70 x 7
S. Mateus sempre foi o Evangelista por mim mais amado (muito antes de conhecer aquela coisa arrepiante que é A Paixão Segundo S. Mateus, de Bach).
Estas palavras dele (Mateus, 18: 21) martelaram-me insistentemente a cabeça durante todo o dia de ontem: «Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete".»
Tomei ontem um café rápido com o João Paulo, mas quando as amizades são antigas e têm boas raízes o tempo é coisa relativa. Desabafei a minha tristeza muito por alto, sem entrar em pormenores, ele foi implacável, nunca mais falaria a tal pessoa. Discordei e discordo. Setenta vezes sete, sempre. Só que desta vez não vou dar o primeiro passo, passe um mês ou passem dez anos. Há alturas em que as pessoas têm de cair em si, há alturas em que têm de ser capazes de se auto-examinarem. Desta vez vais ter de me pedir desculpa. Claro que desculpo, mas terás de vir ao meu encontro. Bem sei (não sei eu outra coisa!) que «but the tigers come at night, with their voices full of thunder», mas sabemos que aquela história de eu ser capaz de sair viva até de Auschwitz não é bem assim. As coisas doem, e esta calou fundo.
Graças a Deus, a seguir ao café de ontem, e porque o João Paulo já estava atrasado para ir buscar a mãe para almoçar, dispensei risonhamente a boleia e voltei a pé para casa. E encontrei o Quico. O Quico é um cãozinho que me faz reavaliar tudo, mágoas, prioridades, seja lá o que for. Não levava máquina fotográfica, mas tinha o telemóvel comigo. E fotografei, mais uma vez, a transbordante alegria de viver do Quico, o cãozinho a quem um descuido do dono custou uma amputação (contei aqui). E a sua generosidade. Temos muito a aprender com o Quico, tu e eu. E acabo de ficar arrepiada, porque faz hoje justamente um ano que conheci o Quico e aqui contei a sua história.
Tomei ontem um café rápido com o João Paulo, mas quando as amizades são antigas e têm boas raízes o tempo é coisa relativa. Desabafei a minha tristeza muito por alto, sem entrar em pormenores, ele foi implacável, nunca mais falaria a tal pessoa. Discordei e discordo. Setenta vezes sete, sempre. Só que desta vez não vou dar o primeiro passo, passe um mês ou passem dez anos. Há alturas em que as pessoas têm de cair em si, há alturas em que têm de ser capazes de se auto-examinarem. Desta vez vais ter de me pedir desculpa. Claro que desculpo, mas terás de vir ao meu encontro. Bem sei (não sei eu outra coisa!) que «but the tigers come at night, with their voices full of thunder», mas sabemos que aquela história de eu ser capaz de sair viva até de Auschwitz não é bem assim. As coisas doem, e esta calou fundo.
Graças a Deus, a seguir ao café de ontem, e porque o João Paulo já estava atrasado para ir buscar a mãe para almoçar, dispensei risonhamente a boleia e voltei a pé para casa. E encontrei o Quico. O Quico é um cãozinho que me faz reavaliar tudo, mágoas, prioridades, seja lá o que for. Não levava máquina fotográfica, mas tinha o telemóvel comigo. E fotografei, mais uma vez, a transbordante alegria de viver do Quico, o cãozinho a quem um descuido do dono custou uma amputação (contei aqui). E a sua generosidade. Temos muito a aprender com o Quico, tu e eu. E acabo de ficar arrepiada, porque faz hoje justamente um ano que conheci o Quico e aqui contei a sua história.
(não, não pus Bach e a sua obcecante Paixão Segundo S. Mateus, preferi isto.
Porque a vida é mesmo muito breve)
Porque a vida é mesmo muito breve)
Espero que estejas (estejam bem). Se precisares de alguma coisa, sabes que podes contar.
ResponderEliminarQuero ver se este fim de semana tre ligo nem que seja para te dar um abraço.
E sim, esse cão é fabuloso.
bj