terça-feira, 10 de abril de 2012

The best of times


Quando vou para a cama levo comigo um livro, ou pego num dos vários que tenho sempre à cabeceira. A escolha depende muito da disposição e às vezes, confesso, entretenho-me com verdadeiras parvoíces. Não foi o caso de ontem, em que tirei da estante um livro em que há muito não pegava: Timebends, a autobiografia de Arthur Miller. Publicada em 1987, foi-me trazida do Canadá em 1991, pelo M.

Gosto deste contacto directo com o pensamento do autor, no caso de Miller ainda mais, por ter sido um dos dramaturgos mais importantes do século XX — a sua Morte de Um Caixeiro Viajante figura em primeiro lugar na lista das dez peças mais relevantes do século elaborada pela American Theatre Magazine, aparecendo As Bruxas de Salem (The Crucible) em sétimo. E detive-me nas fotografias. As duas páginas dedicadas a Marilyn têm uma única legenda: «The best of times

E dei comigo a perguntar-me que teria Inge Morath, a mulher (conheceram-se durante as filmagens de The Misfits, Marilyn e ele ainda casados), pensado destas palavras em que perpassam saudade e emoção.


«It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to heaven, we were all going direct the other way (...).»

Charles Dickens, A Tale of Two Cities

Banda sonora: Elton John - Candle in the Wind

1 comentário:

  1. Provavelmente pensou o que todas as mulheres que sabem que sao "the one" na vida de um homem pensam - sim, foram tempos muito bons que ele viveu com ela, wild and crazy, mas ela nao o fez feliz. Dela ele tem a saudade melancolica do que a vida tem de bom para oferecer. Porque o tempo apaga da memoria os momentos maus e deixa o gosto doce de tudo bom vivido. Mesmo com tudo de bom que viveu com ela, foi a mim que ele escolheu para viver o resto da vida. Eu sou a sua vida, a sua rocha, a sua mulher de corpo e alma.

    Nunca um comentario saudoso e positivo a uma ex vindo um namorado meu me fez sentir constrangida ou invejosa. Pelo contrario. O facto de apesar de tudo, ser comigo que ele esta agora, so me pode deixar muito orgulhosa e ainda mais apaixonada.

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