Old Souls - II
Odessa, sim, esse Odessa por mim tão amado que foi o disco escolhido para começar a falar aqui, de vez em quando, daqueles que são os discos da minha vida. Não, não é o tal, a sumptuosa edição original em vinil, de 1969, que nunca tive sequer na mão e de cuja existência só soube há poucos dias. É uma edição especial em CD, luxuosíssima, três discos. Forrada a veludo, claro, noblesse oblige.
Presente especial, tão especial do Abel, minha old soul em coisas que chegam a ser inquietantes, e que, outras vezes, nos fazem rir imenso. Tal como eu (outra coisa igual), não aguentou: queria dar-me o disco quanto antes, eu ainda protestei, tenho uma série de coisas para ele no Colosso.
E aqui está ele, esta beleza, ainda na mão generosa do Abel. Estou neste momento a ouvi-lo em altos berros, auscultadores na cabeça. Obrigada, Abel. Obrigada. Obrigada. Nem sei dizer mais, e é bom saber que sabe o que isto é para mim.
A música escolhida, Melody Fair, é uma das músicas da minha vida, eternamente. O Pedro Oom, se aqui passar, vai sorrir, ele que tantas vezes a pôs a tocar para mim no Stone's. Uma outra pessoa, que aqui vem de vez em quando, também sorrirá e há-de lembrar-se.
E ao ouvir mais uma vez, uma milionésima vez na minha vida, este Melody Fair, vêm-me à lembrança palavras do Vítor, há muitos, muitos anos, mais de trinta: que o fazia sempre lembrar de mim, por causa de dois versos.«Remember you're only a woman, / Remember you're only a girl.» O Vítor achava que esta dualidade de menina-mulher era uma coisa muito minha, e muito cativante. Outras pessoas, ao longo da minha vida, viriam a achar o mesmo. Não sei exactamente quanto dessa menina de anos idos terá sobrevivido na mulher de hoje, mas tenho esperança em que dela ainda vá restando alguma coisa, aqui e ali. Esta noite, neste momento, a ouvir mais uma vez este disco soberbo que, mais do que um dos discos da minha vida, é um grande amor da minha vida, parece-me que ela está aqui outra vez.
P.S. só para o Abel: Estou neste momento a ouvir With All Nations (International Anthem). A faixa 13, a que foi retirada quando fizeram a edição em CD (crime! crime!). Não a ouvia há uns bons trinta anos. Obrigada. Outra vez.
é tão bom ter amigos assim, atentos, generosos, companheirões de uma vida.
ResponderEliminare pronto lá passei por aqui e desta vez a comentar (sim porque passo aqui imensas vezes qual vouyer para me deliciar com os textos sempre tão bem alinhados e cheio de coisas boas :-)
E ao longo deste tempo de bisbilhotice lá fui descobrindo que temos paixões em comum, Oscar Wilde por exemplo, e agora pelos vistos Ary dos Santos. A versão que me "ofereceste" do Carlos do Carmo está simplesmente fantástica, não me a canso de ouvir, tenho que a descobrir por aí para a guardar nos my favorites.
Beijocas
só mais uma coisinha....quanto a quintas só tenho pregos e ferraduras...caso dê jeito lol
ResponderEliminarMocho,
ResponderEliminarenvio-ta em mp3, só preciso de endereço de correio electrónico.
E obrigada pelas palavras gentis, como sempre :)
Companheirões de uma vida...
ResponderEliminarPois é, conheço a Teresa há muito tempo mas eu e ela não sabiamos... Um acaso ( entre vários...) mas mesmo um acaso, daqueles que até fazem rir, juntaram provavelmente 2"inquietantes" (a cada dia que passa é mais evidente...) almas com tanta coisa em comum que até assusta...até o Helter Skelter (vertiginoso)da conversa ( que habitualmente cansa os outros, coitados....) é igual do outro lado de espelho.