sábado, 31 de março de 2012

Of days gone by in Yellowstone

Em tempos contei aqui a minha paixão por ursos, vinda da infância, o sonho de ir a Yellowstone e os meus encontros com ursos no parque, em Junho de 2008. Comentei também aqui o que, ao longo de anos, a estupidez humana tem vindo a fazer e continua a fazer a Yellowstone e à natureza em geral.

Esta imagem, algures do fim dos anos 50 ou do princípio dos 60, é eloquente. Os turistas acampados no parque desfazem-se do lixo, os ursos acorrem em busca de restos. A distância que os separa dos humanos não deve ser de mais de cinco metros, que eles podem transpor alegremente em dois saltos. A estupidez, a inconsciência! Hoje não há contentor de lixo no parque que não seja uma autêntica fortaleza de ferro, impossível de abrir para aquelas patorras.

Nunca mais poderemos ver imagens hilariantes como as de baixo, quando ursos pedinchões abordavam os carros nas entradas do parque e na estrada, à cata de petiscos. Os avisos para não dar comida aos animais são claros e estão por toda a parte. Num miradouro do Rocky Mountain National Park ainda tive uma discussão com o Vítor por causa de um idiota de um americano que estava a alimentar um esquilo com... batatas fritas. Fiquei indignada, queria intervir, o Vítor discordava, ainda acabava por ser insultada ou, no mínimo, por ouvir um «mind your own business», ou um «shut the fuck up and go back to your country» — o aspecto de labrego e as muitas tatuagens tornavam respostas como essas altamente prováveis. E eu, muito irritada, a ripostar que quem estava a defender o país dele era eu, e que era uma pena que ele e outros como ele não soubessem olhar por aquilo que a natureza lhes tinha dado tão generosamente. Quando o Vítor se deu por convencido já o idiota estava a caminho do carro, e a minha intervenção perdeu-se.

 (Arquivo histórico da revista Life)



E esta, a minha favorita. Estava pendurada na parede do café de Cooke Citty, Montana (que fica muito perto de uma das entradas do parque, que ocupa três estados), onde tirámos esta fotografia. Uma relíquia de outros tempos.

Por último, uma magnífica fotografia de Steve Hinch (que passa mais de nove meses por ano a fotografar o parque e a sua vida selvagem), já deste Inverno, Yellowstone devolvido à sua pureza original.



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