutora incorrigível!
P. S. Também tenho o hábito de mandar postais. Que também chegam quase sempre depois de mim, até por ter o péssimo hábito de só os pôr no correio, mesmo em viagens mais prolongadas, no último dia, às vezes já no aeroporto...
ResponderEliminarTeresa, confesso que música francesa não é a "minha onda", mas acredita que sempre que venho aqui.. e pq tem tudo a ver com o teu blog e a tua escrita... sinto-me embalada, deixa-me mais bem-disposta e dou por mim a ouvir a música com atenção: a métrica, a melodia, a voz envolvente...
ResponderEliminarGosto muito!
Obrigada por este momento :)
Beijo grande e bom fim-de-semana
P.s: Não me esqueci do desafio, já o respondi e tou a guarda-lo para um dia de total blackout bloguistico :p
Novamente, admito a minha incultura Aznavourista. Não sabia de metade das coisas que dele falas, e abriste-me bastante o interesse...vou continuar a leitura.
ResponderEliminarEskisito,
ResponderEliminarEle vale MESMO a pena.
Senãi, porque haveria eu de andar a homenageá-lo há uma semana?
necessario verificar:)
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