segunda-feira, 22 de março de 2010

A Regeneração de Guilherme

O prometido é devido. Aqui fica uma das minhas histórias favoritas do meu herói favorito, o irreverente e incomparável Guilherme, retirada daquele que é o meu livro favorito, o tal que uma Old Soul me resgirafou na semana passada e que tinha andado longe de mim durante mais de trinta anos: Novas Aventuras de Guillherme (More William), de 1922. O título original da história é The Reform of William. Junto as fabulosas ilustrações de Thomas Henry.

Isto tem mesmo muita qualidade. Não admira que há longos anos faça parte do programa de leitura do ensino britânico.

«A Regeneração de Guilherme

Para Guilherme, a ideia de regeneração era nova, assustadora, mas não desprovida de atractivos. Foi a criada de fora que lhe deu origem, ao contar que o irmão era um ladrão convertido que se empregara numa mercearia.
— Converteu-se — explicou ela a Guilherme. — Aconteceu-lhe de repente e abandonou logo todos os seus maus hábitos. Tem sido um verdadeiro santo do Céu desde então.

Guilherme ficou profundamente interessado. O assunto foi mais tarde inocentemente desenvolvido pela professora de doutrina. A família de Guilherme não tinha verdadeira fé em que o catecismo pudesse corrigir a maldade inata de Guilherme, mas sabia que não era humanamente possível a paz do Senhor ou a calma enquanto Guilherme estivesse em casa. Por isso escovavam-no, lavavam-no e arranjavam-no às duas e quarenta e cinco e mandavam-no, dorido e a protestar, pela rua abaixo, todos os domingos à tarde. Só lamentavam que a doutrina não começasse mais cedo e acabasse mais tarde.

Felizmente para Guilherme, a maior parte dos pais dos seus amigos eram inspirados pelo mesmo zelo, de maneira que se encontrava com os seus velhos companheiros dos dias de semana — Henrique, Ginger, Douglas e todos os outros —, e juntos iludiam a monotonia do domingo.

Mas naquele domingo a dama alta e pálida que, para desconto dos seus pecados, tentava conduzir Guilherme e os seus amigos pelo caminho recto e estreito da virtude, estava quase inspirada. Parecia uma profetisa dos tempos antigos. Falava com tanto entusiasmo que as cerejas encarnadas que pendiam galantemente da orla do seu chapéu chocavam contra ele como que a aplaudi-la.

— Temos de começar todos de novo — disse. — Temos de nos regenerar todos — é isso o que significa conversão.
Os olhos fascinados de Guilherme vagueavam das cerejas para a paisagem distante através da janela. Pensou de repente no nobre ladrão que voltara as costas à misteriosa e nefasta ferramenta da sua profissão e agora distribuía margarina às suas antigas vítimas.

Na sua frente estava sentada uma menina com um vestido aos quadradinhos cor-de-rosa e brancos. Passara muitas vezes as horas aborrecidas da doutrina a deitar-lhe à língua de fora e a lançar-lhe bolinhas de papel fabricadas previamente para o efeito. Mas naquele dia, ao encontrar-lhe o  olhar sério, desviou o seu rapidamente.

— E devemos todos ajudar alguém — dizia a voz insistente. — Se nos regenerarmos, devemos ajudar outra pessoa a regenerar-se...

O olhar que a menina lançou a Guilherme era decidido e ansioso e Guilherme percebeu que a hora soara para ele. Ia mudar de vida. Sentiu-se quase emocionado com a perspectiva. Estava tão subjugado que recebeu distraidamente e sem gratidão o caramelo enorme que Ginger lhe passou e sorriu com indiferença quando uma bola de papel bem atirada pela mão de Henrique atingiu uma das cerejas da profetisa, fazendo-a balançar bem alto.

Depois da lição, a menina de faces rosadas, que se chamava, muito a propósito, Débora, seguiu Guilherme durante alguns metros e finalmente interpelou-o:

— Guilherme — disse-lhe —, vais regenerar-te?
— Vou pensar nisso — respondeu Guilherme, pondo-se em guarda.
— Guilherme, acho que devias regenerar-te. Eu ajudo-te — acrescentou ternamente.
Guilherme respirou fundo.
— Está bem, vou — disse.
Ela soltou um suspiro de alívio.
— Vais começar já, não é verdade? — perguntou, muito séria.

Guilherme reflectiu. Havia várias coisas que queria fazer há algum tempo, mas que ainda não conseguira. Não tentara ainda fechar a água e esconder a chave, a ver o que acontecia; não experimentara fechar o gato na capoeira; não tentara pintar o seu paciente cachorro Trapalhão com a lata de tinta verde que existia no barracão da ferramenta; não experimentara deitar água no auscultador do telefone; não tentara fechar a cozinheira na despensa. Havia, em resumo, vastos campos inteiramente por explorar. Todas essas coisas — e outras — , tinha de fazê-las antes de se regenerar.

— Não posso começar já — replicou Guilherme. Digamos, depois de amanhã.
Ela meditou durante um minuto.
— Muito bem — disse por fim, a custo —, então, depois de amanhã.
 *   *   * 
O dia seguinte amanheceu claro e brilhante. Guilherme despertou com a sensação nítida de que acontecera qualquer coisa importante. Então pensou na regeneração. Viu-se a si próprio levando uma vida calma e irrepreensível, caminhando sossegadamente para a escola, estudando com muita atenção nas aulas, fazendo os deveres conscienciosamente à noite, sendo extremamente delicado com a família, os professores e as diversas pessoas tolas que visitavam a casa com o único fim aparente de lhe fazerem observações inúteis. Viu tudo isto, e o quadro não deixava de ser atractivo — à distância. No futuro imediato, porém, havia várias coisas muito importantes a fazer. Havia toda uma vida normal de desacatos a executar num dia apenas. 

Curvando-se na janela, espreitou o jardineiro inclinado sobre um canteiro. O jardineiro era completamente calvo. Guilherme imaginara por vezes o choque de uma ervilha enviada com força através de um canudo contra a cabeça calva do jardineiro. Anteriormente tinha uma vida de experiências à sua frente, e adiara a ideia em favor de outras mais prementes. Agora tinha só um dia à sua disposição. Agarrou no canudo e apontou cuidadosamente. A ervilha não se enterrou profundamente no crânio do jardineiro, como Guilherme pensara por vezes que aconteceria. Saltou para trás. Saltou com muita força. O jardineiro também deu um salto, com um grito irado, agitando o punho fechado em direcção à janela de Guilherme. Mas este retirara-se discretamente. Escondeu o canudo, assumiu a sua célebre expressão de inocência e sentiu-se muito satisfeito. A questão sobre o que aconteceria exactamente quando a ervilha batesse na calva estava resolvida para sempre. O jardineiro retirara-se, resmungando, para a estufa. Por isso, por enquanto, tudo corria bem. Mais tarde, o jardineiro poderia apresentar a sua queixa formal perante a Autoridade, mas mais tarde era mais tarde. Não preocupava Guilherme. Vestiu-se rapidamente e desceu para tomar o pequeno-almoço com rugas de concentração na testa. Era o último dia antes de começar vida nova. 

Não havia ninguém na sala de jantar. Em breves minutos tirou o toucinho fumado de dentro da terrina e substituiu-o pelo gato, deitou uma colher de sal no café e colocou um jornal atrasado de dois dias no lugar do daquela manhã. Eram tudo coisas de que ele se lembrara vagamente numa ocasião ou noutra, mas para as quais nunca tivera ainda tempo ou oportunidade. Deixando-se arrastar pelo entusiasmo, tirou o ovo do prato da irmã e colocou no seu lugar um verme que apareceu nesse momento na floreira da janela, pronto a ser comido por uma ave matutina.

Observou a cena com um profundo suspiro de satisfação. O único inconveniente era a sensação de que não poderia ficar a salvo a verificar os resultados. Guilherme possuía um verdadeiro instinto estratégico para o momento certo da retirada. Ouvindo, por isso, uns passos pesados nas escadas, agarrou numa porção de torradas e fugiu. Ao correr, ouviu através da janela aberta sons violentos produzidos pelo gato enraivecido dentro da terrina e depois os sons ainda mais violentos produzidos pela pessoa que lhe tirava a tampa. O gato, uma imagem de fúria e desejo de vingança, voou como um relâmpago pela janela fora. Guilherme escondeu-se atrás de um loureiro até ele passar, e depois escapou-se para a estrada. Ir para a escola, naturalmente, era impossível. Não podia perder nas aulas as horas preciosas de um dia como aquele. Então seguiu pela estrada, firme nos seus propósitos. As maldades de uma vida inteira tinham de ser concentradas naquele dia. Amanhã seriam impossíveis. Amanhã começava a existência irrepreensível. Tinha de as fazer todas hoje. Evitou a escola desviando-se por uma vereda entre os campos, para o caso de lá se encontrar alguma daquelas almas mesquinhas pagas para empregar tão inutilmente as horas preciosas da sua juventude. Teriam certamente a falta de tacto de o interrogarem quando passasse à porta. Depois retomou a estrada principal.

A estrada principal encontrava-se deserta, com excepção de uma casa rolante, pintada alegremente de vermelho e amarelo. Tinha pequenas cortinas de renda nas janelas. Era urna casinha rolante muito atractiva. Não se via ninguém perto dela e Guilherme espreitou pela janela. Continha uma espécie de armário com a louça dependurada, uma mesinha e um pequeno fogão de gás. A parte mais afastada tinha um cortinado corrido, mas não vinha de lá qualquer som, pelo que era de calcular que estivesse também vazia. Guilherme deu a volta para inspeccionar o quadrúpede que a puxava. Parecia uma mula — uma mula que visse tudo negro na vida. Lançou um olhar melancólico a Guilherme e depois, com um profundo suspiro, retomou a contemplação da paisagem. Guilherme fitou, fascinado, o carro e o cavalo. Nunca, na sua vida futura de nobre mérito, teria ocasião de anexar um carro. Era a sua última oportunidade. Não havia ninguém em redor. Podia fingir que o confundira com o seu próprio carro ou que se sentara nele por engano ou... ou qualquer outra coisa. A consciência ergueu uma voz fraca, mas ele fê-la calar severamente. A consciência devia governá-lo no resto da sua existência, e por isso bem o podia deixar em paz naquele dia. Com certa dificuldade subiu para o lugar do cocheiro, agarrou nas rédeas, disse «Ih oh!» à melancólica mula, e o carro, chiando e estremecendo, partiu ao longo da estrada. Guilherme não sabia conduzir, mas isso parecia não ter importância. A mula seguia a passo, e Guilherme, encarrapitado no banco do cocheiro, segurando as rédeas com uma indiferença ostensiva numa das mãos e balanceando o chicote levemente na outra, sentia-se no sétimo céu. Conduzia um carro. Conduzia um carro. Conduzia um carro. Os próprios postes telegráficos pareciam abrir a boca de inveja e admiração quando ele passava. O que no fim de contas havia de fazer com o carro, não sabia, nem isso o preocupava. Tudo que importava é que estava uma bela manhã de sol, que todos os outros se encontravam na escola e que ele conduzia um carro vermelho e amarelo pela estrada nacional. Os pássaros pareciam cantar um hino em seu louvor. Estava embriagado de orgulho. Era o seu carro, a sua estrada, o seu mundo. Deu descuidadamente com o chicote na mula.

Há várias explicações para o que sucedeu então. A mula podia não estar habituada ao chicote; uma vespa pode tê-la ferrado nesse momento preciso; um demónio à solta pode ter-se apossado dela. É sabido que as mulas são muito acessíveis aos demónios à solta. Seja qual for a explicação, o facto é que a mula partiu de repente a galope, a toda a velocidade, pelo monte abaixo. As rédeas caíram das mãos de Guilherme, e ele agarrou-se ao banco para salvar a vida, enquanto o carro, saltando e tropeçando pelo chão irregular, parecia fazer todo o possível por o lançar às urtigas. Ouviu-se dentro um ruído de louça. Depois de repente ouviu-se outro som no interior — um grito alto e aflitivo. Era um grito de mulher. Alguém que estivera a dormir atrás da cortina e acabara de acordar.

Guilherme ficou com os cabelos em pé. Quase se esqueceu de agarrar-se ao banco. Pois não foi só um grito, mas muitos. Cortavam a tranquila atmosfera estival, juntamente com o barulho de louça e vidros quebrados.

A mula continuou a sua carreira desenfreada pela vertente abaixo, com as rédeas arrastando-se na poeira. À distância surgiu uma pequena carroça de ciganos cheia de tachos e panelas. Guilherme recobrou de repente a fala e começou a advertir a mula.

— Tem cuidado, velha pateta! — berrou. — Tem cuidado com o asno, burra!

Mas a mula recusou-se a ter cuidado. Escapou agilmente ao burro, mas fez embater o carro com tanta força contra a carroça que o carro partiu um eixo e virou-se completamente, espalhando os tachos e as panelas em todas as direcções. De dentro do carro erguiam-se gritos femininos de raiva e de medo. Guilherme caíra em cima de um macio tufo de erva. Descobriu, com grande espanto, que continuava vivo e praticamente ileso. A mula parara, muito mansa, sorrindo. Então saiu pela janela do carro um mulher — uma mulher gorda, zangada e ameaçando com o punho fechado o mundo em geral. Tinha a cara e o cabelo cobertos de açúcar e um garfo metido no decote do vestido. Fora isso, também ela escapara sem ferimentos.

O dono da carroça do burro ergueu-se do meio da confusão dos tachos e das panelas e voltou-se contra ela, enfurecido. Ela respondeu-lhe aos gritos, irada. Depois avistou-se ao longe, na estrada, o vulto de um homem gordo com uma cana de pesca, que começou a correr desenfreadamente em direcção ao carro.

Ach ! Gott in Himmel! — gritava ao correr. — O meu bonito carro! Quem lhe fez isso?

Associou-se à animada disputa travada entre o homem do burro e a mulher gorda. O ar estremecia com os seus gritos desvairados. Um grupo de camponeses reunira-se em volta, apreciando a cena. Depois um deles apontou para Guilherme, que se sentara, ainda abalado, em cima da relva.

— Foi ele o culpado — disseram. — Era ele quem conduzia o carro pelo monte abaixo.

Com um olhar rápido à cena de devastação e ira, Guilherme voltou-se e fugiu em direcção ao bosque.

Ach! Gott in Himmel! — gritou o homem gordo, correndo em sua perseguição. A mulher gorda e o homem do burro lançaram-se também atrás dele. Guilherme julgava viver um terrível pesadelo depois de uma noite de entretenimento no cinema.

Entretanto o burro e a mula confraternizavam sobre os despojos e os camponeses serviam-se daquilo que encontravam. Mas o homem gordo era muito gordo, a mulher gorda muito gorda e o homem do burro muito velho, e Guilherme era jovem e veloz, pelo que em menos de dez minutos desistiram da perseguição e regressaram à estrada, ofegantes e a discutir. Guilherme parou na outra extremidade do bosque, quase sem fôlego. Sentia-se, de modo geral, divertidíssimo com a aventura. Tratava-se de uma aventura muito adequada ao seu último dia antes da regeneração. Mas sentiu também necessidade de alimento físico, pelo que comprou um bolo e uma garrafa de limonada numa loja perto e se sentou na berma da estrada, para recobrar forças. Não havia sinais dos seus perseguidores.

Não tinha vontade de regressar a casa. É sempre bom fazer seguir uma manhã de falta à escola por uma tarde de ausência às aulas. Voltar à tarde é uma ignomínia e uma humilhação. Guilherme vagueou de um lado para o outro, experimentando as emoções de um foragido. Àquela hora, o jardineiro ter-se-ia certamente queixado ao pai e a professora teria, sem dúvida, enviado um recado. Além disso, alguém fora arranhado pelo gato. 

Considerando todas essas coisas, Guilherme decidiu que o melhor era gozar o dia. Passou parte da tarde a atirar pedras a um espantalho. O alvo era muito bom e acabou por lhe deitar abaixo o chapéu e, finalmente, por derrubar a armação de madeira. Seguiu-se uma excitante perseguição por parte de um lavrador furioso.

Só regressou a casa depois da hora do chá, caminhando com o ar descuidado e fanfarrão de um culpado que, depois de fazer toda a espécie de maroteiras, se pavoneia perante o mundo. O seu espírito ficou um bocado abatido ao aproximar-se do portão. Através das árvores podia avistar o gordo dono do carro gesticulando à porta. Ajudado pelos camponeses, encontrara a pista de Guilherme. Chegaram-lhe aos ouvidos bocados de frases, através do ar estival.

— O meu bonito carro... Ach... Gott in Himmel

Podia ver o jardineiro a sorrir à distância. Havia uma pequena nódoa negra na sua calva reluzente. Guilherme concluiu pelo sorriso que ele apresentara a sua queixa perante a Autoridade. Guilherme notou que o pai estava pálido e fatigado. Notou também, com um estremecimento de horror, que tinha a mão ligada e que apresentava um longo arranhão no rosto. Sabia que o gato arranhara alguém, mas... Céus! 

Um rapazinho descia a rua e viu Guilherme hesitante, junto do portão aberto.

— Vais apanhar! — disse alegremente. — Escreveram a dizer que faltaste à escola. 

Guilherme esgueirou-se para as traseiras da casa por baixo dos arbustos. Sentia que chegara a altura de se entregar à justiça, mas queria primeiro desforrar-se bem. Havia a lata meia de tinta verde no barracão da ferramenta. Andava com o olho nela há algum tempo. Deu a volta calmamente para o barracão. Em breve contemplava com um sorriso satisfeito um gato verde enraivecido e uma galinha verde enraivecida. Depois, ganhando ânimo, entregou-se à justiça. Pensando bem, não havia castigo que valesse um dia como aquele.

*   *   *
Anoitecia. Guilherme olhava, pensativo, da janela do seu quarto. Passava revista ao dia. Já quase esquecera a cena tempestuosa e, de facto, desagradável com o pai. A retórica do Sr. Brown perdera-se com Guilherme, pois as suas pérolas de sarcasmo passavam-lhe muito por cima da cabeça. E Guilherme não tivera muita pena ao retirar-se imediatamente para a cama. No fim de contas, fora um dia bastante fatigante. 

Agora recordava alguns dos melhores momentos — o momento em que a ervilha acertara na cabeça do jardineiro e saltara de modo tão satisfatório; o momento em que seguira ao longo da estrada nacional, senhor de um carro, de uma mula e do mundo inteiro; o momento em que o espantalho se curvara e caíra tão realisticamente; o gato coberto de tinta verde... No fim de contas, era o seu último dia. Via-se a partir do dia seguinte levando uma vida calma e irrepreensível, caminhando muito sossegado para a escola, trabalhando com muita atenção nas aulas, fazendo os deveres conscienciosamente à noite, sendo extremamente delicado para os familiares e professores — mas a visão falhou completamente nos seus atractivos. Além disso, não experimentara ainda fechar a água no depósito, nem encerrar a cozinheira na despensa, nem muitas outras coisas.

Ouviu-se uma voz meiga no jardim.
— Guilherme, onde estás?
Guilherme olhou para baixo e encontrou o olhar sério de Débora.
— Olá — respondeu.
— Guilherme — disse ela. — Não te esqueceste de que vais começar amanhã, pois não?
Guilherme fitou-a com firmeza.
— Amanhã não posso — replicou. — Vou adiá-lo. Vou adiar para daqui a um ano ou dois.»







6 comentários:

  1. Eu vou regenerar....mas só daqui a 55 anos...pode ser Sister?

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  2. "Pensando bem, não havia castigo que valesse um dia como aquele."
    Que moral perfeita!:)
    Ana

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  3. Não sei se é do meu computador se é do blogue, mas isto está mesmo difícil de consulta! Primeiro que descarregue... dá para ir beber uma ginjinha!

    LT

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  4. Abel,
    Se a sua regeneração for do género da do Gulherme... estamos conversados!!! Loool

    Ana,
    E da personagem, que achaste? :)

    Luís,
    Eu abro sem problemas!

    Beijos.

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  5. Adoro-o. Tão pouco convencional.Esta história ajudou-me mesmo. Obrigada, Teresa.
    Ana

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  6. Ana,
    Hei-de ver se digitalizo mais umas quantas. Se quiser mandar-me o seu endereço, depois envio-lhe ;)
    Nos dias em que fui almoçar com este livro acho que dei um bocadinho nas vistas no restaurante, tamanha a dificuldade em sufocar o riso nalgumas partes. ;)

    Beijinho.

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