sexta-feira, 16 de março de 2012

Elas

Há grandes actrizes nas novas gerações. Mas ainda lhes falta qualquer coisa. Tempo, experiência, vivências, não sei. O que sei é que estas são para mim as maiores entre as maiores. Talvez tenha deixado alguns nomes de fora, mas estas são mesmo as minhas escolhas.


Meryl Steep, a grande, a única. Descobri-a era ainda adolescente, em Holocausto, nunca mais a perdi de vista. A escolha da fotografia, tão antiga, foi deliberada: é desse tempo. Meryl é também, com enorme mágoa minha, a única das minhas eleitas que nunca vi no teatro.



Dame Vanessa Redgrave. Os mais furiosos amantes de teatro consideram-na a maior actriz viva. Vi-a no National Theatre naquela coisa desgarradora que foi The Year of Magical Thinking e tenho por ela um afecto muito especial, até por causa dos escassos minutos em que mais tarde, no restaurante, estivemos à conversa (contei aqui).


Patti LuPone, a grande dama da Broadway. Vi-a duas vezes, a primeira em Noises Off, a segunda em Gypsy, que lhe daria o seu quarto Tony. Foi a primeira Fantine, primeiro em Londres, depois na Broadway (e segundo Tony), e nunca ninguém conseguirá cantar I Dreamed a Dream como ela (estragou-me a música em palco, nunca consigo chorar, fica sempre aquém). Há dias arregalei os olhos quando lhe vi uma fugaz aparição em Glee, num episódio passado em Nova Iorque. Miss LuPone estava a jantar no Sardi's. Apropriado.

Glenn Close. Provavelmente a actriz mais injustiçada da história do cinema. Fiquei boquiaberta quando, há coisa de um ano, li que lhe tinha sido atribuída uma estrela no passeio da fama de Hollywood. E todas as outras flausinas sem qualquer mérito que a tiveram antes dela? O Oscar este ano fugiu-lhe mais uma vez, mas a rival era de peso. Perder para Meryl Streep é digno. Perder para Cher, como já aconteceu, é uma anedota de mau gosto. Vi-a no National Theatre como Blanche Dubois em A Street Car Named Desire. Nunca esquecerei essa noite.


Dame Maggie Smith. Adoro-a. Não é só a actriz genial, é a mulher irreverente e de sentido de humor perverso. Merecia mais Oscars do que os dois que tem. Vi-a em Londres em The Breath of Life. Muito possivelmente a experiência teatral mais electrizante de toda a minha vida. Hei-de contar.

Dame Judi Dench. Faz muito mais teatro do que cinema, para grande prejuízo dos comuns mortais como nós que não podem vê-la em cena. Vi-a uma vez, uma única, e foi suficiente para lhe perceber a genialidade. Foi em The Breath of Life (pronto, tenho mesmo de contar).

Dame Helen Mirren. Uma carreira no cinema que cresceu aos poucos, porque para ela o grande amor também é o teatro. Vi-a em Nova Iorque há mais de dez anos, em The Dance of Death, de Strindberg, numa parceria formidável com Sir Ian McKellen. Inesquecíveis.

9 comentários:

  1. A fotografia de Meryl Streep na sua juventude é simplesmente arrebatadora! Que mulher!

    Tenho também um apreço pelas demais senhoras, e ainda por outras que aqui nãos constam, como Joan Collins, Jane Seymor e a diva Charlotte Rampling...

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    1. Dulce, não posso concordar mais quanto ao retrato e à pessoa de Meryl Streep.

      E não posso discordar mais quanto aos três nomes que refere. Abro uma fresta de excepção para Jane Seymour, cujo retrato da Duquesa de Windsor em The Woman He Loved me impressionou. Mesmo assim, não pode ficar à altura destas e de muitas outras que nem referi. Desculpe, é a minha opinião.

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    2. Nada de desculpas, Teresa! Opiniões são opiniões... e, na verdade, a sua tem razão de ser... as três senhoras que acrescentei talvez não estejam à altura dessas, mas eu gosto muito delas na mesma :)

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    3. Como mulheres admiro muito pelo menos duas. De Charlotte Rampling ninguém sabe muito, não é verdade? Tão enigmática.

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  2. Não sei de que gostei mais... se de perceber o teu enorme bom gosto ou se de perceber que já viste imenso teatro no estrangeiro. Fiquei fascinada.

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  3. Boas escolhas, Teresa. Só não conheço Patti LuPone, e nunca vi nenhuma em palco.

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  4. Como me dizia alguem no outro dia, o problema da Glenn Close e ser contemporanea da Merryl Streep.

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  5. Adoro o filme que também junta dois destes "monstros" no seu melhor: Maggie Smith e Judy Dench em "Quarto com vista sobre a cidade".

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