Farewell, Natasha
A morte de Natasha Richardson abalou-me muito, deixou-me profundamente perturbada. Tão perturbada que desde quarta-feira não escrevo aqui uma linha. Limitei-me, no dia em que a notícia nos colheu, a vir aqui pôr Maybe This Time. Tenho lido, relido e treslido sobre ela. Tenho visto os tributos, as homenagens, quase sempre de lágrimas nos olhos. Tenho comentado com o Vítor, que (porque será que não me surpreendo?) sentiu a sua partida com a mesmíssima intensidade.
A 12 de Julho passado, há apenas oito meses, Natasha Richardson estava a jantar com a mãe a três metros de nós no The Wolseley, contei aqui. Voltarei a essa noite e a Dame Vanessa Redgrave, Mater Dolorosa no National Theatre como Joan Didion, sem poder sequer suspeitar que, menos de um ano depois, também ela teria coração e carne dilacerados pela morte de uma filha ternamente amada. A Vida imita a Arte.
Já aqui tinha referido a extraordinária Sally Bowles de Natasha Richardson, para mim definitiva. Tão definitiva que a versão de Cabaret que há oito anos oiço sempre é a do teatro, a dela. O Vítor mandou-me o link de um blogue de alguém que teve o privilégio de a ver no mesmo teatro onde também nós estivemos, só que já com Brooke Shields no papel. Vale a pena ler, e talvez consigam começar a perceber a razão deste meu imenso amor pelo Teatro. A autora, Sheila O'Malley, sente-o tal como eu. O seu belíssimo texto recebeu o título de Fully Realized: On Natasha Richardson in Cabaret.
De caminho, duas gemas sem preço (sorri quando as encontrei no blogue, devemos ter cabecinhas parecidas, Sheila O'Malley e eu, que já as tinha devidamente acautelado, copiando-as do Youtube). Nastasha como Sally Bowles, frágil, vulnerável, desencantada mas ainda com um ténue lampejo de esperança. Isto, meus amigos, é uma ACTRIZ! Todas as emoções estão naquele lindo rosto sem toques de cirurgião ou espetadelas de Botox, e é impossível não nos comovermos e desejarmos com ela, por ela e por nós que... Maybe This Time...
Maybe this time, I'll be lucky
Maybe this time, he'll stay
Maybe this time, for the first time
Love won't hurry away
He will hold me fast
I'll be home at last
Not a loser anymore
Like the last time
And the time before
Everybody loves a winner
So nobody loved me
'Lady peaceful', 'lady happy'
That's what I long to be
All the odds are in my favour
Something's bound to begin
It's got to happen, happen sometime
Maybe this time I'll win
Everybody loves a winner
So nobody loved me
'Lady peaceful', 'lady happy'
That's what I long to be
All the odds are in my favour
Something's bound to begin
It's got to happen, happen sometime
Maybe this time
Maybe this time I'll win
:( Hoje não é dia para Maybe this time, sobretudo com esta interpretação...
ResponderEliminarSim, estávamos todos à espera do teu tributo. E até estranhei ter passado "tanto" tempo antes que escrevesses...(já percebi por que razão).
ResponderEliminar:)
:(
ResponderEliminarCheguei, apenas, agora e vim ler.
ResponderEliminarEscrevo amanhã, como prometido.
beijo
volto a ler-te em mais uma despedida. como sofremos em cada uma, não teresa? Nossos velhos, nossos filhotes, nossos amores das artes... Todos eles são pedacinhos de nós que se vão. Ainda bem que cá ainda estamos e temos a nós, os nossos ombros, e abraços, e lembranças tantas e tão boas. Saudade imensa de ti. Também do pedro e da mad... enfim retomo leituras hoje e tenho muito pra ler. beijo grande
ResponderEliminarUma perda lamentável, e para um acidente tão estúpido. What a waste...
ResponderEliminarBeijinho