La Stupenda più non è
Dame Joan Sutherland, La Stupenda
7-11-1926 — 10-10-2010
A minha adorada Dame Joan Sutherland partiu ontem, a menos de um mês de completar 84 anos, a 6 dias de festejar o 56.º aniversário de casamento com o Maestro Richard Bonynge.
Foi só a meio da tarde que soube, e confesso que foi um choque tremendo. E também confesso que chorei, o mais discretamente possível, a cabeça a esconder-se por trás do monitor. Tal como não consigo impedir que as lágrimas corram agora, já em casa, a ouvir-lhe a voz miraculosa, como em tantos outros milhares de vezes no passado. Muitas vezes a voz vinda do Céu, fosse como Lucia, Norma, Violetta, Amina, Elvira, Donna Anna, Semiramide, Lucrezia, Anna Bolena, Maria Stuarda , ou qualquer outra das suas tantas heroínas, me fez chorar. Mas hoje é diferente. Porque Dame Joan já não é deste mundo, e Dame Joan foi, é e será sempre todo um mundo para mim.
Que pena tenho do marido, que pena tenho do filho! E como Marilyn Horne deve estar triste! Grande amiga, companheira de tantas e tantas noites de glória, a portentosa voz que de tal modo se entrelaçava na sua nos duetos que às vezes chegava a ser uma vertigem, uma saturação de beleza, eu já desnorteada, sem saber bem quem cantava que notas, tão assombrosa era a fusão.
Hoje e nos próximos dias só se ouvirá Dame Joan Sutherland cá em casa. Esta noite farei serão, não me deito sem ter ouvido pelo menos Lucia e Norma na íntegra. E, se não estivesse precisamente na semana mais dura de trabalho de todo o ano no Colosso, era rapariga para tirar dois dias de férias para ouvir religiosamente tudo o que Dame Joan cantou. Assim, e porque não tenho outro remédio, todas as outras ficarão, aos bocados, na medida do possível, para os próximos dias.
Olá Teresa
ResponderEliminarDescobri o seu blogue hoje, porque o vi referido no blogue Valkirio.
Também eu fiquei emocionado ao saber a meio da tarde, que La Stupenda tinha deixado o nosso mundo. Aprendi a gostar de ópera já quase na casa do trinta e foi a voz de Sutherland que me fez descobrir este mundo maravilhoso que hoje em dia me vicia.
Tal como no seu caso, também na minha casa hoje apenas se ouve aquela que considero a mais bela voz que me foi dado o privilégio de ouvir (em gravação, uma vez que não tive a oportunidade de a ouvir ao vivo).
Vejo neste momento, uma Lucrezia Borgia, gravada na Austrália, país natal da cantora.
Muito obrigado por ter partilhado no seu blogue esta sua paixão por La Stupenda.
Cumprimentos
Alberto
Outras Escritas
Não sou uma melómana entendida, mas gosto de ópera e tenho algumas (vou comprando de tempos a tempos, com alguma dificuldade por não conhecer os melhores intérpretes). Mas tenho uma Turandot protagonizada por ela, e também a Lucia. Uma voz soberba, de facto. É uma pena, o mundo perder pessoas responsáveis por tanta beleza.
ResponderEliminarUm beijinho, Teresa. Já que palavras nada podem quando o mundo se torna mais pobre.
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