Tu che a Dio spiegasti l'ali
Calou-se hoje uma voz magnífica, extraordinária, que fica na História como uma das mais belas e poderosas do século XX.
Luciano Pavarotti.
Prefiro esquecer neste momento o triste espectáculo em que se deu nos últimos anos, prostituindo a torto e a direito essa voz que era um dom divino. Prefiro lembrá-lo como o oiço ainda e sempre, nos anos gloriosos da Decca, ao lado de Dame Joan Sutherland, que lhe deu a primeira grande oportunidade e com quem ele próprio confessava ter aprendido a respirar - um segredo de valor incalculável para um cantor.
Prefiro lembrá-lo como o Rodolfo da Mimì da sua grande amiga Mirella Freni, como ele nascida em Modena em 1935, prefiro maravilhar-me com as suas interpretações naquela histórica Bohème dirigida por Karajan. Juntos estudaram canto, muito novos ainda. A amizade ficou para o resto da vida, tão grande, tão íntima, que se dizia no meio operático, por graça, que, se Pavarotti se constipava em Nova Iorque, Mirella Freni espirrava em Viena.
Hoje deve haver muitos blogues com a sua Nessun Dorma, ou com Una Furtiva Lagrima, possivelmente alguns outros porão La Donna È Mobile. Eu escolho esta belíssima Tu che a Dio Spiegasti l'ali, a ária final da Lucia di Lammermoor, em que ele tantas e tantas vezes foi Edgardo a cravar o punhal no peito, ao saber da morte da sua amada Lucia, cantada por Dame Joan Sutherland como por mais ninguém.
Tu che a Dio spiegasti l'ali... Tu que para Deus abriste as asas...
Descansa em paz.
Luciano Pavarotti.
Prefiro esquecer neste momento o triste espectáculo em que se deu nos últimos anos, prostituindo a torto e a direito essa voz que era um dom divino. Prefiro lembrá-lo como o oiço ainda e sempre, nos anos gloriosos da Decca, ao lado de Dame Joan Sutherland, que lhe deu a primeira grande oportunidade e com quem ele próprio confessava ter aprendido a respirar - um segredo de valor incalculável para um cantor.
Prefiro lembrá-lo como o Rodolfo da Mimì da sua grande amiga Mirella Freni, como ele nascida em Modena em 1935, prefiro maravilhar-me com as suas interpretações naquela histórica Bohème dirigida por Karajan. Juntos estudaram canto, muito novos ainda. A amizade ficou para o resto da vida, tão grande, tão íntima, que se dizia no meio operático, por graça, que, se Pavarotti se constipava em Nova Iorque, Mirella Freni espirrava em Viena.
Hoje deve haver muitos blogues com a sua Nessun Dorma, ou com Una Furtiva Lagrima, possivelmente alguns outros porão La Donna È Mobile. Eu escolho esta belíssima Tu che a Dio Spiegasti l'ali, a ária final da Lucia di Lammermoor, em que ele tantas e tantas vezes foi Edgardo a cravar o punhal no peito, ao saber da morte da sua amada Lucia, cantada por Dame Joan Sutherland como por mais ninguém.
Tu che a Dio spiegasti l'ali... Tu que para Deus abriste as asas...
Descansa em paz.
Now playing: Luciano Pavarotti - Tu che a Dio spiegasti l'ali
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Sim há muitos blogs com a Nessum dorma e outras árias hoje... mas haverá sempre um Pavarotti nos nossos ouvidos, com ou sem blogs, populista como nos últimos anos, intimista como na Boheme, porque enquanto houver apaixonados pela Música, Pavarotti estará vivo.
ResponderEliminarPois sabia que nao ias deixar este dia em branco. Uma grande perda para a humanidade. Mas este senhor ja estava a sofrer tanto com esse tenebroso cancro... ja devia estar a dar as boas vindas ao descanso.
ResponderEliminarE sim, tambem nao gostei muito das incursoes dele no mundo da musica pop, mas acredito que dessa forma tivesse conseguido levar muita juventude desinteressadamente inculta a espreitar o mundo do canto lirico. Por isso nao o condeno por entrar em projectos bem abaixo do seu nivel.
Vou voltar aqui para ouvir com toda a atencao a area que propoes. Agora estou com um olho nas regressoes, o nariz no forno com o jantar e os ouvidos no jogo da semi-final do US Open... que queres? Adoro ver os Grand Slams! Um dia hei de conseguir um camarote em Wimbledon para ver o miudo maravilha da altura :)
Beijo grande
Que linda homenagem!
ResponderEliminarBêjos
Ja sabia que ias escrever algo neste dia. Tambem o pensei, mas nao o fiz propositadamente.
ResponderEliminarconcordo com algumas coisas do que dizes, nao com todas.
Pavarotti, nunca foi para mim uma voz preferida, nao tinha pianos. Tinha uma forca de leao e uma vos naturalmente forte e poderosa, que se agarrava aos agudos de uma forma invejavel. De qualquer forma, na minha opiniao, faltava-le agilidade, leveza, logo para mim, que sinto mais o drama num pianissimo que num forte.
Por isso nao "postei". Porque nao posso louvar uma voz que e um prodigio natural, mas so.
De resto, ao que chamas prostituir a voz, acjho que e uma forma de ver as coisas. porque a opera, ate entao popular em Italia, tornou-se um fenomeno global, levada a qualquer canto do mundo pela voz e carisma do Maestro.
Tambem as suas incursoes na musica Pop, que nao admiro, acho que sao de louvar. Nao me interessa minimamente que o senhor se publicitasse com isso, mas sim, que alertasse para alguns problemas com as criancas que mais necessitam.
O dinheiro e a atencao chegou la. e o que interessa.
Quanto a voz prodigiosa, infelizmente silenciou-se. Gostariam os grandes tenores de hoje, ser capazes de sem tecnica, cantar metade das areas que este senhor era capaz...
e porque a paixao estava ali.
beijos
tanta gralha - tenho que comecar a rever os comentarios antes de manda-los! Ja e mais do que suficiente nao haver acentos...
ResponderEliminarTeresinha:
ResponderEliminarTenho sentido a tua falta no meu cantinho. Tenho também, como tu, um grande respeito por esta voz que se finou. Tão característica como a de uma Montserrat Caballeé, talvez!
Na minha opinião, o maior dos três tenores, não só pelo imponente tamanho, claro, mas também pela limpidez, força, beleza e timbre da sua voz! Um verdadeiro senhor que morreu!
Não esperava de ti outra coisa que não fosse esta linda homenagem!
Um beijo grande
Confesso que não sou grande apreciadora de música lírica mas sempre que ouvia este Senhor cantar e muito graças à emoção que ele próprio transmitia, emocionava-me Era algo que me tocava cá dentro e vinham-me sempre as lágrimas aos olhos...
ResponderEliminarJokas
Lamento a perda do artista, da voz. Quanto à pessoa, não me pronuncio...
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