domingo, 1 de junho de 2008

Os discos da minha vida #11: A Salty Dog

A Salty Dog, dos Procol Harum, é de 1969. Um disco magnífico, do qual hei-de pôr aqui mais músicas. Só o viria a conhecer no princípio de 1982, nos tempos do Bananas e de uma enorme crise minha. O Tó Zé, disc-jockey do Stone's que se tinha mudado para lá, costumava pô-lo para mim.

Eu pedia o carro emprestado à minha Mãe e lá ia, na maior parte das vezes com Álvaro de Campos na carteira. O Vítor Menino, porteiro célebre na noite lisboeta, deixava-me entrar — e acreditem que era coisa arrojada naquela época, uma menina sair sozinha... Sentava-me na mesa ao lado da cabine e ali ficava o resto da noite a ouvir a grande música que o Tó Zé, o Luís Oom, o Luís Afonso e outro (já não me lembro do nome dele, mas era um amor) punham. Ao fim da noite ficávamos em tertúlia, a comer tostas mistas e a beber à conta da casa. E eu ia para a cama com uma tristeza um pouco menos opressiva.

Anos mais tarde, já no tempo dos CD, este era um dos discos que mais tocavam na minha casa da Rio de Janeiro, quando o Nuno era visita diária para o café. O Nuno também era doido pelo disco. O Nuno sempre ao meu lado, tal como tinha estado naqueles anos confusos e já distantes. O Nuno de quem tenho saudades que já nunca poderei matar.

Fiquemos com A Salty Dog, tema-título do álbum. Para mim, uma grande-grande música. Eterna. Mas há mais, hei-de trazê-las para aqui.

A Salty Dog
All hands on deck, we've run afloat! I heard the captain cry
Explore the ship, replace the cook: let no one leave alive!
Across the straits, around the horn: how far can sailors fly?
A twisted path, our tortured course, and no one left alive

We sailed for parts unknown to man, where ships come home to die
No lofty peak, nor fortress bold, could match our captains eye
Upon the seventh seasick day we made our port of call
A sand so white, and sea so blue, no mortal place at all

We fired the gun, and burnt the mast, and rowed from ship to shore
The captain cried, we sailors wept: our tears were tears of joy
Now many moons and many junes have passed since we made land
A salty dog, this seaman's log: your witness my own hand



2 comentários:

  1. Bem, de cada vez que leio um post sobre os discos ou os filmes da sua vida descubro (mais) uma coisa "fofinha"!!

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  2. LOL!
    Ó David, francamente! Isso é lá adjectivo para uma maravilha destas?
    Ou ainda é retaliação pela Céline...? :)

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