Sex and the City revisited
Para mim (e friso que é para mim, a vossa opinião pode perfeitamente ser outra), Sex and the City está a envelhecer mal. Há muitos anos que tenho a série completa em DVD, é até a revi muitas vezes, a última talvez há coisa de ano e meio. Agora que o canal Fox anda a passá-la ininterruptamente, diria que já vai na terceira exibição completa, vejo um ou outro episódio, quando calha, se calha apanhá-lo. E tenho dado comigo a ganhar uma embirração crescente à personagem Carrie Bradshaw, a um ponto tal que de embirração está rapidamente a transformar-se em aversão.
Da mesma maneira, começo a embirrar francamente com a actriz que lhe veste a pele. Já vi mais filmes com ela, aqui e ali, acho-a sempre igual, sempre o mesmíssimo registo, ainda há dias tropecei num chamado If Lucy Fell, de 1996. O filme era uma valentíssima borracheira, nem consegui ver metade, e Sarah Jessica Parker arrancou-me um único pensamento: «olha, que giro! Carrie Bradshaw dois anos antes de ter nascido!» Sarah Jessica Parker, a actriz, não consegue sequer chorar. Tentem lembrar-se de uma cena de SATC, uma só, em que a tenham visto chorar. Não conseguem, pois não? Tapa a cara com as mãos, que é para não vermos a sua total incapacidade de puxar uma lágrima que seja. Em momentos vários vimos lágrimas a qualquer uma das outras três protagonistas, até à durona Samantha. Carrie Bradshaw finge chorar tapando a cara, e é tudo. Não vou ao ponto de querer dela algo de tão extremo como o que fazia Vivien Leigh, de quem ouvi contar num documentário (acho que por Olivia de Havilland, mas não vou jurar) que, ao ouvir o fatídico cut! do realizador, se prestou a novo take perguntando-lhe apenas se preferia que as lágrimas brotassem primeiro do olho direito ou do esquerdo, mas acho que o espectador teria direito a uma lagrimazinha genuína e visível de vez em quando.
Acresce que a vemos muitas vezes à mesa, em conversas deliciosas com as amigas — os diálogos são brilhantes, é inegável. O pior é que, justamente por as conversas serem à mesa e porque são muito frequentes, cada vez tenho mais dificuldade em desviar os olhos das suas maneiras absolutamente revoltantes: ela abanca com os cotovelos, ela gesticula e aponta com os talheres, ela fala de boca cheia e a mastigar em simultâneo, de tal modo que há cenas em que chegamos a ver o que está a mastigar. Nojento, desculpem, não há outra palavra. Umas noções básicas de como estar à mesa, que obviamente não recebeu em pequena, não lhe fariam nada mal, nunca é tarde para aprender e poupava-nos àquele triste espectáculo.
Já sabemos que uma série de televisão é apenas isso mesmo, não tem de ser um ensaio sobre a realidade, para isso há os documentários, e por isso se chama ficção. Mas, ainda assim, com o passar dos anos a personagem Carrie Bradshaw é cada vez menos credível. Intitula-se escritora quando assina apenas uma coluna (que supomos semanal) num jornal de segunda categoria, coluna essa que vem ao lado dos anúncios de Viagra e de implantes de pénis (Carrie dixit, não estou a inventar); mais tarde até publica um livro que não passa de uma compilação das suas crónicas já publicadas, o que também não faz dela uma escritora. Mas vive desafogadamente num apartamento que custaria vários milhares de dólares por mês (nem há a desculpa inventada em Friends para justificar o apartamento de Monica, que terá herdado fraudulentamente a locação da avó) e é aquela alegria de sapatos caros e caríssímas carteiras a toda a hora. Nessas coisas nem vale a pena determo-nos muito, são ficção, já se sabe. O que me intriga mais é a razão pela qual toda a gente parece gostar tanto dela e tê-la como amiga dilecta. Carrie Bradshaw é de um egoísmo de bradar aos céus nas amizades. É sempre tudo sobre ela, acerca dela, em redor dela. Breves apontamentos de cenas vistas recentemente que ilustram isto à saciedade: na inauguração do bar de Steve, Samantha acaba de pôr fim à relação com Maria (Sónia Braga, lembram-se?) e está toda escavacada por causa de uma sessão de sexo com um strap-on, Miranda pede detalhes — alto e pára o baile, estamos aqui por minha causa e do Aidan, mudem lá de conversa, this is about me!; Miranda está em casa por causa de um jeito que deu às vértebras cervicais (e quem a foi socorrer foi Aidan, e não a sua querida bosom friend), Carrie vai visitá-la — amorosa, foi saber da amiga, não é? O tanas é que foi saber da amiga, quer apenas um recipiente para as suas queixas sobre o facto de sentir Aidan distante; Carrie e Stanford vão juntos à feira de sábado na Village e Stanford, pela primeira vez em muitos anos numa relação, quer, como é natural, como todos quereríamos, saber o que acha a sua querida amiga de Marcus, o namorado — He's nice, responde a adorável Carrie, distraída e desinteressadamente, com os cornos todos postos em encontrar aquela cabra que tem a audácia de ter uma opinião desfavorável sobre ela.
Sobre o final da série não tenho muito a dizer. Sei que foi ponderado e até filmado um final diferente para Carrie, mas acho plausível aquele que foi escolhido. Plausível pela personagem de Mr. Big, que sempre funcionou como o cão que só liga ao osso quando aparece outro cão ao fundo da rua, plausível por Carrie que, como de resto tantas de nós tantas vezes, não aprende à primeira, nem à segunda, insistindo numa relação que a experiência já devia ter-lhe ensinado que não vingaria. Assim, agora que penso nisso, o primeiro filme extraído da série seria mais plausível se nos mostrasse Carrie já com outra pessoa, em vez de a trocar beijos apaixonados em plena rua com Big, como se tivessem passado apenas quatro dias e não quatro anos desde a última cena sobre a ponte des Arts — fartaram-se de andar ao frio, coitados, que a ponte é longe que se farta do Plaza, na Avenue Montaigne, a mais próxima é a d'Alma.
Também a evolução de Miranda é bem plausível, tendo acabado por sair de Manhattan e mudado a família para Brooklyn (que, mais recentemente, até passou a estar na moda). Miranda é, de resto, a personagem mais real das quatro, e é servida por uma actriz que está numa liga à parte da das restantes: Cynthia Nixon conta já com dois Tonys e mais duas ou três nomeações. Mas é do final atribuído a Charlotte que gosto mais. Casou primeiro com um príncipe encantado, o homem dos seus sonhos, uma espécie de John Kennedy Jr., e o casamento ficou muito aquém das suas expectativas. Charlotte aprendeu a ver mais longe, a não pretender apenas um investment banker saído de uma das universidades da Ivy League e com casa no Connecticut ou nos Hamptons. Ultrapassou preconceitos e ideais pouco realistas de adolescente, optando por um homem em tudo distanciado dos seus sonhos, mas com quem é feliz. Como diriam os brasileiros, Charlotte caiu na real.
Muitas outras coisas poderia ainda dizer, mas estas bastam. Tudo isto considerado, não me parece que os DVD de Sex and the City voltem a sair da estante nos próximos dois ou três anos. Pelo menos. Quanto à possibilidade de haver um terceiro filme, peço aos deuses que lhes dêem juízo a todos, por maior que seja a tentação de arrecadar uns milhões. As fãs histéricas continuarão a encher-lhes os bolsos, não tenho a menor dúvida. Quanto a mim, hei-de arranjar maneira de o ver à borla na internet, que não me arrancam nem mais um tostão. E hei-de odiá-lo, obviamente.
Da mesma maneira, começo a embirrar francamente com a actriz que lhe veste a pele. Já vi mais filmes com ela, aqui e ali, acho-a sempre igual, sempre o mesmíssimo registo, ainda há dias tropecei num chamado If Lucy Fell, de 1996. O filme era uma valentíssima borracheira, nem consegui ver metade, e Sarah Jessica Parker arrancou-me um único pensamento: «olha, que giro! Carrie Bradshaw dois anos antes de ter nascido!» Sarah Jessica Parker, a actriz, não consegue sequer chorar. Tentem lembrar-se de uma cena de SATC, uma só, em que a tenham visto chorar. Não conseguem, pois não? Tapa a cara com as mãos, que é para não vermos a sua total incapacidade de puxar uma lágrima que seja. Em momentos vários vimos lágrimas a qualquer uma das outras três protagonistas, até à durona Samantha. Carrie Bradshaw finge chorar tapando a cara, e é tudo. Não vou ao ponto de querer dela algo de tão extremo como o que fazia Vivien Leigh, de quem ouvi contar num documentário (acho que por Olivia de Havilland, mas não vou jurar) que, ao ouvir o fatídico cut! do realizador, se prestou a novo take perguntando-lhe apenas se preferia que as lágrimas brotassem primeiro do olho direito ou do esquerdo, mas acho que o espectador teria direito a uma lagrimazinha genuína e visível de vez em quando.
Acresce que a vemos muitas vezes à mesa, em conversas deliciosas com as amigas — os diálogos são brilhantes, é inegável. O pior é que, justamente por as conversas serem à mesa e porque são muito frequentes, cada vez tenho mais dificuldade em desviar os olhos das suas maneiras absolutamente revoltantes: ela abanca com os cotovelos, ela gesticula e aponta com os talheres, ela fala de boca cheia e a mastigar em simultâneo, de tal modo que há cenas em que chegamos a ver o que está a mastigar. Nojento, desculpem, não há outra palavra. Umas noções básicas de como estar à mesa, que obviamente não recebeu em pequena, não lhe fariam nada mal, nunca é tarde para aprender e poupava-nos àquele triste espectáculo.
Já sabemos que uma série de televisão é apenas isso mesmo, não tem de ser um ensaio sobre a realidade, para isso há os documentários, e por isso se chama ficção. Mas, ainda assim, com o passar dos anos a personagem Carrie Bradshaw é cada vez menos credível. Intitula-se escritora quando assina apenas uma coluna (que supomos semanal) num jornal de segunda categoria, coluna essa que vem ao lado dos anúncios de Viagra e de implantes de pénis (Carrie dixit, não estou a inventar); mais tarde até publica um livro que não passa de uma compilação das suas crónicas já publicadas, o que também não faz dela uma escritora. Mas vive desafogadamente num apartamento que custaria vários milhares de dólares por mês (nem há a desculpa inventada em Friends para justificar o apartamento de Monica, que terá herdado fraudulentamente a locação da avó) e é aquela alegria de sapatos caros e caríssímas carteiras a toda a hora. Nessas coisas nem vale a pena determo-nos muito, são ficção, já se sabe. O que me intriga mais é a razão pela qual toda a gente parece gostar tanto dela e tê-la como amiga dilecta. Carrie Bradshaw é de um egoísmo de bradar aos céus nas amizades. É sempre tudo sobre ela, acerca dela, em redor dela. Breves apontamentos de cenas vistas recentemente que ilustram isto à saciedade: na inauguração do bar de Steve, Samantha acaba de pôr fim à relação com Maria (Sónia Braga, lembram-se?) e está toda escavacada por causa de uma sessão de sexo com um strap-on, Miranda pede detalhes — alto e pára o baile, estamos aqui por minha causa e do Aidan, mudem lá de conversa, this is about me!; Miranda está em casa por causa de um jeito que deu às vértebras cervicais (e quem a foi socorrer foi Aidan, e não a sua querida bosom friend), Carrie vai visitá-la — amorosa, foi saber da amiga, não é? O tanas é que foi saber da amiga, quer apenas um recipiente para as suas queixas sobre o facto de sentir Aidan distante; Carrie e Stanford vão juntos à feira de sábado na Village e Stanford, pela primeira vez em muitos anos numa relação, quer, como é natural, como todos quereríamos, saber o que acha a sua querida amiga de Marcus, o namorado — He's nice, responde a adorável Carrie, distraída e desinteressadamente, com os cornos todos postos em encontrar aquela cabra que tem a audácia de ter uma opinião desfavorável sobre ela.
Sobre o final da série não tenho muito a dizer. Sei que foi ponderado e até filmado um final diferente para Carrie, mas acho plausível aquele que foi escolhido. Plausível pela personagem de Mr. Big, que sempre funcionou como o cão que só liga ao osso quando aparece outro cão ao fundo da rua, plausível por Carrie que, como de resto tantas de nós tantas vezes, não aprende à primeira, nem à segunda, insistindo numa relação que a experiência já devia ter-lhe ensinado que não vingaria. Assim, agora que penso nisso, o primeiro filme extraído da série seria mais plausível se nos mostrasse Carrie já com outra pessoa, em vez de a trocar beijos apaixonados em plena rua com Big, como se tivessem passado apenas quatro dias e não quatro anos desde a última cena sobre a ponte des Arts — fartaram-se de andar ao frio, coitados, que a ponte é longe que se farta do Plaza, na Avenue Montaigne, a mais próxima é a d'Alma.
Também a evolução de Miranda é bem plausível, tendo acabado por sair de Manhattan e mudado a família para Brooklyn (que, mais recentemente, até passou a estar na moda). Miranda é, de resto, a personagem mais real das quatro, e é servida por uma actriz que está numa liga à parte da das restantes: Cynthia Nixon conta já com dois Tonys e mais duas ou três nomeações. Mas é do final atribuído a Charlotte que gosto mais. Casou primeiro com um príncipe encantado, o homem dos seus sonhos, uma espécie de John Kennedy Jr., e o casamento ficou muito aquém das suas expectativas. Charlotte aprendeu a ver mais longe, a não pretender apenas um investment banker saído de uma das universidades da Ivy League e com casa no Connecticut ou nos Hamptons. Ultrapassou preconceitos e ideais pouco realistas de adolescente, optando por um homem em tudo distanciado dos seus sonhos, mas com quem é feliz. Como diriam os brasileiros, Charlotte caiu na real.
Muitas outras coisas poderia ainda dizer, mas estas bastam. Tudo isto considerado, não me parece que os DVD de Sex and the City voltem a sair da estante nos próximos dois ou três anos. Pelo menos. Quanto à possibilidade de haver um terceiro filme, peço aos deuses que lhes dêem juízo a todos, por maior que seja a tentação de arrecadar uns milhões. As fãs histéricas continuarão a encher-lhes os bolsos, não tenho a menor dúvida. Quanto a mim, hei-de arranjar maneira de o ver à borla na internet, que não me arrancam nem mais um tostão. E hei-de odiá-lo, obviamente.
Oh Teresa, gostei tanto do teu texto. Minha nossa senhora!!
ResponderEliminarConcordo com essa análise da personagem da Carrie. De qualquer forma, não é so a Cynthia que está noutra liga - a própria Kim Cattrall (cada vez, quantos mais episódios do SATC revejo, mais fã dela fico) desdobra-se entre cinema independente, teatro (a peça de Tennessee Williams esteve em cena em Londres não sei quantos meses) e televisão. She's a gem :)
Beijinho
Inteiramente de acordo. Kim Catrall também está numa liga à parte.
EliminarE até por isso me irrita tanto o que lhe fizeram no segundo filme, reduzindo a personagem ao ridículo. Como é que uma mulher inteligente como Samantha iria comportar-se ostensivamente como uma cadela no cio num país árabe? Get real!
Podes crer. Eles quiseram mostrar o espírito livre e independente, mas as cenas dela assemelhavam-se precisamente a uma cadela com o cio. Mas eles podem sempre desculpar-se com a questão de andar a tomar hormonas, ah ah. Enfim, o último filme - embora tenha aquele homem lindo de morrer como par da Samantha - foi a decadência total.
EliminarNo primeiro, que achei altamente deprimente, nunca consegui "perdoar" a cena de reconciliação de Big e Carrie: então o gajo abandona-a no altar e na vez seguinte que a vê, ajoelha-se com um sapato na mão e pede-lhe em casamento e ela aceita? Isto sem uma conversa cara-a-cara sobre a merda que ele tinha feito? (os e-mails de cartas copiadas não contam)
Irritou-me muito!
Pois é. Mas o mulherio continua a delirar, e vai enfileirar docilmente em rebanho para comprar bilhete quando sair o n.º 3 - porque não tenho dúvidas que saia, mesmo estando SJP com a cara toda escavacada, muito longe da que tinha quando tudo começou. É de longe a que tem envelhecido pior, Kim Catrall é nove anos mais velha, está quase a fazer 58. Tinha 44 quando começou a série, e estava fabulosa. E fabulosa continuou.
EliminarTambém sou da mesma opinião, mas tento não pensar muito nos maus pormenores, prefiro manter o encanto!
ResponderEliminarNo entanto, há tempos pensei que tinha aprendido imenso com os erros tontos que as personagens cometiam, relação após relação.
Acho que muitas de nós foram conscientes desde o princípio dos pormenores que não encaixavam, e que tentámos manter o encanto.
EliminarO pior é que o encanto vai-se fazendo mais e mais pequeno a cada vez que revemos a série.
A par da anatomia de Grey, SATC tem a pior protagonista das séries femininas, mas não posso discordar sempre que a Carrie seja irreal. A nível financeiro sim, é uma total fantochada, mas a nível sentimental faz-me lembrar umas quantas mulheres que conheço. Mulheres que ignoram o homem perfeito - Aidan, o doce de pessoa que se dedobrava em três para lhe satisfazer os caprichos de dondoca. O homem restaurou-lhe o chão do apartamento e umas temporadas mais tarde não só o comprou como também ao apartamento do lado para lhe fazer um casarão de sonho em Manhattan. E a Carrie o que faz? Muito sonsinha e a viver num mundo sentimentalóide põe-lhe os palitos com o Big, aquele atrasado mental que quando namorava com ela lhe diz um dia "olha amanhã vou vier pra Paris. Não não te tencionava dizer nada. Txaaaaau!". Mas no final é com esse jackass que ela quer ficar… pois o homem tem guita que se farta e anda a passear de motorista por Nova Iorque (desculpem lá mas não vejo mais razão nenhuma para ela ter ficado com o Big, como tanta outra mulher tonta e sonsa que eu já tive o desprazer de me cruzar na vida real).
ResponderEliminarSabe, eu sempre tive a sensação de que ela, junto do Big, se sentia intimidada, inferior, coisa que não acontece com nenhum dos outros (não esqueçamos que todas elas passam, ao longo da série, por imensos parceiros de uma noite, até a sonhadora e preconceituosa Charlotte, diria que Miranda é a que tem menos parceiros, talvez até por ter uma vida profissional muito exigente).
EliminarConcordo em absoluto contigo. Nunca gostei da série e fico parva como as mulheres idolatram estas personagens que foram criadas com o intuito de gozar com este tipo de mulheres. São ridículas! Tão independentes mas só pensam em homens e só vivem em função disso. Tudo isto passa ao lado da maioria.
ResponderEliminarComo disse, nunca fui fã da série mas cada vez a detesto mais. A Carrie é horrível. Como é que se contam ali trinta anos? Parece uma miúda de quinze com os seus gritinhos estranhos e comportamentos exagerados. Isso não é sexy e muito menos é giro. É patético. Depois, como bem apontaste, é uma amiga péssima. É fútil e um flop como mulher de carreira. Nunca vi um homem a gostar da Carrie. Pelas razões óbvias, preferem a Samantha ou a Charlotte mas a Carrie é um tiro no pé.
Quando penso em Carrie penso em Margarida Rebelo Pinto e sim, cheguei a ler os primeiros livros, a apreciar alguma escrita (não a história) que tão mal aproveitada é (São outros quinhentos.). Tão jeito que me davam aquelas leituras em tempos de exames da faculdade para desanuviar. Por isso mesmo, num braço-de-ferro a Margarida ainda ganha.
O Big é igual a tantos homens que considero asquerosos porque as intenções nunca são as que mostram ou gostam de andar a li com a presa a marinar ou em lume brando e nunca mais do que isso. Homem que se deseje é um Steve ou um Harry ou até mesmo um Mr. Smith que amou a Samantha incondicionalmente.
A preferida é de longe a Miranda e depois passei também a apreciar a Charlotte no segundo casamento, precisamente pela evolução da personagem. A Carrie é tonta mas daquelas que até dá pena.
Eu continuo a gostar muito da série, da química entre as personagens, dos diálogos, das situações caricatas. Mas já gostei muito mais, disso não há dúvida.
ResponderEliminarEm relação à Charlotte há outro pormenor que acho divertido. Quando se divorcia do primeiro marido já deixou de trabalhar, não volta a trabalhar, e a única coisa que recebe é o apartamento, nem sequer pensão de alimentos recebe. Passa a viver de quê? Isto porque um apartamento na Park, Uptown, mesmo não pagando renda, custa uma fortuna em condomínio, até os canteiros de flores na rua em frente do prédio custam um dinheirão a manter (sei isto de fonte segura).
Qualquer um dos que mencionaste, Steve, Aidan, Smith, é melhor do que Big. Imagina-lo a acompanhar Carrie num cancro, como Smith fez com Samantha?
Penso que a Charlotte já tinha dinheiro de família, ou pelo menos é retratada como tal. A Carrie é uma desgraça a todos os níveis, detesto-a. Nem sequer gosto do estilo dela, parece uma árvore de natal dos chineses. E tens razão, Teresa, já na altura me fazia confusão vê-la a falar de boca cheia, a por os cotovelos em cima da mesa e a dirigir as conversas para onde lhe interessava. E lembram-se daquele episódio em que ela sai à rua para comprar café e pão de soutien?!
ResponderEliminarA Charlotte vem de uma família endinheirada, isso parece-nos claro. Mas como nunca tivemos notícias de morte na família, não me parece que seja herdada.
EliminarQuanto às toilettes da Carrie, sempre achei que boa parte delas era estapafúrdia. Lembro-me de uma, ela a entrar em casa de saltos agulha e meias rendadas brancas que era de fugir. E usar um soutien preto por baixo de uma camisa branca, por mais trendy que possa ser, para mim é apenas vulgar.
Lembro-me desse episódio, suponho que ela tenha tirado a parte de cima ao chegar a casa, estava a tentar seduzir o Aidan.
Entretanto, encontrei este link. Devo dizer que me lembro de coisas piores do que as que aqui são mostradas:
http://www.buzzfeed.com/amyodell/30-of-carrie-bradshaws-most-ridiculous-outfits
E mais estas:
Eliminarhttp://collegecandy.com/2012/01/17/carrie-bradshaw-worst-outfits/#photoid=16
Eu aqui a criticar os modos da Carrie, e reparei agora que inadvertidamente tratei a Teresa por tu. Desculpa.
EliminarLembro-me bem das meias rendadas, e preferia ter esquecido:)
Sem problema, o tratamento por tu até é o mais corrente na blogosfera. :)
EliminarAs meias rendadas acompanhavam uma minissaia azul de pregas, é difícil esquecer.
Entretanto, acabo de descobrir que o que não falta por essa internet fora é quem embirre solenemente com a personagem.
http://www.elle.com/news/lifestyle/the-carrie-bradshaw-myth
A mim sempre me espantou que alguém gostasse tanto da série. Sentia-me uma aberração. Era a única de todo o mulherio que me rodeia que nunca achou grande piada e que sempre embirrou solenemente com a Carrie. Vi SATC pontualmente, mais por ser passada em NY do que outra coisa, mas nunca fui fã. Acho que as histórias são aborrecidas e monótonas e de uma superficialidade aberrante.
ResponderEliminarTodos os pontos que assinala são muito válidos, mas temos de ter presente que se trata de ficção, que a qualidade da escrita é enorme, etc. , etc. O conteúdo das histórias acaba por contar pouco, quando é servido por diálogos cheios de espírito.
EliminarQuando a mesma apareceu, via de vez em quando, mas na 1ª vez que deu agora na fox, vi todos os episódios e claro que para o fim, já deitava aquilo pelos olhos.
ResponderEliminarConcordo em absoluto com o que escreve e achei mais piada quando refere a questão de se achar escritora quando escreve num pasquim e quando edita uma trampa de um livro. Aliás muito à imagem do que temos por cá. Livrecos que são cópias de blogues, mas que vendem que nem pão quente e que têm honras de sala reservada em Fnacs e afins.
É o que temos...
A comparação com os livros retirados de blogues até pode ocorrer-nos, mas, façamos justiça: não me lembro de alguma vez as suas autores se terem intitulado escritoras por causa disso. :)
EliminarE olho que duvido muito que tenham vendido bem, a não ser talvez um que saiu de um blogue muitíssimo mal escrito, A Dona de Casa Perfeita, que teve uma segunda edição em coisa de dois meses ou menos. Mas vendeu por causa do conteúdo, porque era de sugestões de organização doméstica, limpeza, etc. Quanto aos outros todos (e olho que acho que foram mesmo todos) duvido muito que tenham chegado a fazer uns mil euros em direitos de autor, palavra de honra. Devem estar a apodrecer nos armazéns das editoras, até acabarem por ser destruídos, que é o seu fim por imposição legal.
Claro que a personagem Carrie é o tema central, e a vida das outras vai se passando meio que em off (já que é narrada pela personagem), mas legal a análise.
ResponderEliminarobs: não tem página no facebook?
ResponderEliminarRefere-se ao blogue? Não, não tem página no Facebook, no meu caso acho um disparate e uma perda de tempo. :)
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