sábado, 2 de outubro de 2010

Ainda sobre óculos de sol

Os meus queridos Persol: nada de marca apregoada. 
O encaixe de metal entre a haste e a armação é a assinatura inconfundível. Basta.

Óculos de sol para mim são Persol e Ray-Ban, e ponto final. E Vuarnet também, vá lá (além de serem fantásticos para ski). Mas a coisa fica por aí. Não há cá óculos de costureiros, de estilistas, de designers, nada de Prada, Chanel, Dior, seja o que for, lamento lamentar. Há uns largos anos, uns 12, acho, vi uns óculos Boss que achei lindos, mas tinham um preço infame: 44 contos (220 euros). Por vias tortuosas acabaram por vir parar-me às mãos, oferecidos. E tive de correr ao oculista para lhes substituir as lentes, que eram de plástico (pois eram!), não obstante o preço escandaloso, por outras Ray-Ban. Nem é só o que aquela bodega se risca, é o mal que nos faz aos nossos preciosos olhinhos! E como me ainda me lembro de que as lentes me custaram sete contos (35 euros), o preço final dos óculos, se tivessem sido comprados por mim, teria sido de 255 euros.

Uma vez ofereceram-me nos anos uns Paco Rabanne. Eram lindos, sim senhor, confirmo o bom gosto de quem os escolheu (sentia-se responsável pela perda de uns Vuarnet que eu adorava e me acompanhavam havia uns largos anos). Infelizmente, uma vez mais, as lentes eram de plástico. Uma delas até se soltou ao fim de poucos  dias de uso (quanto a qualidade estamos conversados, não?). Os óculos estão na caixa, dormem no fundo de uma gaveta, esquecidos para todo o sempre.

Tenho o mesmo princípio sagrado quanto aos relógios. Relógios são de relojoeiros, desde os sumptuosos Breguet aos humildes Swatch (que adoro e que, em boa verdade, são os únicos que posso oferecer-me, devo ter para cima de 50), passando pelos mais acessíveis Rolex, Patek Philippe, Franck Muller, etc. Não me venham cá com relógios Burberry, Calvin Klein, Gucci ou Chanel, por amor de Deus! Cada macaco no seu galho! Tive um relógio Chanel, oferecido, como contei há muito tempo, de passagem, num dos primeiros posts do blogue, a que chamei O Fascínio das Marcas. Perdi-o. Quando tentei substituí-lo discretamente antes que o ofertante lhe percebesse o descaminho, descobri-lhe o preço de bradar aos céus. Era lindo, sim, mas só se eu fosse doida pagaria por ele o dinheirão que me pediam!


9 comentários:

  1. Adoro os meus ray ban, e há modelos lindos. Tenho dois pares, uns para usar com a luz de outono e inverno, outros adequados ao ano inteiro. Têm uma relação qualidade-preço fantástica. Tenho ainda uns Prada que não me convencem, e uso-os apenas(blasfémia féchionista, eu sei) para a praia, dado que têm lentes escuríssimas.
    E sou maluca por swatch, até hoje só um avariou (e foi uma avaria muito suspeita e irreparável, mas nem quero falar disso) e são uma oferta sempre jeitosa.

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  2. Cara Teresa,
    como é óbvio esperava ter reacções como a sua relativamente à questão do meu Gastão. Se ler as coisas com atenção perceberá que eu não quero desfazer-me dele. Andamos há 2 anos (dois anos!) a tentar encontrar uma solução para o nosso problema. Se eu me quisesse desfazer dele, nada mais fácil, canil com ele ou abate. Mas não é disso que se trata. Trata-se tão simplesmente de encontrar uma nova família para ele. Repare que estamos dispostos a suportar todas as despesas associadas à vida dele. Não pense que alguém mais do que nós sente o peso desta decisão. Poderíamos ficar com ele num apartamento? Não, de todo. Quando o adoptámos vivíamos num apartamento e ele DESTRUIU a porta de entrada de tanto a arranhar para além de o interior da casa. Ele não suporta estar dentro de casa sozinho. É tão simples e tão complicado ao mesmo tempo, não acha? Por isso, se acha que não nos deve ajudar, tudo bem, está no seu direito mas se é assim tão amiga dos animais como proclama, o Gastão é um animal e o Gastão precisa de ajuda.
    Obrigado.

    PS: se eu tivesse um gato, bicho de casa, pequeno, também o levaria comigo, ok?

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  3. I.,
    E as lentes dos teus Prada serão de qualidade? Eu investigava.
    Já quanto aos Swatch, confesso que tive problemas com dois: um Skin amarelo (lindo que até dói) que pára inexplicavelmente e um outro, também de pulseira amarela, que desata a atrasar-se. Será que o amarelo é o problema? :)
    No mais, todos impecáveis.
    E eventuais riscos no mostrador saem lindaente com pasta de dentes, sabias?

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  4. Caro Miguel,
    Desculpará a minha intransigência, mas quem como eu já fez voluntariado na União Zoófila conhece histórias horríveis.
    Conta-me que o Gastão fez todas essas tropelias (e ninguém gosta de ver a sua casa destruída, não senhor) quando o adoptaram. Há cinco anos. Os cachorrinhos têm uma compulsão para roer coisas. Ainda me lembro de há muitos anos, ainda vivia em casa dos meus Pais, andarem a muidar-nos as alcatifas. A do meu quarto tinha ficado enrolada no hall, para ser aplicada no dia seguinte, e saímos para jantar. Quando voltámos um grande bocado a meio estava todo roído, a borracha feita em pedaços e os fios de lã todos emaranhados (a Fiorella tinha-se esmerado). Desenrolámos, na esperança de que o bocado atingido ficasse discretamente debaixo da cama. Qual quê! Ficava bem à vista! Não houve outro remédio senão encomendar nova alcatifa.
    Será que o Gastão, agora com cinco anos, ainda terá comportamentos desses? E o dinheiro que se propõem destinar à sua manutenção não poderia ter melhor uso numa escola de obediência? Quer que o ponha em contacto com o Van Dog? Aposto que numa escola de obediência sabem como lidar com esse problema de ele não conseguir estar sozinho em casa. Não desistam dele, por amor de Deus!
    É que ele não desistiria de vocês, que são a sua família.
    Dâ-me notícias, sim?

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  5. Eu concordo plenamente mas nem sempre sigo. Para mim relogios sao Patek Phillipe e TAG, e nao gosto particularmente dos Calvin Klein e marcas de roupa mas ja me ofereceram uns quantos, que amo como amo as pessoas que mos ofereceram. Quanto aos oculos de sol a coisa complica, sao muito poucos os fabricantes e nem sempre se modernizam - apostam nos classicos e que a moda volte a proclama-los, como a ray ban, por exemplo que depois de duas decadas de dificuldades financeiras nos ultimos anos tem tido um surto fenomenal de aviadores e wayfarers. Eu gosto muito do design Prada por exemplo, e tenho praticamente oculos de sol de quase todas as marcas, e tenho medo da qualidade das lentes, certo, como tenho medo da qualidade das lentes dos ray bans que comprei nos ultimos 2 anos - e' que nao me parecem a mesma dos mais antigos e tenho a certeza absoluta que nao sao fraude!

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  6. Vou dar o meu contacto ao dono do Gastão, sim, Teresa. Conheço uma escola em particular que com certeza pode ajudar a resolver o problema de o Gastão não conseguir estar sozinho em casa. Estou inteiramente de acordo contigo: o lugar do Gastão é com a família.

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  7. Sejamos claros, o Gastão NUNCA irá para um canil. Dito isto, o Gastão não tem 5 anos, terá uns 8 ou 9 já que era adulto quando o apanhámos na rue e o levámos para casa. É um cão de rua que nos foge de casa sempre que tem oportunidade. Não gosta de estar sózinho em casa. Quando o adoptámos vivíamos num apartamento mas estávamos já á espera da vivenda. Nessa altura eu e a minha mulher fazíamos turnos para um de nós estar sempre com ele e eu cheguei mesmo a levá-lo comigo para o trabalho (e sou enfermeiro!) deixando-o preso à minha espera na zona de apoio ao hospital, junto aos outros trabalhadores. Se poderíamos fazer o mesmo actualmente, na Suíça ou noutro país qualquer? Não, por 2 simples razões: Gabriel, 3 anos e David, 3 meses. Acham bem que eu leve o cão comigo e o deixe preso em casa, sem tempo para ele? Lembro que não vou apenas mudar de casa, vou mudar de país sem apoio de ninguém, sem conhecer ninguém lá. Poderei eu, em consciência julgar que consigo tratar dele como ele merece quando eu vou trabalhar por turnos e a minha mulher além do trabalho tem os dois miúdos para cuidar?
    Mais uma vez digo: não pensem que isto é feito de ânimo leve...
    Mais uma vez desafio-vos a ajudar-me a encontrar um novo lar para o "velhote" Gastão.

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  8. Miguel,
    Eu conheço a Suíça e sei como lá cuidam bem dos animais. Lembro-me de como, há 25 anos, fiquei maravilhada da primeira vez que entrei num autocarro, Havia vários cães pela trela, muitíssimo bem comportados, coisa impensável aqui (a não ser para cães-guias, ultimamente tenho visto alguns e o coração derrete-se-me).
    Já investigou TODAS as possibilidades? Sistemas de apoio viáveis em Lausanne? ´>E que nem imagina o que as pessoas que gostam de animais são capazes de fazer para ajudar (inclusivamente ir para vossa casa tomar conta do Gastão na vossa ausência).
    Sei que o Van-Dog não vai gostar muito da propaganda, mas conto na mesma: Há dois anos, estava eu à procura de uma gatinha para um maigo meu oferecer à namorada e às filhas dela no Natal.Encontrou-se a gatinha certa, era mesmo aquela. O problema era que a gatinha estava no Porto e ir buscá-la implicava uma despesa considerável, que o meu amigo não estava em condições de fazer. O Van Dog ofereceu-se imediatamente para a trazer para Lisboa, ia passar o fim-de-semana a Vigo, era só fazer um desvio no regresso. Assim foi, e a gatinha (de que há fotografias neste blogue, já depois da adopção) é hoje uma bichana muito feliz que veio dar incontáveis alegrias a uma família.

    Quando, depois da partida de minha adorada Messalina, descobri a gatinha certa para vir fazer companhia a Agripina, tão sozinha, essa gatinha estava em Aveiro. Houve logo uma voluntária que se disponibilizou para a trazer para Lisboa (está neste momento a dormir no meu colo, coisa que não dá grande jeito para escrever no computador).

    Acredite, Miguel, a minha solidariedade para com o seu projecto é total, mas o projecto tem de englobar a família inteira. E o Gastão faz parte dela. Reformulo: o Gastão acha que faz parte dela. Que sentirá o Gastão se for deixado para trás? E bem sabe como é difícil arranjar adoptantes para animais adultos, mais ainda se já estiverem com oito ou nove anos.
    Converse com o Van Dog em privado, por favor, ele tem sempre grandes ideias e grandes contactos. Deixar o Gastão para trás não pode ser uma opção.

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  9. Teresa, não vou comentar com o meu nick porque imagino que não me suporte e tenho falta de humildade para ser ridicularizada. Ainda assim, não resisto a dizer-lhe que já me pôs várias vezes a chorar pela extraordinária mulher que tenho a certeza é. Desculpe mas até num pequeno àparte como seja estar a dedicar atenção ao Gastão, sobre o qual penso exactamente como a Teresa se vê o quanto é suprema. Sou fascinada pelas suas histórias, pela sua cultura, pela sua presença na vida de quem gosta e a rodeia. Acho-a mesmo perfeita e apesar de parecer ridícula e me saber pequenina perante si, aqui lhe digo que acho difícil que podendo optar por conhecer alguém da blogoesfera dificilmente escolheria outra pessoa podendo conhecê-la a si.

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