Conversa em dia
Este blogue parou há quase dois meses, quando o meu computador resolveu passar de prima donna amuada a grã-duquesa no exílio, remetendo-se a uma mudez total. A lentidão exasperante com que funcionava já me trazia de cabelos em pé, a compra de um disco externo e subsequente realojamento dos ficheiros mais pesados, milhares de músicas, filmes e fotografias, em nada tinham acelerado o funcionamento, apenas (o que já foi muito) me tinham garantido que, em caso de catástrofe, as coisas mais preciosas não corriam perigo.
O problema ainda não está resolvido, apenas decidi nessa noite de 13 de Outubro (a confiar na minha memória, que já me vai pregando partidas, sei que foi no dia do resgate dos mineiros chilenos, quando me preparava para escrever sobre o assunto) conceder-me umas férias de computador. E não imaginam, meus amigos, o bem que essas férias me têm feito. Neste intervalo de menos de dois meses despachei quase trinta livros, alguns bem pesadotes. Reli todo o meu Proust, reli o meu querido Quarteto de Alexandria, li coisas menores de qualidade variável, devorei cinco ou seis biografias notáveis (ai, esta paixão pelas biografias há-de ser a minha ruína, vêm mais duas a caminho!), a última das quais terminada ontem: The Last Empress — The Life and Times of Alexandra Feodorovna, Tsarina of Russia, por Greg King. Uma pechincha conseguida na Amazon britânica por menos de dez euros, portes incluídos, na americana arranjam-se neste momento dois exemplares, a partir de duzentos e tal dólares cada. A capa cá virá parar mais logo, retirei-a como faço sempre às edições encadernadas, para que não se danificasse enquanto andava comigo no metro e me acompanhava no restaurante, e está neste momento no Colosso.
Tudo isto para dizer que estou de regresso. Com coisas para contar, à cabeça a guerra civil felina que perdura cá em casa, sem vislumbre de tréguas no futuro próximo, e o livro do Abel. Tenho em atraso correspondência e respostas a comentários aqui deixados. Mas estou de volta. Parcialmente, é certo, que o assunto computador ainda não está resolvido. Mais logo trago o disco externo, que tinha levado para o gabinete, para copiar e acautelar devidamente tudo o que ainda não tinha passado para lá. Depois logo se vê: se este bicho ainda tem cura ou se tenho mesmo de lhe dar o descanso eterno e de comprar um novo. Toda a gente me inferniza os ouvidos a dizer que devo comprar um portátil, mas eu continuo renitente. Sou teimosa, já sei. Prefiro o computador confinado ao escritório, sem tentações de o fazer passear pela casa e sem a promiscuidade de o levar comigo para a cama, deixando que me invada demasiado a vida. A verdade é que passei muito bem sem ele nestes quase dois meses.
Já tinha saudades :)
ResponderEliminar"prima donna amuada a grã-duquesa no exílio" - só por isto, valeu a pena o regresso :D
ResponderEliminarAh! Não imagina como estou contente por a ter de volta e às suas histórias. Já me tinha decidido a enviar-lhe um mail a pedinchar o seu regresso, mais dia menos dia, enviá-lo-ia :) Não foi necessário e ainda bem.
ResponderEliminar(De resto, fico mesmo feliz por ter retirado tanto prazer da pausa :D )
Bom regresso, Teresa, já julgava este blog completamente abandonado...
ResponderEliminarFiquei preocupado com a ausência... ainda bem que está de volta e a todo vapor! Sobre o computador, sugiro que formate o velho desktop e instale Linux - mais leve, mais simples e tão fácil de usar quanto o Windows. Abraço / Teo Bastos
ResponderEliminarTal como a Gi, eu também estava a achar este silêncio muito estranho.
ResponderEliminarBom regresso.
...e eu a pensar que se tinha chateado, com os comentários dos brasileiros.
ResponderEliminarÉ bom tê-la de volta, Teresa.