Os discos da minha vida #2: Le Métèque
Este disco anda sempre comigo. Tal como ela, a solidão. O meu amigo Pedro diz (há muitos anos) que, se tivesse de escolher uma música para me contar, Ma Solitude, deste disco, seria sempre a primeira que lhe viria à cabeça. Sempre que a ouve é de mim que se lembra.
Le Métèque (1969), de Georges Moustaki*, é um daqueles discos que só conseguimos ouvir da primeira à última faixa, tamanha a sua beleza. Beleza melódica e dos poemas. Mas confesso que, frequentemente, volto atrás e ponho mais uma vez a faixa 7. Esta que está agora a tocar. Ma Solitude.
* Aproveito para dizer que Moustaki, muito novo ainda, foi amante de Edith Piaf. É bonito saber que foi para ela que escreveu o belíssimo e famoso Milord. Em 1974 fez uma versão (também linda) do Fado Tropical, de Chico Buarque. Chamou-lhe, simplesmente, Portugal, e é uma homenagem ao 25 de Abril. E até canta algumas estrofes em português.
MA SOLITUDE
Le Métèque (1969), de Georges Moustaki*, é um daqueles discos que só conseguimos ouvir da primeira à última faixa, tamanha a sua beleza. Beleza melódica e dos poemas. Mas confesso que, frequentemente, volto atrás e ponho mais uma vez a faixa 7. Esta que está agora a tocar. Ma Solitude.
* Aproveito para dizer que Moustaki, muito novo ainda, foi amante de Edith Piaf. É bonito saber que foi para ela que escreveu o belíssimo e famoso Milord. Em 1974 fez uma versão (também linda) do Fado Tropical, de Chico Buarque. Chamou-lhe, simplesmente, Portugal, e é uma homenagem ao 25 de Abril. E até canta algumas estrofes em português.
MA SOLITUDE
Pour avoir si souvent dormi avec ma solitude,
Je m'en suis fait presque une amie, une douce habitude.
Elle ne me quitte pas d'un pas, fidèle comme une ombre.
Elle m'a suivi ça et là, aux quatres coins du monde.
Non, je ne suis jamais seul avec ma solitude.
Quand elle est au creux de mon lit, elle prend toute la place,
Et nous passons de longues nuits, tous les deux face à face.
Je ne sais vraiment pas jusqu'où ira cette complice,
Faudra-t-il que j'y prenne goût ou que je réagisse?
Non, je ne suis jamais seul avec ma solitude.
Par elle, j'ai autant appris que j'ai versé de larmes.
Si parfois je la répudie, jamais elle ne désarme.
Et, si je préfère l'amour d'une autre courtisane,
Elle sera à mon dernier jour, ma dernière compagne.
Je m'en suis fait presque une amie, une douce habitude.
Elle ne me quitte pas d'un pas, fidèle comme une ombre.
Elle m'a suivi ça et là, aux quatres coins du monde.
Non, je ne suis jamais seul avec ma solitude.
Quand elle est au creux de mon lit, elle prend toute la place,
Et nous passons de longues nuits, tous les deux face à face.
Je ne sais vraiment pas jusqu'où ira cette complice,
Faudra-t-il que j'y prenne goût ou que je réagisse?
Non, je ne suis jamais seul avec ma solitude.
Par elle, j'ai autant appris que j'ai versé de larmes.
Si parfois je la répudie, jamais elle ne désarme.
Et, si je préfère l'amour d'une autre courtisane,
Elle sera à mon dernier jour, ma dernière compagne.
Non, je ne suis jamais seul avec ma solitude.
Non, je ne suis jamais seul avec ma solitude.
Non, je ne suis jamais seul avec ma solitude.
Obrigado, Teresa, não conhecia a música. Dentro da mesma temática, "Pour ne pas vivre seul", Dalida.
ResponderEliminarDeixa-me só dizer-te o quão bom é ver a minha querida música francesa tão bem tratada no teu 'blóguio'. Conheço tão poucas pessoas que apreciem música francesa que até estou comovida com este teu post. A música é lindíssima...E de imediato me apetece ir ouvir 'Les feuilles mortes' do Yves Montand, que é de uma beleza e de uma tristeza tal que hoje já não saio de casa sem os lenços de papel...A pena que eu tenho que tanta gente não queira sequer tentar descobrir este mundo maravilhoso de músicas e palavras, só porque não gostam de francês. Coisas maravilhosas se têm escrito e cantado em francês...
ResponderEliminarEnfim, obrigada, Teresa!
um beijinho
Querida Teresa,
ResponderEliminarLa Solitude...
Gosto tanto dela, da minha.
Sou solitária, digamos que por opção. Opto por me fazer passear sozinha, escolho locais onde me sinta sozinha. Assim, tenho tudo só para mim. Tudo o que de belo um lugar tenha para deliciar quem por lá se deixe andar...
Há tempos, uma amiga perguntava-me se eu nunca me sentia sozinha. Respondi-lhe que não. Porque eu não habito sozinha em mim. E porque a solidão me faz companhia; a companhia perfeita. Isto porque fui eu quem a escolheu para viver e para me deixar estar.
Acho que ela não me compreendeu. Mas não faz mal.
Conheço esta música na perfeição.
(...)
Teresa, obrigada por este bocadinho...
Lisa
Teresa!! Impôs-se voltar!!
ResponderEliminarO que eu me ri!!
Para o caso de não voltares lá por enquanto, aqui fica o copy do que te deixei lá!!! ahaha
"Teresa... A ver se nos entendemos!! Tu tens classe, és inteligente, uma mulher chique!! Vai daí que tu nunca tomarás para ti o estatuto de uma anónima!! Neste blog, tu és sempre A anónima!! O que é diferente!!
Fica sempre o rasto do teu perfume por cá!! Não há volta a dar! Sei sempre que és tu A anónima!!
ahahahah
Já li o mail ;)
(ai deixa-me cá parar com os recadinhos nos comments!!Acho que é feio fazer e há quem não goste porque é falta de educação!! Mary, eu porto-me bem, vês? Faço disparates, mas reconheço!!)"
Isto dos recaditos serem falta de educação, faz-te lembrar alguma coisa?? ahahhhah
Beijo grande na Teresa da Lisa!!
Bem...
ResponderEliminarEu não queria dizer que a Teresa é da Lisa... Faltou-me ali a vírgula!!
Seria, pois: Beijos grandes na Teresa, da Lisa.
A Lisa é que manda beijos grandes à Teresa. Era esta a ideia.
Ufaaaa... consegui explicar-me... É que depois vem a Comissão de Ética e Escrita e caem-me logo em cima, credo.
Ahhh! O Moustaki! Le Métèque
ResponderEliminarAvec ma gueule de métèque
de juif érrant de pâtre grec
et mes cheveux aux quatre vents...
Ouve lá e se me fizesses uma copiazinha? E se fôssemos ao grande Aznavour que vem cá agora breve? ainda haverá bilhetes? nunca o vi ao vivo e não tarda, acaba...
bora?
Pedro,
ResponderEliminarNão conheço o Pour ne pas Vivre Seul! Tentei ir buscá-lo ao Limewire, mas o download que fiz não abre.
Que frustração!
Safira,
ResponderEliminarEu adoro música francesa, que hoje em dia tão pouco conhecida é cá. Aznavour é, para mim, o maior de todos - suspeito que terás espreitado todos os posts sobre ele que aqui publiquei :)
E, graças a ti, apercebi-me de que não tinha posto a etiqueta neste. Corrigi. Obrigada.
TCL,
ResponderEliminarA tua copiazinha está neste preciso momento a seguir... :)
Quanto a Aznavou... espreita a etiqueta com o nome dele. Quanto ao concerto, nem me fales disso, que eu ando doida a ver que não encontro bilhetes. Os que eu quero, claro!
Na primeira fila, se possível até ao colo dele eu ficava... Conheces alguém na organização?
Beijo.
Experimente o youtube: tem pelo menos duas actuações ao vivo da Dalida com essa música:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=DPC1hSrJtu8
http://www.youtube.com/watch?v=zMwaES5Dxno
Pedro, muito obrigada!
ResponderEliminarJá consegui apanhar a música no Limewire! Grande letra, sem dúvida.
Ainda sei esta canção de cor e salteado!!! E o vinil ainda ali está guardado, creio eu!
ResponderEliminarObrigada Teresa, pela lembrança!
Já tinha visto o nome deste blog por aí mas nunca tinha cá entrado. Gostei e vou voltar (ou linko-o já, não vá perdê-lo!).
Bjs :))
Curiosa,
ResponderEliminarSê bem-vinda! :)
Engraçado como também já tinha visto o nome do teu blogue (que fui espreitar) sem nunca o ter visitado. E com tantas coisas que parecemos ter em comum...
Há coisas que nunca se esquecem, não é? Também eu continuo a saber todas as letras deste disco, que foi dos meus primeiros CD, aqueles que comprávamos para substituir os vinis. Juraria não exagerar se disser que os meus primeiros 100 CD não passaram disso, de substituições...
Beijoca.
Sei bem o que é ter a solidão como fiel companheira, de repente a gente até se afeiçoa a ela...
ResponderEliminarbeijos saudosos