quinta-feira, 23 de março de 2017

De la Musique (pedimos desculpa por esta interrupção, o programa segue dentro de momentos)



Bem sei que o tema "música no blogue" não é pacífico. Sei que muito boa gente abomina. Mas este blogue (a sua autora) sempre precisou de música como do ar que respira, e boa parte da sua identidade, se não a sua identidade inteira, poderia contar-se em música. Se entre aqueles que detestam chegar aqui e levar logo com música em cima, e entre eles contam-se algumas pessoas que até me são muito queridas, a verdade é que também sei que outros há que se detêm mais um pouco apenas para saborear a minha escolha do dia, tal como sei de ouvidos teimosos que algumas vezes se renderam ao sortilégio de uma melodia. Este blogue sou eu, love me or leave me. Nunca houve aqui pretensões de estrelato blogosférico, ambições de projecção ou voos maiores. Poucos mas bons, esses são os meus leitores. Os leitores, e tantos (tantos!) desconhecidos, que se revelaram vai agora fazer quatro anos em catadupas de mensagens que imensamente me comoveram nunca saberia dizer-vos quanto, quando decidi contar que tinha acabado de me ser diagnosticado o filho de um grande cabaz de nêsperas de um cancro.

Tudo isto é matéria para outro dia, agora queria apenas dizer-vos que, como a MDP (Mula do Pior) que sou, ando há dois dias para escrever aqui. Nada de importante ou que faça falta ao mundo, é certo, mas falta-lhe a música. Melhor dizendo, falta-lhe A música que eu quero. A de George Szell a dirigir a Orquestra de Cleveland naquela que sempre foi a minha sinfonia favorita de Beethoven, a Sétima. Acontece que não me contento com outra gravação, a sua continua a ser a minha favorita. Tentei outras, e rejeitei-as. A Helena que me perdoe, mas a do nosso querido Sir Simon Rattle, pelo menos no andamento que se quer, que é o segundo, é estridente nos metais, e isso rouba-lhe aquela dimensão de sonho e melancolia que o andamento tem.

Acreditem ou não (sei que acreditam), apenas por isso não voltei a escrever, 

1 comentário:

  1. Teresa, acredite ou não (sei que acredita) apenas aqui volto pelo ambiente que cria com o que escreve, como o escreve e com a música que seleciona.

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