I don't think so
Pois. Não me parece que esta nova revista tenha pés para andar. É certo que apenas li os artigos da Sofia Vieira, da Rititi e da Sónia Morais Santos, além da crítica musical do Nuno Miguel Guedes, por razões de afecto. O resto da revista foi apenas folheado, na curiosidade de saber quem eram os participantes. Que me parece que, nos próximos números, serão provavelmente os únicos compradores, talvez aqui e ali com uma ajudinha de familiares próximos (quem tem uma mãe tem tudo).
Antes que comecem a apedrejar-me e a dizer que já estou a agourar, deixem que me explique.
Antes que comecem a apedrejar-me e a dizer que já estou a agourar, deixem que me explique.
Acho meritório que a edição portuguesa tenha querido inovar e afastar-se do conceito original da revista, que imprime textos já publicados em blogues. Aqui os textos são originais, destinados à revista. E é aí que a porca torce o rabo. Se há jornalistas entre os autores, pessoas habituadas a escrever por encomenda, muitas vezes circunscritas a um tema que até lhes pode ser antipático, julgo que a maior parte dos autores não dará o seu melhor nesta fórmula. Posso dar o meu exemplo: eu, que não tenho qualquer problema em escrever quilómetros e quilómetros de letras, a dificuldade costuma ser fazer-me parar de escrever, embatuquei quando a Ana Vidal e o Pedro Correia me convidaram para escrever para o Delito de Opinião. A Ana, com o à-vontade que a nossa amizade permite, já me enviava mensagens irritadas, "então e o texto, esqueceste-te de mim?" E eu espremia a imaginação à procura de um tema que pudesse servir, que não fosse demasiado pessoal, que pudesse interessar os leitores de blogue de tanto prestígio. Andei nisto quase dois meses.
Há na nossa blogosfera gente que escreve muito bem, é inegável. A Ana Vidal, por exemplo, devia estar na revista, é uma ausência imperdoável. A Madalena podia estar lá, não tem nada publicado mas tem uma escrita de coração na boca que me delicia. Idem para a Luna, a quem admiro a escrita depurada e a concisão quase de laboratório. Outro tanto para a Bad Girl, que tem textos memoráveis. E se a Ana, profissional das letras, é perfeitamente capaz de se sair brilhantemente a escrever por encomenda e com prazo, o mesmo já não posso garantir sobre a Madalena, sobre a Luna ou sobre a Bad Girl, que aqui funcionam apenas como exemplos, e outros haveria. E é justamente neste ponto que a qualidade da nova revista pode sair prejudicada. Como disse, ainda só a folheei, talvez esteja a precipitar-me. Oxalá esteja.
Há na nossa blogosfera gente que escreve muito bem, é inegável. A Ana Vidal, por exemplo, devia estar na revista, é uma ausência imperdoável. A Madalena podia estar lá, não tem nada publicado mas tem uma escrita de coração na boca que me delicia. Idem para a Luna, a quem admiro a escrita depurada e a concisão quase de laboratório. Outro tanto para a Bad Girl, que tem textos memoráveis. E se a Ana, profissional das letras, é perfeitamente capaz de se sair brilhantemente a escrever por encomenda e com prazo, o mesmo já não posso garantir sobre a Madalena, sobre a Luna ou sobre a Bad Girl, que aqui funcionam apenas como exemplos, e outros haveria. E é justamente neste ponto que a qualidade da nova revista pode sair prejudicada. Como disse, ainda só a folheei, talvez esteja a precipitar-me. Oxalá esteja.
Tu não estás bem. O que é que eu, moi, je, estou a fazer no meio daquele parágrafo???
ResponderEliminarTem juízo, mulher!
Não te esqueças de que já li tudo o que tens online. :)
ResponderEliminarE muita coisa privada.
Olha lá, onde anda aquele texto sobre o Baleal?
Teresa fiquei curiosa. Onde encontro a revista?
ResponderEliminarJulgo que em qualquer quiosque ou papelaria, Raquel.
ResponderEliminarMal posso esperar para chegar a Portugal e ler a dita revista!
ResponderEliminarA mim parece-me uma boa iniciativa. Para não serem sempre os mesmos.
Ainda não li a revista toda, mas não me parece que tudo o que por ali está seja original... pelo menos o texto da Ana Mesquita foi repescado e o d'O Meu Pipi também... (então este último era absolutamente dispensável!!)
ResponderEliminarClara,
ResponderEliminarA iniciativa é boa, sem dúvida. A revista não. Já a li.
Dulce,
Quando entrei para a blogosfera, há cinco anos, O Meu Pipi estava em alta. Not my cup of tea, que não sendo nada puritana abomino obscenidade gratuita. Inteiramente dispensável, concordo.
Teresinha, obrigada pela confiança e pelos elogios de amiga. Não conheço a revista, deixaste-me curiosa. Mas há uma coisa que me intriga: se a revista se assume como um "printed blog", não sei se devia ter textos criados propositadamente para um veículo que é bastante diferente. O "post" blogosférico é uma forma de expressão especial, com regras (pelo menos implícitas) que não se aplicam ao papel. Será por isso que não gostaste?
ResponderEliminarAh, e as minhas mensagens não eram irritadas! Era curiosidade de saber o que tinhas escolhido como tema. Mas valeu a pena a espera. :-)
Beijos
Aninha, no post seguinte encontras na caixa de comentários a minha opinião sobre a revista.
ResponderEliminarGostaria de conhecer também a tua, depois diz-me.
Quanto aos elogios, não são de amiga, são meramente de leitora, a amizade é apenas coincidência. Ou tu achas que eu penso que toda a gente de quem sou amiga escreve bem? Sou bastante lúcida. :)
E claro que as tuas mensagens não eram irritadas, mas a gente às vezes não resiste a enfeitar um bocadinho para ser mais expressiva. Foi o caso. ;)
Concordo. Aproveito para dizer que entrei no blogue e ainda não saí. Está a saber-me bem ler uns posts teus e «folhear» outros tantos.
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