segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vai um pezinho de dança?

No post de há dois dias em que, falando de La Cage aux Folles, referi uma das suas muitas extraordinárias músicas, a mais conhecida, falei na sua versão mais célebre, a de Gloria Gaynor, já corriam os anos 80. A Mad, rapariga cá das minhas (coisa sobejamente conhecida), comentou o seguinte:

«Tem piada, era capaz de jurar que o I am what I am (o hino gay por excelência e que eu absolutamente adoro) era cantado pela Amanda Lear.»

Ora eu, Maria Teresa, Tê-Tê — não confundir com Teté, que fico logo abespinhada se alguém, só para se fazer mais íntimo, tem a ideia peregrina de me chamar tal coisa, que teté para mim (resquícios de infância) é um ovo — para todos em muito miúda, Tê ainda hoje para a minha Mãe, Teresinha para muita gente... ora eu, como ia dizendo, nunca tenho nada por garantido. Teria Amanda Lear cantado I Am What I Am sem eu saber? Mais do que possível, que a minha ignorância não tem princípio nem fim. Pus-me a investigar. Não, Mad, parece que não cantou mesmo. Tem um disco chamado I Am a Photograph, a proximidade acaba aí.

Lembro-me perfeitamente da saída deste Sweet Revenge em Portugal, em 1979, atrasado um ano, o que até nem era mau, tão medíocre era o nosso mercado discográfico. Lembro-me de estarmos, eu e Vítor, em casa do P.M., que viria a ser o meu segundo namorado, a discutir o disco (eu, ele e o Vítor). Melhor dizendo... a discutir Amanda Lear. Corria então o boato de que ela era um travesti, a voz grave, gravíssima, ajudava. Mas... bolas! Se voz grave fosse indício de alguma coisa... eu até podia ser a nova Lydia Barloff!

Afinal, e porque li um bocadinho sobre ela antes de começar este post, há uma margenzinha de dúvida. Mas pode vir apenas de línguas maledicentes. De concreto, sobre Amanda Lear (que é apenas seis anos mais nova do que a minha Mãe...) sabe-se muito pouco. Sabe-se que foi uma querida de Salvador Dalí, diz-se que foi a própria Gala, sua mulher, que a levou lá para casa, que lhe dava jeito, que o mantinha distraído enquanto ela se deleitava com jovens Adónis. Amanda Lear diz que a ideia da ambiguidade sexual foi do próprio Dalí, para a fazer mais controversa, para fazer dela um sucesso.

O que é a verdade? A questão é antiga como o Mundo, o próprio Pilatos a formulou. Pouco me importa. Esta música, Run Baby Run, põe-nos a dançar. Até a gravei num disco que levei neste Verão para as férias em Miami. Música bem-disposta, animada, tonta e inconsequente, coisas antigas de que me tinha lembrado e em que até Donna Summer cabia (a Sr.ª D. Summer, como fazemos sempre questão de frisar; e, já agora, não esqueçamos a Sr.ª D. Karan, nem a Sr.ª D. Tella Versace). O Vítor adorou o disco, a que chamei Tonteira Total. Tocava aos berros, nós dois cantávamos em coro, felizes, com a capota do carro descida e aquele clima maravilhoso a acariciar-nos. Mad, se quiseres, faço-te uma cópia... :)



4 comentários:

  1. Se soubesse o que já me ri com este post... e o que me passou pela cabeça... Infelizmente não sei quem é a Amanda Lear. E duvido que tenha algo a ver com o Rei Lear...

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  2. Mad,
    Faço com todo o gosto. O pior é que andei aqui à procura da lista das músicas e não a encontrei, o que quer dizer que, como o disco ficou com o Vítor, terei de lho pedir, ou que me diga os títulos.

    Aliás... são dois discos. Tonteira Total I e Tonteira Total II...

    É que quando me dá para ser tonta... sou mesmo muito tonta! :)

    Pedro,
    Gostava mesmo muito de saber o que lhe passou pela cabeça... Conte lá, não seja assim...

    Pode vê-la aqui, e ler sobre ela na Wikipedia.

    Beijos aos dois!

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  3. Hummmm... para a Teresa me perguntar se quero levar um estalo?!?

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