domingo, 5 de julho de 2009

A Pipoca Mais Doce: o lançamento do livro

Não foi só a Pipoca a temer pela vida (palavras dela), eu também estava um nadinha apreensiva. Sendo o lançamento do seu A Pipoca Mais Doce numa sapataria, estava rodeada de um mar de armas possivelmente letais, se tivesse tido o impulso de me espetar um salto agulha no meio da testa, era uma vez uma Teresa. E a Teresa tem uma gata para acabar de criar...

Mas vamos lá por partes:

1. Saí do gabinete a horas imorais (as do costume), num lançamento de livro corriqueiro já teria debandado tudo, que cheguei lá eram quase nove horas. Mas a Pipoca continuava diligentemente a assinar autógrafos, e eu pus-me na bicha com toda a docilidade, meio incerta quanto à recepção que teria, e a esforçar-me por não olhar em volta para tantos e tão bonitos sapatos, que estamos a atravessar uma crise.

2. A organização: muito gira, bem pensada, totalmente apropriada. Ainda emborquei um copo de vinho branco e comi um canapé enquanto esperava. Muito boa, a ideia das pipocas, melhor ainda o cartucho alusivo. Ofereceram-mas à saída, eu ia recusar, mas reconsiderei. Souberam-me que nem ginjas! Como sou uma memento person, lembrei-me de pedir à menina tão simpática que me desse um cartucho extra, vazio (para estar impoluto). Pena é que me tenha esquecido dele na esplanada do El Corte Inglés onde fui tomar café e fumar um cigarro, antes de descer para o supermercado... Arranja-se outro, Pipoca? Eu gostava.

3. O LIVRO, que é a estrela do acontecimento, with its leading lady Pipoca... está mesmo bom. Só em casa o pude folhear decentemente, a falha dos óculos, que tinha partido ao fim da tarde, foi desastrosa, sem eles sou uma autêntica toupeira. É a próxima leitura, quando acabar o que tenho em mãos. Mas pareceu-me estar muito inteligentemente estruturado (li umas seis ou sete entradas, a sorrir com gosto), e só Deus sabe como deve ser difícil transformar um blogue em livro. O meu, por exemplo, nunca daria para isso, que não tem uma linha condutora, que é caótico, que...

Voltemos ao livro: adorei o pormenor, no retrato da Pipoca na contracapa, da t-shirt com um sapato, que é mesmo o espírito da coisa, como genial foi a ideia (parabéns a quem a teve) de fazer o lançamento numa sapataria, e logo aquela. A Pipoca está muitíssimo bem no retrato, que não ponho aqui, já que ela não o pôs no seu blogue; faço uma única objecção: o penteado. Está com cabelo de quem saiu do cabeleireiro (e claro que tinha saído, ia para uma sessão fotográfica!), e o cabelo da menina é mais bonito do que aquilo, só ganhava em naturalidade (nota baixa ao cabeleireiro).

Credo, nunca mais me calo! Mas é que ainda tenho mais coisas a dizer.

4. A CONFRONTAÇÃO. Teve graça. Teve muita graça. A Pipoca levanta os olhos para mim (não é que eu seja mais alta, quem me dera, ela é que estava sentada), eu estendo-lhe o livro, ela pergunta o nome a sorrir... «Jura que não me vai dar com um salto na testa?» O sorriso alargou-se e transformou-se em gargalhada. «Teresa?... Bem que eu...» Troca de meia dúzia de impressões, e a Pipoca exclama: «Ah! Mas tem de conhecer o Arrumadinho!» E logo: «Arrumadinho, vem cá, que quero que conheças uma pessoa...»

Foi muitíssimo querido da parte da Pipoca chamar o seu homem, como ela diz, para nos conhecermos e rirmos juntos de quezílias antigas. Fiquei muito feliz pelos dois, mas principalmente pela Pipoca, por aquilo que ele me revelou em antestreia e que não desvelo aqui, já que ela ainda não o fez no blogue.

5. A DEDICATÓRIA (que só pude ler em casa, maldita PDI e os óculos escavacados). Impecável, Pipoca. Encantadora. Com graça e (claro que) sem quaisquer erros. Acrescento que apreciei devidamente o facto de ter sido na segunda folha, nunca se escrevem dedicatórias na primeira. Passo a transcrever, esperando que a autora não se importe:
«Teresa:
Que surpresa! Meu Deus, que surpresa!
Estou para aqui cheia de medo de dar erros, espero que corra tudo pelo melhor.
O euro que vou receber por este livro vai directamente para a conta-Louboutin.
Foi um prazer conhecê-la.
Mesmo.
Um beijinho,
Ana Martins
(Pipoca)»

6. Posto tudo isto... cheira-me que a primeira edição esteja quase esgotada e a segunda esteja no prelo.

Imagino o que o dia tenha sido para a Pipoca, e fico muito feliz por ela. MESMO, tal como escreveu na sua dedicatória tão amável (pudera, atão ia tratar mal a caramela a contribuir para a conta-Louboutin?). E imagino também a carga de nervos que tudo aquilo deve ter sido para ela. O Valium e o whisky ainda eram mais justificáveis naquela quarta-feira do que para assistir ao Festival Panda!

7. Fiquei um bocadinho sentida por a Pipoca não ter reparado nas minhas divinais sandálias azul-turquesa. But then again... talvez tenha sido melhor assim, não fosse ela ter a tentação de mas arrancar dos pés, que não me dava jeitinho nenhum ir para casa descalça.

Para breve fica a crítica do livro, se gostar do que li. Se não gostar fico muito caladinha e pronto. Mas sei que vou gostar.

Banda sonora: podia pôr aqui uma musiquinha que fez furor há muitos, muitos anos, apropriadamente chamada Pop Corn. Seria maldade, a Pipoca não merece, que a coisa é francamente hedionda, como podem confirmar aqui. Continuamos pois com música exultante, que a ocasião é de festa, passamos para Vivaldi.

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