The non-fashion victim

The non-fashion victim sou eu, assumidamente. Vou agora proferir a heresia máxima, para horror do galinhame todo: o meu interesse por moda é mesmo só muito relativo. A saturação de Moda Lisboa (acho que é numa única palavra, mas não vou verificar) por essa blogosfera feminina fora, antecedida que foi pela Paris Fashion Week, põe-me a bocejar. Não podia interessar-me menos. Não costumo visitar sites de moda, não estou a par das últimas tendências, nem sequer compro revistas de moda. Do que se usa lá vou tendo os vislumbres suficientes, o q.b. que me permita não parecer saída de um filme antigo mas que se adapte ao meu corpo, à minha idade e à minha maneira de ser. Aposto sempre mais na qualidade, e é por isso que tenho no armário e continuo a usar coisas com mais de vinte anos.

É só ver a imagem acima. É, se não me falha a memória, de 2002. Trench coat ainda Burberrys (depois passou a Burberry e agora parece que já é Burberry Prorsum, vá lá a gente entender-se!), no meu armário havia já doze anos. Cachecol de caxemira da mesma marca, comprado em Barcelona em 1990. Chapéu idem, uma das melhores compras que fiz em toda a minha vida, continua a valer cada tostão, comprado na loja da Rua 57 em NY, em 2001. O meu fiel sacão Vuitton que vai a todas e já vai em mais de vinte anos de bons e leais serviços. Estou compostinha e muito confortável.

E depois temos imagens como esta. Era uma miúda, vi-a de frente, não tinha de certeza mais de 17 anos. Mas calças de cintura descaída, por mais que estejam na moda, dificilmente são favorecedoras, mesmo quando se tem uma figura escanzelada (não era o caso). Avistei esta miúda por acaso há uma semana no metro, quando tive de ir à Worten do Colombo e estava a verificar umas certas fotografias na máquina. Aquela banha tão feia a saltar (que umas calças de cintura no lugar disfarçariam) chamou-me a atenção. A outra coisa que para mim foi gritante foi que aquela miúda devia sentir-se tudo menos confortável naquela roupa. E o conforto é outro grande valor, e melhor ainda quando somado ao bom senso.

Ai, que bom estar quase a fazer 50 anos e não querer nada com parvoíces destas!