Quatro amigas
Iniciei-me na blogosfera por culpa do grupo do Liceu. Não sabia nada de blogues, mas percebi-lhes o potencial para disponibilizar a todos retratos e memórias diversas que eu, na qualidade de gestora do grupo, tinha comigo (além de estar farta de alombar com álbuns e livro de actas para cada um dos nossos jantares trimestrais). Criei este blóguio a 6 de Setembro de 2006 como laboratório de experiências, antes de me abalançar para o outro (se desse barraca iam achincalhar-me sem piedade). O blóguio do Liceu tornou-se a menina dos meus olhos, à Gota não ligava muito, até o Nuno me ralhou por causa disso: trinta entradas até ao fim do ano (com comentários hilariantes) contra dez na Gota.
Bem sei que está no meu perfil, mas escusam de ir lá, agora é só por convite. Fechei o blóguio do Liceu. Toda a gente está devidamente identificada, há carradas de retratos, há filmes dos jantares... e aterravam lá desconhecidos que tinham pesquisado na Internet nomes nossos, o meu incluído. Desconfortável. É certo que algumas pessoas estranhas a este grupo que me é tão querido continuam a ter acesso ao blóguio do Liceu, mas merecem-me confiança total e eram visitas regulares — tiveram direito a convite.
O Liceu de Camões, o melhor liceu do país, tinha uma disciplina férrea (talvez por isso tenha sido o que menos abandalhou a seguir ao 25 de Abril). Quase todo o meu grupo figurava no Quadro de Honra. Não sabem o que era, pois não? Para se entrar no Quadro de Honra era preciso ter média superior a 14, e os jornais publicavam em cada período os Quadros de Honra dos liceus, foi assim que o meu nome saiu pela primeira vez na imprensa, aos doze anos.
Tudo isto para vos falar de um grupo restrito dentro do grupo do Liceu: Clara, São, Vanda e eu. Amigas inseparáveis.
Tão inseparáveis que há quase três anos escrevi no blóguo do Liceu, sobre este grupo de quatro amigas, As Quatro Terríveis, isto (a imagem que acompanhava está lá em cima):
Com a entrada na universidade houve uma tremenda dispersão. Continuei a ver a Clara, mesmo tendo eu entrado na Católica e ela na Livre, saíamos muito e encontrávamo-nos a toda a hora no Stone's, no Bananas, na Primorosa, no Van Gogo. O reencontro com a Vanda deu-se muito mais tarde, quando demos entrada no grupo dos jantares. Faltava a São.
Faltava, já não falta. Consegui encontrar-lhe o rasto. Já veio ao último jantar, há pouco mais de uma semana, já é autora do blóguio do Liceu e tem lá posto preciosidades (ah, pois é, esqueci-me de vos falar do Caderno...). O retrato à esquerda é da noite do jantar, as Quatro Amigas finalmente reunidas.
Antes do jantar, tamanha a alegria do reencontro, a São e eu tivemos (além de infindáveis horas ao telefone, a pôr os sumários em dia) um almoço prévio. Nem imaginam o que foi aquele abraço debaixo do Arco da Rua Augusta!
Há os jantares do Liceu, trimestrais. E agora vai passar a haver os jantares das Quatro Terríveis, na primeira terça-feira de cada mês. Até já temos mesa marcada, mesmo faltando mais de uma semana...
Bem sei que está no meu perfil, mas escusam de ir lá, agora é só por convite. Fechei o blóguio do Liceu. Toda a gente está devidamente identificada, há carradas de retratos, há filmes dos jantares... e aterravam lá desconhecidos que tinham pesquisado na Internet nomes nossos, o meu incluído. Desconfortável. É certo que algumas pessoas estranhas a este grupo que me é tão querido continuam a ter acesso ao blóguio do Liceu, mas merecem-me confiança total e eram visitas regulares — tiveram direito a convite.
O Liceu de Camões, o melhor liceu do país, tinha uma disciplina férrea (talvez por isso tenha sido o que menos abandalhou a seguir ao 25 de Abril). Quase todo o meu grupo figurava no Quadro de Honra. Não sabem o que era, pois não? Para se entrar no Quadro de Honra era preciso ter média superior a 14, e os jornais publicavam em cada período os Quadros de Honra dos liceus, foi assim que o meu nome saiu pela primeira vez na imprensa, aos doze anos.
Tudo isto para vos falar de um grupo restrito dentro do grupo do Liceu: Clara, São, Vanda e eu. Amigas inseparáveis.
Tão inseparáveis que há quase três anos escrevi no blóguo do Liceu, sobre este grupo de quatro amigas, As Quatro Terríveis, isto (a imagem que acompanhava está lá em cima):
«Era assim que nos intitulávamos. E a verdade é que éramos levadas dos diabos. A Clara, eu, a Vanda e a São (ainda não desisti de a localizar).
Com o 5.º ano e as turmas mistas foi-nos imposta uma grande divisão. À qual nós quatro não ligámos nenhuma. As antigas turmas A de rapazes e raparigas viram-se de repente misturadas, divididas segundo a idade. De tal forma que a Vanda, que é mais velha que eu um mês certinho – fazemos anos a 27 – foi dar com os ossos na turma B. Tal como a São.
Quando agora olho para trás sei exactamente quem era de que turma, A ou B, mas a verdade é que funcionávamos como um corpo único. Querem prova maior disso do que o meu grande amigo até hoje, mais meu irmão do que a minha própria irmã, ter feito parte do 5.º B?
A Clara e eu éramos da A, a Vanda e a São da B. Mas havia os intervalos, os almoços no refeitório, as tardes de ginástica. E as patifarias que fazíamos pelo meio. Éramos decididamente umas MDP (Mafarricas do Pior).
Tenho uma ternura muito especial por esta fotografia de nós quatro. Por ser do último dia de aulas do 5.º ano, o mais divertido de todos, o mais genuinamente acriançado. Ainda não havia namoros, era só tontice e riso. Eu e a Vanda continuamos enfezadas (sempre as mais baixinhas da turma, se descontarmos a Anã Bela), a Clara já acendia líbidos – pelo menos no Peixe-Espada. Estamos todas de tranças – combinação da véspera.
Que me quereis, perpétuas saudades...? etc. (é um soneto de Camões)»
Com a entrada na universidade houve uma tremenda dispersão. Continuei a ver a Clara, mesmo tendo eu entrado na Católica e ela na Livre, saíamos muito e encontrávamo-nos a toda a hora no Stone's, no Bananas, na Primorosa, no Van Gogo. O reencontro com a Vanda deu-se muito mais tarde, quando demos entrada no grupo dos jantares. Faltava a São.
Faltava, já não falta. Consegui encontrar-lhe o rasto. Já veio ao último jantar, há pouco mais de uma semana, já é autora do blóguio do Liceu e tem lá posto preciosidades (ah, pois é, esqueci-me de vos falar do Caderno...). O retrato à esquerda é da noite do jantar, as Quatro Amigas finalmente reunidas.
Antes do jantar, tamanha a alegria do reencontro, a São e eu tivemos (além de infindáveis horas ao telefone, a pôr os sumários em dia) um almoço prévio. Nem imaginam o que foi aquele abraço debaixo do Arco da Rua Augusta!
Há os jantares do Liceu, trimestrais. E agora vai passar a haver os jantares das Quatro Terríveis, na primeira terça-feira de cada mês. Até já temos mesa marcada, mesmo faltando mais de uma semana...
Passados tantos anos voltaram a reencontrar-se =)
ResponderEliminarTenho pena de ter perdido rasto de todos os meus amigos de infância, algo tão precioso!
Big Kisses
:))) Delicioso.
ResponderEliminarEste post é a tua cara Teresinha: uma ternura!!!
ResponderEliminar:)
bj
Seguramente mais fiáveis, estas amizades, que "as outras" que aqui demonstraram não sê-lo. Apesar dos sorrisos nos jantares e palavrinhas mansas na caixa de comentários "do post"...
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