quinta-feira, 24 de maio de 2007

Charles Aznavour - La Bohème

Devo ter dançado esta música centenas de vezes no meu velho Stone's, em tempos mais simples em que ainda não carregava na memória o peso dos ausentes.

O poema sempre me comoveu extraordinariamente, mesmo nesses tempos, com a sua evocação emocionada de uma idade e de uma época para sempre perdidas. E fala de lilases, entre todas as flores por mim mais amadas...

Et nous vivions de l'air du Temps...
Usei L'Air du Temps, presente do meu primeiro amor, entre os dezoito e os vinte anos. Só então mudei para o outro, o que ainda hoje uso, e que já faz parte de mim.

LA BOHÈME (1966)

Je vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux

Dans les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro
Contre un bon repas chaud
Nous prenait une toile
Nous récitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver

La bohème, la bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème
Et nous avions tous du génie

Souvent il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'asseyait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème
Et nous vivions de l'air du temps

Quand au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts

La bohème, la bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, la bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout


P.S. Actriz, és um génio! Então não é que com tabela dá?!

12 comentários:

  1. Uma canção que nos faz sonhar, dançar ou rodopiar na memória de muitos bons momentos passados.`É e será sempre um clássico.
    Beijos

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  2. Minha querida Teresa, génio não serei, idiota talvez, pois ideias não me faltam, ainda que nem todas resultem. Esta, pelos vistos, correu bem. Enfim, somos umas desenrascadas!
    Beijos enormes!

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  3. querida Teresa,

    claro que reparei nos olhos verdes!

    acontece que, além de ligeiramente despassarada, ainda sou aparentada de Mr. Magoo!
    só quando pus as lunetas é que percebi que os olhos verdes não faziam parte do relógio que está por baixo, cujos números são exactamente da mesma cor..

    se fossem amarelos, podiam ser os olhos de uma pantera ociosa e sedutora ;0)

    e se este seu blog tivesse cheiro bem que podia ser Kenzo Jungle!

    sou louca por perfumes e tenho a noção que teria dado um belo "nez".
    ainda não desisti de visitar Les Sallons du Palais Royal, onde o Serge Lutens cria todos os seus inebriantes e luxuriantes aromas!

    sniff, sniff

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  4. Algo me diz que existe aí uma pequenina obsessão por Aznavour. Não sei porquê...
    Beijos e Laranja.

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  5. Maria,
    Suponho que se refere à música. Não conhecia?

    Actriz,
    Pois claro! Desnrascadas 1 - Blogger 0!
    Ou... quem não tem cão, caça com girafa.

    Beijos enormes!

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  6. Afgane,
    Um clássico, sim. Como tal, eterno.
    Beijos.

    Kuskinha,
    As panteras em geral (leopardos, chitas, jaguares. leões, tigres) têm olhos amarelos, sim. Mais côr de âmbar, aliás. A pantera negra, que é o caso desta minha Teodora - nome de imperatriz, claro! que tal? - costuma ter olhos verdes. Mas acho que vou procurar uns gélidos e perturbadores olhos cor de âmbar e experimentar o efeito aqui.

    Quanto aos perfumes (também sou doida por eles), acho que uma ida a Grasse é obrigatória. É a capital mundial do perfume!
    Ah! Ainda tem um comentário que lhe deixei no post anterior.

    Beijos!!!

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  7. Eskisito,
    Talvez seja mais caso para dizer que há por aqui uma grande obsessão por Aznavour...
    Agora a sério: o que há é mesmo uma grande paixão. E eu sou muito leal aos meus amores e acho que há que mimá-los e homenageá-los.

    O senhor está com 83 anos muito cheios e bem vividos, quanto tempo nos resta para lhe prestarem vida as homenagens que tanto merece?

    Por isso A Gota de Ran Tan Plan orgulha-se desta brilhante iniciativa cultural: a Semana Aznavour - Uma Música Por Dia (a Thunderlady tem uma etiqueta que eu acho brilhante "Uma música por dia e nem sabe o bem que lhe fazia").

    Ontem cheguei a casa tardíssimo e, é claro, reparei logo na onda laranja! Não achas que fica melhor assim? Eu gosto de saber a opinião dos outros, principalmente a do artista e criador!
    E o truque das colunas, reparaste?
    Muito obrigda, pela milionésima vez!

    Um grande beijo.

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  8. Não querendo ser tendencioso, mas a gota tá muito mais sexy...adoro a combinação do preto com o laranja.
    Suponho que ficaste satisfeita...

    Em relação ao Aznavour, acho que sim, que este senhor merece sim esta semana.

    As colunas, lá está. Viver e aprender...não fazia a mínima ideia.

    Beijos

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  9. Eskisito,
    Nãoi fiquei satisfeita... fiquei RADIANTE!!!
    Cada vez gosto mais! E o laranja fica realmente muito bem aqui, não achas?
    Há alguma maneira fácil de eu fazer experiências com as cores para as coisas de rodapé? Já sei que é com html, mas...

    Quanto às colunas, experimentei outra coisa que dá muito menos trabalho a acertar depois tudo: copia-se a tabela para uma folha de excel e é isso que depois se cola no post.

    Beijo grande, bom fim-de-semana!

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  10. Excelente música. Faz-me lembrar os passeios de carro com a minha mãe a ouvir música francesa.

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  11. Grande tema...

    Tambem gosto mt da versão da
    Mafalda Arnauth.

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