segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Imperdoável!

Como foi que pude esquecer que ontem foi o 40.º aniversário da abertura de Woodstock? Tinha outras datas na cabeça, Eça e Messalina Valéria, falhei esta tão importante.

Atenção, tenho atenuantes, os puristas que me perdoem. À data de Woodstock eu tinha apenas oito anos, não sabia nada daquilo, não sabia da importância daqueles nomes, que só me chegariam quase dez anos mais tarde. À excepção dela, Joan Baez, por quem me apaixonei naquela sessão da tarde no cinema Caleidoscópio algures em Março de 1975, tinha eu 14 anos (quase seis anos passados). Este retrato é desse dia.

Aquela cara de lua cheia ali abaixo com um gatinho bebé ao colo é a minha. O retrato foi feito pelo Raul, que se irritou imenso comigo quando não me acanhei de dizer que tinha achado o filme um frete do pior. Nunca gostei de Jimi Hendrix, o seu mítico Hey Joe põe-me a bocejar como se não houvesse amanhã. Aquilo não me diz nada, peço desculpa.
Mas Joan Baez... ah, Joan Baez! Foi nessa tarde de Primavera dos meus 14 anos que me apaixonei por ela, e tudo começou com esta música: Joe Hill. Mais tarde viria a descobrir que ela é incomodamente parecida com a minha Mãe, só que sete anos mais nova. Se pusesse aqui retratos iam ficar baralhados, tão parecidas são. Fisicamente, apenas. A coisa acaba aí, e com muita pena minha. A minha Mãe, se conhecesse a música, reprovaria profundamente essa canção desgarradora que tantas vezes me fez chorar, Love Song To A Stranger. Até era capaz de se sair com a sua eterna frase, que tanto nos faz rir a mim e ao Vítor: «E achas isso bonito?»

Achei Woodstock um filme maçador, pronto. Era muito nova e muito tonta, não sabia da importância daquilo. Mas quando ELA apareceu tudo em mim ficou alerta, deixei-me levar pela pureza da voz, frases ficaram comigo (takes more than guns to kill a man, says Joe, I didn't die).

Ter uma imagem física de mim no dia em que me nasceu um grande amor é coisa preciosa. Noutro dia contarei aquele concerto de Joan Baez em Cascais, a 2 de Agosto de 1980. Agora deixo só aqui o momento frágil e precioso em que me apaixonei por ela. Joe Hill, 16 de Agosto de 1969.

4 comentários:

  1. Não te lembraste?? Imperdoável!

    Vais ser fustigada com esparguete molhado! (em ameaça mode)

    enxofre

    ResponderEliminar
  2. Teresa, mas que foto tão querida!
    beijo

    PS: A Joan pode ter sido muito boa moça, mas eu prefiro o gatinho.

    ResponderEliminar
  3. Eu ja penso precisamente ao contrario.... adoro o Jimi Hendrix e a musica que ele deixou nao so e' legendaria como inspirou varias geracoes de musicos. Ja a Joan Baez, faz-me bocejar de tedio... nunca cantou uma nota original.

    ResponderEliminar
  4. Até doeu ler as suas palavras, Teresa.
    Não atina com o Jimi Hendrix ? O “Hey Joe” não lhe diz nada ???
    Mamma mia, porca miséria !
    Em contrapartida, a Baez tornou-se numa baladeira politicamente correcta, bonita de ouvir, mas pouco mais: canta muito bem, tem uns arranjos musicais feitos por excelentes profissionais, escolhe bem as músicas e pouco mais.
    Voltando ao Hendrix: já ouviu “The wind cries Mary”, o “Foxy Lady” ou o “Stone Free” ?
    Bom, OK, não podemos gostar todos das mesmas coisas senão o mercado explodia...
    Quanto ao filme do Woodstock, realmente tem umas partes que são uma grande seca, mas depois tem apontamentos (Jefferson Airplane, Crosby Stills Nash & Young) que só por si valem o filme.
    Saudações musicais,

    ResponderEliminar