quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mexer na perfeição


Ontem à noite resolvi ver o remake de 2008 de um filme que é um dos muitos que são da minha vida: The Women. Não se mexe no que é perfeito, os resultados deixam quase sempre muito a desejar, e este não foge à regra. Neste momento só me lembro de dois remakes que não me decepcionaram: o de Dial M for Murder, de Hitchcock, que resultou em A Perfect Murder, com Michael Douglas, Gnyneth Paltrow e Viggo Mortensem, e Lolita, na versão de 1997 de Adrian Lyne, com Jeremy Irons.

The Women tem uma autêntica constelação de nomes sonantes, à cabeça a óptima actriz que é Anette Bening, mas nem assim se safa. É frouxo, é fraquinho, não tem chama, falta-lhe garra. Pretender compará-lo com o glorioso original de George Cukor, de 1939, chega a ser ofensivo. Cukor, conhecido por ser um realizador de mulheres (todas as actrizes o adoravam), estava no seu elemento. O ritmo, os diálogos cheios de vivacidade, o veneno, as fabulosas vilãs de Joan Crawford e Rosalind Russel, a magia e o luxo da época que antecede a guerra, tudo o transforma numa coisa deliciosa. São 135 mulheres numa alegre confusão, em momento algum se avista um homem ou se ouve uma voz masculina. And it's all about men! Se tiverem oportunidade, não percam, vão ver que não se arrependem.


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