As divas insuportáveis
Há muito que sabia da (má) reputação das duas, Barbra Streisand e Diana Ross.
Barbra, li algures há uns anos, impunha a todo o pessoal de serviço aos seus mega-caprichos de estrela no camarim a assinatura de um documento em que, entre muitos outros disparates, havia uma cláusula que proibia que a olhassem nos olhos. Sabemos como as exigências das estrelas nos bastidores podem ser lendárias, uma amiga minha ia dando em doida para desencantar uma mesa de snooker com pano preto para os Rolling Stones, aquando de um dos seus concertos em Portugal, por exemplo. Mas esta cláusula da grande diva ultrapassa tudo e enojou-me, confesso.
Diana Ross é outra com delírios de grandeza. Costuma aliás referir-se na terceira pessoa. Miss Ross não gosta disto, Miss Ross não quer aquilo. Uma purga.
Méritos vocais não considerados (e não podemos comparar as duas, a deusa de ébano de longo e ridículo cabelo de palha de aço sempre teve uma voz pequenina), e por mais que ache que Barbra é de facto uma das maiores cantoras de sempre, a verdade é que ambas têm personalidades inaturáveis.
Pude confirmar isso no programa de Oprah, sempre que por lá passaram, eu que reparo nos mais ínfimos detalhes. Oprah senta sempre os convidados à sua direita, qualquer pessoa que tenha visto o programa uma meia dúzia de vezes há-de lembrar-se disso. Duas únicas excepções. Quem? Ora, as nossas duas grandes divas!
Impossível não lembrar a simplicidade de duas outras, essas sim, verdadeiras divas. Dame Joan Sutherland, enquanto a sua entrada em cena não chegava, entretinha-se placidamente a bordar no camarim. Edita Gruberova, com grande desgosto meu, que tinha a esperança de me cruzar com ela no hotel, trocou o Vier Jahreszeiten de Munique por um apartamento alugado na mesma rua, a Maximilianstrasse, a dois passos da Ópera em que cantava tantas vezes, só porque gostava de cozinhar — informação obtida do concierge, que não pôde reprimir um sorriso enternecido. Madame Gruberova tinha semeado afectos no hotel. Coisa que duvido muito que as outras duas tenham feito entre as pessoas que as serviram.
Há uns anos atrás, a Mariah Carey (acho que é assim que se escreve) deu uma entrevista numa estação de rádio alemã. Mas impôs a seguinte condição: reservar-lhe uma casa-de-banho, que ninguém poderia usar enquanto ela estivesse nessa estação de rádio, e que teria de ser limpa imediatamente antes da sua chegada. Ouvi, depois, dizer, que ela nem precisou de lá ir...
ResponderEliminarVi a entrevista da Barbra ontem, e não tinha nada essa idéia dela. Achava-a tão simpática... Mas esse pormenor é mesmo verdade.
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