domingo, 16 de fevereiro de 2014

Não às imitações

Várias foram as vezes em que já deixei aqui bem claro que não suporto imitações e que me recuso a usá-las. Se não tenho dinheiro para ter o artigo genuíno, seja uma carteira ou um relógio, passo sem ele, muito simplesmente. Usar uma imitação para aparentar o quê, para impressionar quem, se eu sei que se trata de uma trafulhice? Ainda há dias vi na Primark uma suposta Birkin cor de laranja pendurada num braço. Reparei primeiro na carteira, só depois olhei para a pessoa, como estava vestida, o ar que tinha, a carteira, que gritava falso por todos os lados, era uma nota dissonante e bizarra naquele conjunto sem ponta de gosto, e acabava por ter o efeito contrário do pretendido: se era para impressionar, a verdade era que impressionava muito mal.

Sabia que a indústria de falsificações era um negócio de milhões e milhões, mas não lhe sabia toda a extensão. Ontem encontrei no YouTube um impressionante documentário, que recomendo a todos. Não deixem de ver até ao fim, mesmo que o façam aos bochechos. A última meia hora, principalmente, é de ficar com os cabelos em pé, tamanho o horror.

Por isso, minhas boas amigas, da próxima vez que, em Nova Iorque ou na Tailândia, se sentirem muito tentadas a comprar por 50 ou 60 dólares (não tenho ideia dos preços) aquela carteira Prada, Chanel, Hermès ou Vuitton que é mesmo igualzinha à dos vossos sonhos, na crença pateta de que depois a farão passar por legítima junto de conhecidos e desconhecidos, pensem duas vezes. Não só estarão a ser umas perfeitas cretinas como, muito pior, estarão a colaborar com uma indústria criminosa. Serão cúmplices, nem mais nem menos.

11 comentários:

  1. Por acaso, sempre que vejo alguém com uma carteira de uma marca sonante ao ombro, a minha primeira reacção é tentar perceber se é falsa! Mas às vezes é difícil, dado que não tenho o olho treinado para isso e as falsificações estão cada vez melhores...

    Eu também não usaria. Não percebo, juro. É para aparentar um 'status' que não se tem? Acho que há coisas mais importantes na vida. Se algum dia tiver alguma dessas carteiras de marca será, com certeza, uma verdadeira, comprada com o dinheiro do meu trabalho.

    A Teresa fala em Nova Iorque e outras grandes cidades mundiais, mas isto já é feito em Portugal, completamente às claras, nas imensas lojas ilegais que proliferam no Facebook.

    Vou ver esse documentário, com certeza. Até porque já vi um, há uns tempos, sobre a falsificação de perfumes que me deixou arrepiada!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não deve ser o mesmo documentário, porque este não fala dos perfumes. Se encontrar link para esse, agradeço a partilha.
      A motivação para o uso de imitações centra-se, acho eu, na necessidade de aparentar. E de caminho fazem-se figuras deploráveis, conseguindo o oposto do desejado.

      Eliminar
  2. Não será possível que comprem porque simplesmente gostam do modelo e do padrão mas não tenham dinheiro para os preços absurdos das originais?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não me parece que seja assim tão simples. Acho que há sempre necessidade de mostrar aquilo que não se é ou pode ter.

      Eliminar
  3. Jamais. Se uma carteira "parecida" da Primark já é mau, uma cópia é beyond the pale. O que tenho é genuíno, ou então "humilde mas honradinho". Assim como assim abomino trazer logos visíveis, por isso para mim as falsificações não têm utilidade alguma. Prefiro o luxo discreto. Uma boa Lancel tem muito mais apelo para mim do que a LV ou Hermès que se tornou demasiado popularucha, logo apetecível para a contrafacção. Escrevi algo sobre o assunto aqui:

    http://jessi-aleal.blogspot.pt/2012/08/que-linda-carteirafalsa.html

    ResponderEliminar
  4. Acrescento que recentemente reparei numa dessas pseudo bloggers de moda nacionais, carregadinha de Zaras e afins, a exibir uma "mala" "Chanel" que gritava falso a quilómetros. A "pele" brilhante a denunciar sintético, a corrente baratuxa...shame on you.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também vejo com frequência esses casos nalguns blogues que espreito já pela vontade de rir. Alguém acredita que a Chanel de uma pessoa vestida dos pés à cabeça na Zara seja legítima? Não digo que quem a tenha não possa até, por piada, comprar uma ou outra peça na Zara, mas estar com sapatos Zara, saia, blusa, casaco e colar da Zara e uma Chanel verdadeira? Yeah, right.

      Eliminar
  5. Smelly Cat, lojas ilegais que ainda por cima cobram um preço superior àquele que se obteria num site chinês qualquer. Também não consigo compreender o uso de imitações. E também vou ver o documentário...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O documentário vale a pena. Gostava principalmente que fosse visto por essas idiotas que compram imitações, talvez as dissuadisse.

      Eliminar
  6. Anti-fake que sou, já gastei saliva e fiquei com a boca seca de tentar explicar que o que estão a comprar - e a financiar - é uma indústria de escravatura, de tráfico de seres humanos, financiamento das piores ilegalidades. Mas ninguém quer saber. E agora, a par do fake, há o maravilhoso mundo do knock-off, o 'parecido', 'inspirado', também made in China e vendido numa zara ou mango perto de si. Como não ando atenta a desfiiles, passa-me ao lado o que é imitação ou original, mas pronto, acho mal.
    Mas há o reverso da medalha, um catch 22: as marcas querem aumentar lucros deslocalizando fábricas para a China, e aceitam alegre e inconscientemente o risco de cópia. Entretanto, no primeiro mundo, o desemprego grassa.
    Enfim, um problema muito complexo. Há tempos vi um documentário sobre falsificações de perfumes, tabaco e medicamentos que me deixou os cabelos em pé. E já chegou cá: há medicamentos falsificados à venda em farmácias. E esta, hein?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Foi justamente a parte dos medicamentos que me pôs ainda mais de cabelos em pé (isso e as falsificações de ovos, fiquei aterrada).
      Imagina por exemplo (caso extremo) estarem a chutar-te para as veias quimioterapia com os medicamentos adulterados.

      Eliminar