quinta-feira, 28 de julho de 2011

What goes around...

... comes around.

Nunca tive qualquer simpatia pelo ex-presidente George Bush filho (o mesmo não posso dizer em relação ao pai, apesar de ser republicano).

Ainda assim, há pouco escangalhei-me a rir com uma história que ele contou no programa de Oprah. A sua presença era claramente para promover o seu livro autobiográfico Decision Points, e foi franco na medida do possível. Questionado por Oprah em relação ao seu antigo problema com o álcool e à sua decisão de parar de beber aos 40 anos, julgo que este terá sido um dos momentos mais honestos do programa. George Bush admitiu o problema: mesmo não andando propriamente aos tropeções, o álcool começava a afectar-lhe a vida, o casamento, a relação com as filhas. E depois, certa noite, num jantar, sentado ao lado de uma encantadora senhora na casa dos 50, e porque já estava suficientemente entornado para ter começado a perder aquela parte do cérebro que censura a fala, perguntou-lhe de chofre como era o sexo depois dos 50. O pai, a mãe e a mulher, que ouviram a pergunta, ficaram gelados. E, evidentemente, não gostaram nada. A senhora ficou tão embaraçada que deve ter descoberto de repente que tinha uma malha numa meia e que urgia ir à casa de banho.

Uns anos depois, copos para trás das costas (alguma vez viram fotografias dele em novinho? Such a cutie pie!), já governador do Texas, fez 50 anos. E recebeu um cartão, amoroso, da senhora do jantar de uns anos antes, lacónico e justiceiro: «What's the answer?» 

É a tal coisa, as mós de Deus moem devagar, mas moem finíssimo.

Sobre a biografia de Oprah, que acabei de ler anteontem, a ver se falo amanhã ou depois. Material muito interessante.


7 comentários:

  1. Tenho consciência de que vou dizer uma coisa com a qual ninguém concorda, mas sempre simpatizei com o Bush filho por causa do sentido de humor que sempre demonstrou(a cena da porta na China que não abria é impagável) - além do Barney, provavelmente o cão mais traquina que passou pela Casa Branca.
    Obviamente, não ponho em causa o facto de nem sempre ter usado de bom senso nas suas decisões. Mas isso é outra história.

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  2. Preciso seriamente de conselhos sobre biografias... até hoje acho que li uma e não lhe achei assim uma grande piada, e já que és a mulher das biografias... ;)

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  3. Julie,
    Bom, eu sou toda pró-Socks (o gato dos Clinton, que um dia aterra por acidente no carro da minha dorada Murphy Brown, ah ah ah!).
    Não tenho ilusões, ninguém consegue fazer dois mandatos como presidente dos EUA sem um enorme traquejo político. E o sentido de humor conta muito.

    Charlotte,
    Ó p'ra mim a esfregar as mãos de contente só por poder opinar.
    Peço orientação. Que tipo de personagem lhe apetece mais. Histórica? Alguns períodos em especial?

    Seja como for, recomendo-lhe já a fabulosa biografia de Maria Antonieta por Stefan Zweig (que provavelmente só encontrará num alfarrabista, mas a gente põe-se em campo). Foi a minha primeira, aos 14 anos (tirando uma muito fraquinha de Mozart aos 11), e ficou-me a paixão.

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  4. P.S. Oops, Charlotte!
    Devia ter-te tratado por tu. É o cansaço e o adiantado da hora. Cama comigo já!

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  5. Por mim... qualquer coisa. Tanto faz ser uma pessoa viva como morta há 500 anos. A única condição que coloco é que seja alguém interessante, que para pessoa ronhonho já chego eu :P

    E também não te obrigo a indicares-me só uma, podes indicar 10 ou 20 que continuo a ser feliz. E claro, podem ser em inglês. Mais que isso é que o cérebro já não deixa, só fixou mesmo o inglês.

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  6. Essa história é fabulosa. Estou muito curiosa para ler a biografia da Oprah. Não suportava os gritos histéricos no programa dela, mas não conseguia deixar de ver certos episódios. Serviço público sem dúvida alguma. E é sempre bom ver como uma mulher gere o poder que ganhou com mérito ao longo da sua vida.

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  7. Por acaso também vi a dita entrevista. Achei graça, quando a Oprah lhe perguntou se ele achava que o livro ia surpreender muita gente e ele respondeu que sim. Pelo simples facto de muita gente pensar que ele nem sabia ler, quanto mais escrever!
    :)

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