sábado, 21 de fevereiro de 2009

There's no cure like travel...

É nome de etiqueta aqui na casa, mas começou por ser o título de uma música do divino Cole Porter naquele Anything Goes da minha paixão (tema para entrada futura na rubrica Mágicas Noites de Teatro — e não rúbrica, suas bestas! Tudo o que é gente tinhosa (adoro este adjectivo) que conheço escreve (e diz...) rúbrica. E púdica por pudica... É tão bom como dizer ou escrever fragância, solarengo para um bonito dia de sol, perpetuar por perpetrar e... por aí fora. Lá voltaremos, que tenho aqui na manga um print-screen (conheço quem, em toda a inocência da mais pura ignorância, lhe chame print scream, dando-me uma quase incontrolável vontade de rir, só de imaginar o monitor aos gritos, mas isso agora não é para aqui chamado).

Como eu ia dizendo, muito na linha do querido Cívico Anacleto, que faz rodeios de mais de uma página (e a coisa pega-se), viajar é mesmo uma grande cura. Acreditem em mim, que ainda hoje, numa tarde cheia de sol, vinda de almoçar na Casanova, tive um ataque de choro a guiar, quando na telefonia puseram Everybody Hurts dos R.E.M. No instante seguinte eu estava a ver Messy no meu colo a partir aos poucos, estava a reviver tudo aquilo que revivo todos os dias e a limpar furiosamente as lágrimas que não paravam.

Vou ter um ano complicado e limitado no que diz respeito a viagens. O projecto dos castelos do Loire (um dos sonhos da minha vida) está adiado para o ano que vem. É que não tenho dias de férias suficientes! No ano passado só pude viajar tanto porque tinha ainda oito dias do ano anterior.

Doa a quem doer (desculpa lá, invejosa criatura que vens aqui todos os dias, por te dar motivos para espumar e verter mais alguma da tua recorrente peçonha, há gente que só está bem a espingardar, e ó p'ra mim tão ralada), a 20 de Julho estarei aqui:

E depois, a 26, ala com eles a caminho da nossa cidade adorada e grande terapia:

Só até 6 de Agosto, teremos de nos despachar para vermos em Londres O Pomar das Cerejeiras (é Tchekov, google it, criatura atrás mencionada) no National Theatre.

Depois fico com apenas nove dias de férias. Há um projecto delineado, mas os programas das casas de Ópera europeias só começam a sair no próximo mês. Dependendo do que houver... talvez façamos alterações. Nós dois (eu e o Vítor) somos os tontos que construíram uma ida de mais de uma semana a Nova Iorque só por causa de uma Norma. À qual chamamos «aquela Norma que nunca vimos», tentando esquecer que cada bilhete (oitava fila ao centro, arranjados pelo concierge do St. Regis, um prodígio naquela sala gigantesca e tão desadequada para a Ópera como nós a concebemos) tinha custado 700 dólares numa época em que o dólar estava a 220 escudos e que a sanguessuga do patrono a quem pertenciam os nossos lugares lucrou bastante connosco, que o preço de bilheteira eram 155 (ainda tenho o bilhete, claro). E hei-de odiar Jane Eaglen (GORDA!) até ao fim dos meus dias, que a mulher arruinou-me completamente uma ópera pela qual tenho paixão.


12 comentários:

  1. Olá Teresinha

    Três aspectos:

    Só o ignorante não aceita ser corrigido. No que me diz respeito, agradeço sempre de forma reconhecida a quem me corrige porque a generosidade e o conhecimento de quem o faz permitem-me melhorar a forma como escrevo e como me exprimo. A humildade é o primeiro passo e a gratidão o segundo para contarmos com os outros que sabem mais e diferente e nos ajudam a evoluir.

    Quem julga que tudo sabe e nada tem a aprender com os demais e insiste em persistir no erro, dificilmente tenderá a aperfeiçoar-se.


    Em segundo lugar, essa saudade há-de acompanhar-te vida fora. Se o carinho dos amigos ajudar, sabes que podes contar comigo.

    Ao contrário dessas invejosas que por aqui andam, adoro o teu blogue porque por via dele também eu consigo ir à ópera, a NY, a Miami e viajar contigo, ainda que por aqui, é sempre bom…

    Lá há-de chegar o dia em que também eu caminharei nesses caminhos com a vantagem de os mesmos já me terem sido revelados por ti e pelo teu amigo.

    A dor de corno é coisa triste e de gente pequena.

    beijo

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  2. Querida M&M,
    Disseste tudo no primeiro parágrafo. Eu agradeço que me corrijam, seja naquilo que for. Adoro aprender, e aprender é coisa que não tem fim. Como tu, viajo com os outros que viajam mais do que eu.

    Relativamente ao Português, questão em que sou especialmente rigorosa, há coisa de dois meses, ao telefone com um grande amigo do Liceu, ele disse qualquer coisa como «deparei-me com...». Corrigi-o amavelmente, dizendo que o pronome reflexo era desnecessário, bastava dizer «deparei com», referindo como fonte a Sãozinha, grande Professora que tive num curso que fiz há dois anos, há aqui menção a ela.

    O meu amigo (que, só por acaso, até foi a pessoa que exigiu que eu fizesse aquele curso, e estou-lhe infinitamente grata) perguntou-me se eu antes do curso sabia isso. E não, não sabia. Antes do curso eu também teria dito ou escrito «deparei-me». E teria dito e escrito mal. Aposto que continuo a dizer e escrever mal muitas coisas, mas garanto-te que só precisam de me corrigir uma vez. Agradeço que o façam e não esqueço o que me tiverem ensinado. Humildade.

    Sobre Messy... ah, isso é outra história (aproveito para te confidenciar a minha repugnância pela variante «estória»). Messy...
    Esquece, custa muito.

    Grande beijo.

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  3. P.S. E sim, claro que irás a todos os lugares a que eu fui e a outros que será tu a ensinar-me.

    Nos que eu conhecer... fala comigo antes de ir :) Eu viajo quase sempre com o Vítor, como já percebeste. Queres melhor exemplo do que mesa marcada num restaurante em Key West tendo em conta a hora do pôr-do-sol (que ele investigou previamente)? Marcações em restaurantes para uma mesa específica? Foi assim que no Buddakan de de NY (http://gotaderantanplan.blogspot.com/2008/09/i-ny.html) tivemos um dos jantares mais memoráveis da nossa vida... Nem imaginas o que eu confio nele, e como ele é generoso a partilhar com quem vale a pena.

    Quando fores a NY... já sabes. Contas connosco para um roteiro fora de série. Não inclui visitas aos outlets, eterna piada nossa. Mas tu também não és pequena para te interessares por coisas de marca com defeito, ou por imitações... :)

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  4. Teresa

    Que curso é esse a que te referes? Se é para aprender, estou sempre pronta!

    :)

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  5. Eu não sou a criatura peçonhenta que te anda a ensombrar o blog, mas confesso que até eu fiquei com inveja! ;) Just kidding, inveja não, vontade de também lá ir. Mas é como disse a MM: ao ler-te acabamos por também ter um aperçu, até podermos comprovar in loco. Um dia, quem sabe... Até lá, é sempre bom ter quem nos vá contando experiências e partilhando fotos. E é pena, de facto, que o 'monstro verde' impeça as pessoas de ver mais além...
    Espero que os Castelos do Loire sejam mesmo para o ano para ti, e para breve para mim. Também quero levar a minha mummy, que merece tudo. E tenho fascínio pela vida palaciana, embora confesse que me incomode o senão da higiene naqueles tempos...
    Beijos

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  6. O teu amigo atráz referido a pênas ker diserte que só tem pena de ke tu gaztes tempo ou, melhor, perkas tempo com kem ou com akilo que não meresse!

    Mezmo que te de pares com atakes viulentos, fás a tua vidinha e não te preokupez. As teias akabam sempre por em redar kem as tesse!

    Bom Domingo!

    M.

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  7. M&M,
    Foi um curso de revisão e edição de texto da Universidade. Por acaso... até acho que o curso deste ano está quase a começar, vou ver isso e mando-te informação.

    O abelhudo tonto do meu amigo já está aqui a comentar e fazia melhor em inscrever-se também no curso, estou farta de insistir com ele. Conheço-o, ia adorá-lo como eu adorei. Sabes o que é uma aula de duas horas passar a correr e ficares muito admirada quando alguém da turma repara que já passa da hoa? Era sempre assim. Uma grande experiência.

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  8. Safira,
    Fazes muito bem! O pai do Vítor detestava viajar, dizia sempre que viajava com os livros e que isso lhe chegava. Depois da morte dele (Agosto de 2004) o Vítor tem compensado a mãe. Já a levou a Londres, a Nova Iorque, a Roma e a Berlim. Paris é a próxima, e não passa deste ano. Adorava poder ir com eles, que nunca estive em Paris com o Vítor. Mas lá me surge o problema da escassez de dias de férias... Vão ter de passar pelo menos uma semana em Paris, tanto a cidade (que tão bem conheces) tem a oferecer.
    Vida palaciana e higiene? Engraçado falares nisso, é assunto que em mim exerce um fascínio horrorizado, só de imaginar...

    Beijo!

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  9. M.,
    Ó meu grande traste! Vai escrever assim para o raio que te parta! Já me chega o Xívico Anacleto (que, com o treino, já leio com uma perna às costas)!
    Não faças o curso, não... Ias adorar, ias ser a versão masculina cá da je. Lembro-me muito bem das conversas que tínhamos ao telefone quando eu chegava a casa, vinda de mais uma aula, eu excitadíssima a contar tudo o que tinha sido dito, tu a quereres saber tudo.

    Beijo. Gosto muito de ti, estúpido.

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  10. Ainda tens outra sina, olá se tens!
    Ou estás esquecida do Menino Dorinho???

    E por que é que eu não fui convidado para o Van Gogo???

    Eu também gosto de ti mas... tens dias!

    M.

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  11. Eu nem acredito que escrevi uma certa asneira... Cá vai o comentário outra vez:

    M,
    Um ponto por cada parágrafo do teu comentário:

    1.Eu adoro o Menino Dorinho! E até já consigo lê-lo quase bem.

    2. A ideia era uma saída só de galinhas, mas serás muito bem-vindo (não confundir com aquele senhor a quem eu chamo "o marido da Benvinda"). A Mad, grande admiradora tua, adorava conhecer-te. Pela Diabba não me pronuncio, houve por aí umas tensões.

    3. Vai à merda.

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  12. Não percebo as pessoas que não percebem que a partilha das coisas boas da vida é afinal o que dela levamos. E que é um grande sinal de humildade e generosidade, isso sim.

    Quanto aos erros (esqueceu-se, junto da rubrica e pudica, de um que tão bem ilustrou terça-feira) também não percebo. Se vou comprar uma camisola e me faz gordo, então não fico agradecido que me o digam? Porque não é igual com os erros?

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