sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ainda e sempre Simon & Garfunkel

Porque são um dos meus amores maiores na música. Porque esta é seguramente uma das três maiores que cantaram juntos (letra e música de Paul) — as outras duas são America e The Boxer. Outras há que me dizem mais, muito mais, como I Am A Rock, Kathy's Song, A Most Peculiar Man. Mas por razões minhas, íntimas, que não me impedem de discernir que as outras, as tais três grandes, são eternas.

E nunca consigo deixar de me maravilhar com a extraordinária voz de Art.

Dez anos depois este arrepiante poema já era estudado nos cursos de literatura das universidades americanas.

«Hello darkness, my old friend
I've come to talk with you again
Because a vision softly creeping
Left its seeds while I was sleeping
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence

In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone
'Neath the halo of a street lamp
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more
People talking without speaking
People hearing without listening
People writing songs that voices never share
And no one dared
Disturb the sound of silence

"Fools", said I, "You do not know
Silence like a cancer grows
Hear my words that I might teach you
Take my arms that I might reach you"
But my words, like silent raindrops fell
And echoed
In the wells of silence

And the people bowed and prayed
To the neon god they made
And the sign flashed out its warning
In the words that it was forming
And the sign said, "The words of the prophets are written on the subway walls
And tenement halls"
And whispered in the sounds of silence.
»

Convosco, meus amigos, Simon & Garfunkel, no mítico festival de Monterey, 1967, o GRANDE ano da música. The Summer of Love. Os Mamas and Papas, outro amor igual de tão grande que é, também lá cantaram. Eu devia ter nascido doze anos mais cedo.  Fiz as contas, bastavam doze.


16 comentários:

  1. Que bonito: "Eu devia ter nascido doze anos mais cedo. Fiz as contas, bastavam doze."

    Um beijo, Teresa. E obrigada por este vídeo: bela maneira de começar o meu dia!

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  2. Quando era miúda surripiei uma cassete deles aos meus pais e fartei-me de ouvi-la!!

    Bem sei que são uma dupla única, mas actualmente há também uma dupla que se aproxima muito do estilo Simon&Garfunkel... Kings of Convenience, dois noruegueses imberbes que vi ao vivo em 2008 na Cidadela de Cascais... :)

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  3. Linda!
    Eterna!
    Memorável!
    A minha professora de Português do 8.º ano uma vez deu uma aula sobre esta canção. Era uma aula de fim de período. Não nos apetecia dar matéria. Queríamos música e até tínhamos levado um gira-discos. Ela tinha este disco. Ouvir esta música é sempre viagem instantânea para essa manhã :)

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  4. Helena,
    Há também dois certos versos de outro grande poeta da música, Bob Dylan, no seu A Simple Twist of Fate (que eu prefiro cantado por Joan Baez, até pela deliciosa imitação dele que ela faz a certa altura), que me lembra sempre isso:
    «He was born in Spring, but I was born too late,
    Blame it all on a simple twist of fate.
    »

    Um beijinho para ti, ainda bem que que fiz começar bem o dia.

    Dulce,
    Não conheço e vou investigar. Cada vez conheço menos música nova, o tempo para a de toda a vida vai faltando cada vez mais! Obrigada pela sugestão.

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  5. SS,
    Any time! :)

    Lalage,
    Tamanho é o poder evocativo da música, não é? :)
    E esta canção é uma sucessão de versos poderosíssimos, alguns autênticos coices no estômago.

    É difícil destacar os mais fortes sem correr o risco de pôr aqui o poema inteiro, mas escolho estes:

    «Fools said I you do not know
    Silence like a cancer grows.
    »

    E os finais, claro:
    «And the people bowed and prayed
    To the neon god they made
    And the sign flashed out its warning
    In the words that it was forming
    And the sign said, "The words of the prophets are written on the subway walls
    And tenement halls"

    And whispered in the sounds of silence.»

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  6. P.S. para a Helena

    Ouve aqui A Simple Twist of Fate
    A imitação começa aos 2:18. Impagável.

    Julgo que ele foi o grande amor dela. Anos e anos depois, ainda escrevia e cantava sobre ele, o fantasma nunca deixou de a perseguir. Comoveu-me imensamente o capítulo Diamonds and Rust da sua autobbiografia, And a Voice to Sing With. Sobre ele, claro. Letra e música dela.

    Aqui: http://www.youtube.com/watch?v=6fN3cq_fkLc

    Não sei quem será este casal, escolhi vídeo este por aparecer a magnífica letra.

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  7. Uma das músicas mais lindas de todo o sempre. E lá em casa estes dois são muito apreciadinhos.
    E deste duo realço também a única música com pan pipes que gosto: começa I'd rather be a hammer than a nail. Letra fabulosa :)

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  8. Izzie,
    El Condor Pasa. :)))))

    E espreita aqui, se queres rir um bocado:

    http://gotaderantanplan.blogspot.com/2008/12/os-cromos-dos-espanhis.html

    Há uma única música em toda a obra deles de que não gosto, Cecilia.

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  9. Já li. Oh, os espanholitos são impagáveis. Há dois anos passámos cinco dias num barco cheio deles e iamos enlouquecendo. Parecia que estava a viver num galinheiro: aquela gente não se cala um minuto. E uma não parava de perguntar pelos cocodrillos (estávamos no Lago Nasser), e me mate jurou que a atirava borda fora se ouvisse a palavra outra vez. Vá lá que no cruzeiro no Nilo havia 13 portugueses. Sete (finalistas de medicina, imagine-se) eram umas bestas arrogantes, mas os outros seis divertimo-nos a valer.

    Mas verdade seja dira, os espanholitos eram, em regra, educadíssimos e muito simpáticos.

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  10. Eh lá! Esta versão parece-me ainda melhor que a de Central Park. Talvez pela frescura.

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  11. Eu às vezes também acho que devia ter nascido umas décadas mais cedo. Outras não.

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  12. Izzie,
    Aqui para nós, também lhes acho piada. E o sentido de humor deles pode ser fantástico.

    Paulinho,
    Aqui eles tinham 25 anos. 25 anos, imagina!
    Em Central Park estavam com 39. Mais novos do que nós somos agora. :)

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  13. Bem, meus amigos, quem teve a sorte de ver o vídeo dê-se por feliz. Foi retirado por violação de direitos de autor.

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  14. P.S. Ainda bem que o copiei. Se quiserem digam, que eu envio. :)))))

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  15. «Bridge over troubled water» e apesar de pouco mais de 30 anos de idade, é das músicas que mais gosto...

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