quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A call from the past

Foi há pouquinho, irrompeu-me pelo Skype. E foi isto, só isto.

Inevitável virem-me à memória as últimas palavras de Swann no capítulo Un Amour de Swann, naquele livro da minha eterna obsessão.

Não tenho a tradução de Pedro Tamen, que me dizem ser soberba e definitiva, passei naturalmente da minha, muito velhinha e coberta de sublinhados, a de Mário Quintana, ao original de Proust. Aqui fica em Português, façam-se as necessárias adaptações de género:

«E dizer que eu estraguei anos inteiros da minha vida, que desejei a morte, que tive o meu maior amor, por uma mulher que não me agradava, que não era o meu tipo!»

Que longe, meu Deus!

«A que distância!... (nem o acho...)», como nas palavras do poeta que é a minha obsessão maior.

Nem sequer é como na última carta dele a Ofélia, e que também espelha, hoje e sempre, o que foi o meu outro grande amor (tive dois grandes amores e meio), e sei esta passagem de cor:
«Fiquemos, um perante o outro, como dois conhecidos desde a infância, que se amaram um pouco quando meninos, e, embora na vida adulta sigam outras afeições e outros caminhos, conservam sempre, num escaninho da alma, a memória profunda do seu amor antigo e inútil.»


9 comentários:

  1. ...do mesmo liceu?

    (sou incorrigível :-))

    Boas festas para todos (aonde quer que vo-las façam).

    (Isto é um pronome enclítico? - Teresa? qual a tua douta opinião? - não estou para ir a enciclopédias - hoje não!)

    E um BOM NATAL (não sou católico, mas acho que o cristianismo é um ideal a defender, e as tradições também)

    Dicas

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  2. Corrigindo: mesoclítico, está bem assim?

    As coisas que me passam pela cabeça na véspera de Natal...

    Dicas

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  3. (na pausa entre pilotar fogão para ir pilotar aspirador) - e isto não vem nada a propósito do Natal - acho que devíamos ter só um grande amor. Ainda não percebi a necessidade de batermos com a cabeça tantas vezes. Mas claro que devemos olhar para o passado com bons olhos - tenho dúvidas é se, nestes casos concretos, o devamos assumir publicamente - o outro lado é que o deve fazer ;)

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  4. E tratam-se por "você"? Deve ter sido uma coisa para lá de kinky...

    Sempre fantasiei com um amor assim, ter alguém a quem pudesse dizer a frase: "olhe, acabou-se a brincadeira, baixe lá as calcinhas que já se faz tarde"!!!!

    Ervi, imbuído de espírito natalício

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  5. Eu não gosto de fantasmas...

    as coisas do passado é lá que devem permanecer (isto em teoria, claro está)...

    beijo minha querida e um Santo Natal para ti.

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  6. rsrsrsrs
    afora os palpites... de quem sabe ou não.
    só digo que o Pedro é muito sábio...
    E que o mais importante é sempre haver uma Paris. Pra viver, sonhar ou lembrar... ;o)

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